terça-feira, 29 de novembro de 2016

Politica : Pode o cristão ser Marxista?

Uma grande noticia que abalou a esfera da política por estes dias foi o falecimento aos 90 anos do ditador Marxista Fidel Castro um homem que não foi nada mais nada menos que a personificação do Mal para seu povo e nação. Um assassino que tratava cristão como bandidos e com uma crença pessoal profundamente arraigada no Ateísmo. Mas apesar deste ser um pensamento comum nos regimes de fundamentação Marxista ainda existem "cristãos" que se definem como tal ou seguem doutrinas filosóficas paralelas a este mal. E é com a intenção de provocar um despertamento que eu posto esta matéria.Um cristão marxista faz tanto sentido quanto uma luz escura em um quadrado redondo. É mais que um paradoxo, é um absurdo. No entanto, em nossa era relativista, onde se busca conciliar o inconciliável, minha afirmação é que parece absurda. Mas não é. É a pura verdade. Os que se espantam com essa afirmação provavelmente desconhecem não apenas a história do marxismo. Ignoram completamente seus próprios fundamentos, sua real natureza. Se os conhecessem com certeza saberiam que cristianismo e marxismo são tão incompatíveis quanto a luz e as trevas.

Um tempo atrás a incompatibilidade entre ambos era óbvia e este artigo seria desnecessário. Muitos ficariam chocados ao ver cristãos verdadeiros debruçados sobre textos de  pensadores marxistas e tentando absorvê-los. Depois da queda do Muro de Berlim alguns acreditam que o marxismo se tornou inofensivo, como se o veneno não fosse mais mortífero somente porque um frasco se quebrou. Qualquer teologia ou prática cristã que considere positivamente o marxismo devem ser totalmente desconsideradas.

Pode-se fazer um paralelo com a crítica de Emil Brunner à Rudolf Bultmann, ambos teólogos alemães: Heidegger é ateu confesso; ele não admite nenhuma revelação, não entende nenhuma, não necessita de nenhuma e não deixa margem para a existência de nenhuma. Ele [Heidegger] acha risível que Bultman esteja a ‘fazer teologia da minha filosofia’. Da mesma forma é irônico um cristão aprovar ou justificar o marxismo, que dirá tentar fazer teologia com ele. Como Heidegger, Marx e Engels achariam essa atitude digna de riso. Ame seus inimigos, mas não os confunda com os amigos.


karl marx, criador da heresia marxista.
O próprio Emil Brunner, mesmo não sendo um teólogo conservador, conseguia enxergar a real natureza do marxismo e sua incompatibilidade com o cristianismo.
O comunismo demonstra ser ainda o mais tremendo opositor ideológico do cristianismo. O conceito de verdade não desempenha  nenhum papel na ideologia comunista, promover e  um poder totalitário qualquer poderá promover a liquidação da teologia. Na verdade, os marxistas conscientes bem sabem da impossibilidade de conciliação com o cristianismo. Todavia, na busca pelo poder absoluto é preciso fazer concessões até o momento do bote. Uma vez no poder já não será mais necessário cortesias e contenções. A verdadeira natureza se revelará. Como na história do escorpião que atravessou o rio nas costas do sapo prometendo não feri-lo.

O picou assim que chegaram do outro lado. Diante da contestação do sapo pela promessa feita, o escorpião disse que não podia evitar. Fazia parte de sua natureza. Quem conhece a natureza da ideologia marxista sabe muito bem que nenhuma promessa amistosa evitará a manifestação de sua natureza real que é plenamente anticristã.Pensemos na afirmação de Hitler com relação à Igreja: O fascismo pode, se quiser, concluir sua paz com a Igreja. Também eu o faria. E por que não? Isto não me impedirá de extirpar o cristianismo da Alemanha. Nunca foi diferente com o comunismo. Falsas alianças com o cristianismo precederam a perseguição. Faz parte de sua natureza.

Como eu disse, há algumas décadas esse artigo seria totalmente desnecessário. Quem leu Torturado por amor a Cristo, do pastor romeno Richard Wurbrandt ou O contrabandista de Deus, do irmão André, sabia o que era o comunismo. Contra toda esperança, do cubano Armando Valadares, livro que denunciava a tirania do governo Castro deixou de circular, enquanto o mesmo governo, com todo seu totalitarismo marxista continua de pé. Naqueles tempos, o mais simples cristão sabia que o marxismo-socialismo-comunismo era do mal e completo inimigo do cristianismo. Isso foi em outras épocas. Agora tudo mudou. Hoje este artigo tornou-se urgente. Os marxistas já estão quase terminando de atravessar o rio nas costas dos cristãos e muito em breve o bote certeiro virá. Aqueles que procuram aceitar o marxismo alegando que ele contém “elementos cristãos”  deveriam então abraçar o islamismo uma vez que este confirma certas crenças bíblicas. No entanto, é tão impossível conciliar marxismo com o cristianismo quanto igualar um cristão verdadeiro e um muçulmano. Nenhum ecumenismo ingênuo pode fazê-los amigos, nenhum malabarismo teológico ou filosófico pode torná-los semelhantes em qualquer sentido. 






A sangrenta e heretica doutrina Marxista.


Karl Marx acreditava que toda a história foi marcada pela luta de classes que pode ser resumida em uma luta entre opressores e oprimidos. Essa luta é o motor da História, e sempre termina, ou em uma grande revolução que transforma toda a sociedade, ou em uma destruição das duas classes. 

Na Modernidade o mundo se divide em duas classes antagônicas diametralmente opostas: a burguesia e o proletariado. A burguesia desempenhou um papel revolucionário para o progresso histórico abatendo o feudalismo. Não obstante, a burguesia transformou tudo em mercadoria reduzindo as relações sociais a relações monetárias. 

No entanto, na própria tese burguesa já está presente a semente de sua antítese e as armas de sua própria destruição. O desenvolvimento do Capital produziu também o proletariado, que a cada dia vem se tornando uma maioria mais poderosa. O proletariado deverá derrubar o domínio burguês por meio de uma revolução violenta, implantar uma ditadura do proletariado e abolir a propriedade privada. Isso inclui a abolição da "família tradicional burguesa", responsável pela manutenção do capital por meio da perpetuação da herança privada. 

A ditadura do proletariado possibilitará o fim da sociedade de classes, das explorações e o rompimento radical com as ideias tradicionais, como aquelas sustentadas pela religião cristã. Para isso, o proletariado deverá tomar gradualmente o capital da mão dos burgueses, centralizar os meios de produção no domínio do Estado. Serão necessárias tomar medidas como aumento de impostos, centralização dos meios de transporte na mão do Estado, obrigatoriedade do trabalho e educação pública e gratuita de todas as crianças. A destruição violenta das relações de produção acabará com as classes em geral, fazendo surgir o comunismo no qual o desenvolvimento livre de cada pessoa será o livre desenvolvimento de todos.

Assim, o fim do projeto marxista é uma sociedade perfeita em que todos são iguais. Mas como diz o ditado "não se faz uma gemada sem quebrar ovos", para um comunista é necessário despotismo, violência, fuzilamentos e derramamentos de sangue para que esse mundo seja alcançado. Não obstante, como a implantação do igualitarismo por meio de uma ação iminente ou pelo desdobrar-se de um progresso histórico tem se mostrado um sonho impossível, apenas ovos foram quebrados. O comunismo já deixou um saldo de mais de 100 milhões de mortes e "fuzilamentos", "canibalismo" e "miséria"[3] são os frutos da busca pelo fantástico e inalcançável mundo da "igualdade social". Isso sem falar do nazismo e do fascismo, os filhos bastardos do marxismo.
   
O Marxismo cultural.


Na metade do século XX, neo-marxistas e frankfurtianos passaram a criticar o movimento operário por querer mais enriquecer do que realmente promover uma revolução. Desse modo, passou-se a compreender que o protagonismo histórico deveria ser executado pelo lumpesinato (urbanos improdutivos), que seriam aquelas pessoas que por terem "raiva contra o sistema", estavam aptos para serem os verdadeiros promotores da tão sonhada revolução.

Antonio Gramsci foi o responsável pela ideia de que se deve ocupar todos os espações de conhecimento a fim de que toda a informação sirva aos interesses do movimento revolucionário. Desse modo, a escola, os jornais, as universidades, a imprensa, os movimentos e agremiações estudantis, os sindicatos, as revistas, livros didáticos e os movimentos sociais passam a ser colocados

a serviço da ideologia revolucionária, transformando os indivíduos em massas de manobra. Essa ocupação de todos os espaços criaria uma hegemonia do pensamento revolucionário, fazendo com que todos se tornassem marxistas sem nem mesmo perceber, como um peixe nadando na água de um aquário sem saber. É interessante observar que o gramscianismo foi um projeto adotado pelo PT.

E não há necessidade de um discurso lógico-racional, nem importa muito que causa está sendo defendida (feminismo, LGBTTT, combate ao racismo, islamofobia etc.), e sim fazer com que alguma "causa" seja submetida aos interesses da ideologia. O que importa é fomentar um espírito revolucionário para a derrubada da ordem social vigente. Por isso, um gramscista não vê problema em mudar de opinião a todo momento ou adotar um discurso contraditório - o que vale é usar qualquer ideia que possa atender a seus interesses.

O gramscismo promove uma derrubada da ordem social se infiltrando de maneira sutil na própria cultura dominante e adotando seu discurso para destruir ela mesma por dentro. Assim, um revolucionário pode travestir seus interesses com termos da própria cultura que planeja desconstruir. Não atoa, vemos discursos de "amor", "tolerância", "igualdade", "respeito" (valores cristãos) que visam justamente a derrubada da tradição cristã.

Hebert Marcuse, influenciado pela teoria freudiana, imaginava o ser humano como panelas de pressões, cheios de desejos sexuais reprimidos que levavam os indivíduos a serem agressivos e a se tornarem capitalistas opressores como manifesto no imperialismo americano. Marcuse propunha uma Revolução Sexual, em que as pessoas fossem mais livres sexualmente. Isso pode ser visto no lema "Faça amor (sexo), não faça guerra (imperialismo)". As ideias de Marcuse vieram a ser pautas de muitas das novelas da rede Globo. 

Theodore Adorno, por sua vez, propôs a ideia de que existiriam traços de personalidade facistas que levavam as pessoas a terem um comportamento autoritário. Segundo ele, para que o nazismo não se repetisse era necessário uma educação crítica emancipadora. Isso é interessante porque a ideia de controlar os meios educacionais esteve justamente presente no nazismo e no facismo como um instrumento de doutrinação. Lilina Zinoviev disse:


Devemos fazer da geração jovem uma geração de comunistas. As crianças, como cera, são muito maleáveis e devem ser moldadas como bons comunistas. Devemos resgatar os infantes da influência nociva da vida familiar. Devemos racionalizá-los. Desde os primeiros dias de sua existência, os pequenos devem ser postos sob a ascendência de escolas comunistas para aprenderem o ABC do comunismo… Obrigar as mães a entregar seus filhos ao Estado soviético, eis nossa tarefa.

    
Considerações finais.

O Marxismo, herdeiro da materialização do Espírito Absoluto de Hegel, a mitologização do Evangelho de David Strauss e da antropologização da teologia de Feuerbach, não passa de uma imanentização da escatologia. Em outras palavras, o Marxismo é uma religião materialista ou ainda uma heresia. É a tentativa de estabelecer o paraíso por meios e ações humanas, ao invés de confiar na ação redentiva transcendente de Deus. O marxismo cultural e sua Teoria Crítica alimenta o espírito revolucionário por formentar "lutas de classes" colocando negros contra brancos, mulheres contra homens, jovens contra adultos, homossexuais contra heterossexuais e empregados contra patrões. Mas já foi dito quais são as consequências que a busca imanente por um paraíso perfeito inalcançável produz. Não é possível desconstruir os pilares da Cultura Ocidental (moral judaico-cristã, filosofia grega e direito romano) sem banho de sangue e caos social.

 

Reflexão : Pense nisto...



Biografia : Russell Shedd (1929-2016)

É com grande pesar que esta semana fomos bombardeados ao receber a noticia sobre o falecimento do Dr. Shedd. Um homem a frente de seu tempo e com uma visão muito ampla do Reino de Deus.

Mas quem foi este grande homem?

O caminhão saltava ao longo da estrada tortuosa na montanha, gemendo em protesto
contra o peso de passageiros e bagagem. O motorista agarrava a direção, enquanto seus olhos
esforçavam-se para perscrutar a escuridão. O missionário Leslie Shedd, sua esposa Della e seus
quatro pequenos filhos logo estariam dizendo adeus à Bolívia. Estavam sendo conduzidos à estação
ferroviária na primeira etapa de uma longa viagem por terra para o Chile, de onde embarcariam em
um navio para Nova Iorque.
Hudson, Helen e Russell, as três crianças maiores dos Shedds, estavam espremidas na parte de trás,
junto com a carga do caminhão. Logo o veículo embalou-os, e eles adormeceram. Sonhavam com as
aventuras que teriam durante a licença nos Estados Unidos.
Cansado após um longo dia de trabalho, o motorista também dormiu. O caminhão rapidamente saiu
da estrada. Não houve tempo para reagir. Caído na vala e extremamente carregado, o veículo
tombou e parou com as rodas girando no ar frio da noite.
Leslie e Della Shedd imediatamente pensaram o pior: nossos filhos foram esmagados pela bagagem.
O silêncio na parte traseira do caminhão parecia confirmar seus temores. Inspecionando mais de
perto, contudo, perceberam que as crianças continuavam dormindo. Nem mesmo o acidente os
havia despertado. Ninguém estava machucado.

As raízes Latino Americanas:

Recordando esses eventos da infância, o Dr. Russell Shedd crê que Deus preservou sua vida com um
propósito missionário. Filho de missionários, suas raízes latino-americanas, incluindo o nascimento na Bolívia, era a maneira pela qual Deus o estava preparando para uma vida de serviço no Brasil.
A linhagem da família Shedd tem uma história magnífica de serviço cristão. Pesquisas remontam o
nome Shedd à Inglaterra do século XVII.1 Daniel Shed, um dos ancestrais, esteve entre os 25 mil
puritanos ingleses que decidiram atravessar o Atlântico entre 1630 e 1642 para uma vida nova na
América do Norte.
O teólogo presbiteriano W. G. T. Shedd, outro parente distante, era reputado como o "último
teólogo americano realmente expressivo a aderir com obstinação [...] à doutrina de um inferno
literal com castigo futuro interminável".2 Ele foi professor de teologia sistemática no famoso Union
Theological Seminary, em Nova Iorque, no final do século XIX.
A mãe de Russell Shedd foi educada na mesma pequena denominação presbiteriana (com cerca de
50 igrejas) do evangelista Billy Graham. Comenta-se que este, aos 17 anos, foi à igreja rural que ela
freqüentava, perto de Charlotte, na Carolina do Norte, para solicitar a ordenação. Esta lhe foi negada
pelos presbíteros, que acharam Billy Graham muito jovem e com poucos conhecimentos.

Uma família de mentalidade missionária:

Russell Philip Shedd nasceu em 10 de novembro de 1929 em Aiquile, na Bolívia, cerca de sete anos
depois de seus pais terem iniciado ali a carreira missionária. Era o terceiro de quatro filhos. Seus dois
irmãos mais velhos também buscaram ministérios transculturais. Hudson, o primogênito, recebeu
seu nome de Hudson Taylor, missionário pioneiro na China. Atualmente, é o diretor da Gospel Mission of South America e já pregou o evangelho na Bolívia, no Chile e no Uruguai. Sua irmã Helen e o marido, David Ekstrom, têm atuado como tradutores e professores da Bíblia na Guatemala durante mais de 40 anos com a Central America Mission. Phyllis, a irmã mais nova de Russell Shedd, casou-se com um professor da Lexington Christian High School, em Lexington, estado de Massachussetts, nos Estados Unidos.
A educação primária de Russell Shedd deu-se em uma escola missionária na Bolívia. Ele foi para os
Estados Unidos no início da adolescência para completar seus estudos de 2? grau na Westervelt
Home e na Wheaton Academy, na área metropolitana de Chicago, numa transição natural para o
Wheaton College, onde, em 1949, recebeu o grau de bacharel. Entre seus colegas de faculdade estava
James Elliot (martirizado pelos índios auca do Equador). Ele continuou em Wheaton a fim de obter o
grau de mestre em estudos do Novo Testamento, na Wheaton College Graduate School.
Russell Shedd completou então seus estudos para receber o grau de mestre em teologia (M.Div.,
conhecido na época como B.D.) no Faith Seminary, na Filadélfia, em 1953. Quando tinha 25 anos,
recebeu o grau de doutor (Ph.D.) na renomada Universidade de Edimburgo, na Escócia. Sua tese
analisava o uso do apóstolo Paulo das concepções judaicas e do Antigo Testamento acerca da
solidariedade da raça, tema este transformado em livro.
Ao voltar para os Estados Unidos em 1955, Russell Shedd aceitou o cargo de professor no
Southeastern Bible College, em Birmingham, no estado do Alabama. Ali conheceu a aluna Patricia
Dunn. A amizade entre eles floresceu até chegar a um compromisso para a vida inteira. Casaram-se
em 22 de junho de 1957 e passaram a lua-de-mel na Guatemala.


Com destino a Portugal:

Missões constituíam o centro dos planos dos recém-casados. Seis meses após o casamento, foram
designados pela Conservative Baptist Foreign Mission Society (CBFMS) para o serviço missionário em Portugal. A diretoria da missão tinha apenas 15 anos naquela época, mas experimentara um
crescimento vertiginoso no auge da expansão após a Segunda Guerra Mundial, sendo diretamente
sustentada por centenas de igrejas batistas que acreditavam na aplicabilidade da Grande Comissão
de Cristo nos dias de hoje. Os jovens Shedds passaram oito meses entre essas igrejas,
compartilhando suas idéias para o treinamento de liderança em Portugal e obtendo compromissos
de sustento para seu empreendimento missionário. No início de 1959, eles avançaram na experiência
missionária quando aceitaram um convite para iniciar uma igreja em Long Island. Ela existe ainda
hoje como a próspera Calvary Baptist Church de Port Jefferson. Os Shedds chegaram em Portugal em
agosto de 1959 para iniciar o ensino no seminário batista em Leiria.
Cada membro da equipe missionária portuguesa da CBFMS devia lidar com a responsabilidade
ministerial dos outros, além da ênfase em seu trabalho principal. Russell Shedd recebeu o encargo de
acompanhar um ministério de literatura em formação, tarefa que ele acolheu com prazer. Era um
complemento natural para seu interesse em educação teológica. Esse ministério foi denominado
Edições Vida Nova. Havia sido fundado com vistas ao fornecimento de textos teológicos básicos e de
obras de referência bíblica para estudantes, professores e pastores. Na época, os livros teológicos
eram artigo raro em Portugal.
Nos três anos que se seguiram, Russell Shedd sentiu duas sérias limitações impostas ao programa de
publicações. Primeira, os altos custos de impressão reduziam imensamente o número de títulos
novos que podiam ser produzidos. Segunda, os poucos livros eram vendidos muito lentamente na
minúscula comunidade evangélica portuguesa.
Após muitas orações e deliberações, ele e seus colegas decidiram que esses problemas poderiam ser
resolvidos olhando-se no sentido sudoeste, para o outro lado do Atlântico. O Brasil compartilhava a
língua de Portugal, tinha uma comunidade evangélica grande, que crescia rapidamente, e oferecia
baixos custos de produção editorial. O primeiro plano do grupo era que Russell Shedd ficaria dois
anos no Brasil tempo suficiente para implantar uma ação editorial em São Paulo e então voltaria para
ministrar em Portugal. Três anos depois do dia em que os Shedds chegaram em Portugal, eles
pisaram pela primeira vez no Brasil. Era agosto de 1962.

Plantando a semente:

Tão logo estabelecido em São Paulo, Russell Shedd encontrou dois irmãos brasileiros interessados
em formar uma sociedade editorial. Após diversos anos, a Edições Vida Nova (EVN) brasileira foi
reorganizada como empresa sem fins lucrativos. A missão de Russell Shedd nos Estados Unidos
proporcionou grande parte do investimento financeiro inicial.
O ano seguinte foi um marco na história de EVN, lembra Russell Shedd, pois foi durante esse período
que Deus plantou em seu coração a semente da Bíblia Vida Nova. De forma irônica, a concepção da
Bíblia de estudo, que tem edificado a vida de tantos obreiros cristãos no Brasil e em todo o mundo,
originou-se em um esquema que visava lucro.
Enquanto os sócios de Russell Shedd procuravam maneiras de lucrar no negócio editorial, um deles
teve a idéia de adquirir Bíblias baratas da Sociedade Bíblica do Brasil e substituir as capas simples por capas de couro luxuosas, as quais poderiam ser vendidas com uma margem de lucro
substancialmente maior. Os pensamentos de Shedd fluíam em outra direção: "Se vamos negociar
Bíblias, por que não produzimos uma obra nossa, com notas explicativas, referências a outros textos
e auxílios didáticos?". Não havia nada semelhante no Brasil; portanto, uma Bíblia de estudo seria
imensamente útil para pastores e obreiros leigos. Russell Shedd não imaginava que sua idéia ficaria em gestação durante 14 anos, antes do verdadeiro nascimento da Bíblia Vida Nova. É importante observar que o projeto da Bíblia foi o que talvez mais pesou na sua decisão de ficar no Brasil, em vez de retornar para o ministério em Portugal.

Obra do Inimigo:

Pelo menos alguns problemas que perseguiram o projeto da Bíblia foram sem dúvida obra do
inimigo, que podia ver o imensurável valor de tal livro nas mãos de obreiros cristãos de língua
portuguesa. O papel para a impressão da Bíblia foi o primeiro obstáculo. Com fundos emprestados
da CBFMS, Russell Shedd comprou na Inglaterra papel bíblia tipo "Índia", da melhor qualidade.
Naquela época, não havia impostos para importar Bíblias para o Brasil. Acreditava-se que o papel
bíblia também passaria livremente nas alfândegas brasileiras. "Mas não era assim. Foi um terrível
engano", diz ele. A carga chegou ao Brasil em 1967. Embora oficialmente o papel tivesse sido
importado como doação, foi apreendido em Santos. Em 1976, ele viu com seus próprios olhos o
papel armazenado em um depósito alfandegário. Finalmente, foi leiloado e revendido à casa
publicadora da Convenção Batista Brasileira, no Rio de Janeiro.
O segundo obstáculo foi o processo técnico de produção dos comentários e das notas homiléticas da
Bíblia, escritos por Russell Shedd, colegas missionários e líderes de igrejas brasileiras. Depois de
compostas fotograficamente, as notas perdiam a cor, tornando extremamente difícil a obtenção de
negativos nítidos para a impressão. Shedd comentou: "Se Paul Wilder (missionário americano
independente) não tivesse ajudado, talvez nunca publicássemos a Bíblia!". Em 1975, Wilder levou
pessoalmente os originais para El Camino Press, na Califórnia, onde a Bíblia seria impressa. Quando os especialistas gráficos explicaram que não conseguiriam usar originais tão apagados, Wilder decidiu ficar nos Estados Unidos a fim de buscar uma solução criativa para o problema. Durante um ano inteiro, ele reforçou os originais descoloridos por meio de um processo fotográfico, retocando à mão os negativos um por um. Por incrível que pareça, os filmes usados para a primeira Bíblia de formato grande são usados até hoje!
Russell Shedd considera a conclusão da Bíblia Vida Nova e sua popularidade entre os cristãos
brasileiros uma das maiores alegrias de sua carreira missionária. "Em meus sonhos mais
entusiásticos, nunca pude imaginar que (a Bíblia) venderia tão facilmente", ele diz. "Eu achava que
levaria anos para vender uma única edição." A Bíblia está agora em sua 17a. edição. Embora outros
editores brasileiros tenham produzido Bíblias de estudo semelhantes nos últimos anos, a Bíblia Vida
Nova continua muito procurada. Mais de 200 mil exemplares foram vendidos. Russell Shedd diz: "As
pessoas comentam constantemente como (a Bíblia) tem sido importante para elas".
Para muitos cristãos brasileiros, o nome Russell Shedd é praticamente sinônimo de Edições Vida
Nova. Desde seu início humilde em Portugal, EVN cresceu e tornou-se uma das maiores editoras
evangélicas do Brasil. Atualmente, comercializa mais de 175 livros. Mas Russell Shedd ainda enxerga muitos campos inexplorados na literatura evangélica brasileira, e diz: "Ainda temos muito que fazer para melhorar a qualidade de nossa literatura. A área de línguas originais da Bíblia precisa de ajuda. Temos muito pouco sobre os pais da igreja. Muito mais poderia ser publicado sobre os conceitos da Nova Era, do universalismo, do pluralismo religioso, sobre hermenêutica, além de comentários de alto nível".

Moldando uma geração:

Embora a publicação de livros no Brasil fosse uma tarefa importante para Russell Shedd, ela não
estava no centro de seu coração. Em 1965, quando recebeu um convite para lecionar na Faculdade
Teológica Batista de São Paulo (FTBSP), ele reconheceu a clara orientação de Deus. "Era o que eu
queria fazer, para o que originalmente me preparei", ele diz. Russell Shedd ensina principalmente
nas áreas de Novo Testamento e de hermenêutica, atuando também no programa de mestrado.
Nas décadas de 60, 70, 80 e 90, os alunos sempre se matricularam animados para suas aulas não por
serem academicamente fáceis, mas porque queriam assimilar um pouco da análise penetrante das
Escrituras feita por ele. Russell Shedd tornou-se conhecido como o professor que podia apontar a
mensagem central de uma passagem bíblica, pois estava ativamente em contato com seu Autor. Seu
espírito humilde sempre lhe permitiu orientar os alunos na aplicação direta da Palavra de Deus em
suas vidas e ministérios. Suas raízes latino-americanas parecem colocá-lo em vantagem sobre outros
professores estrangeiros quanto à identificação das necessidades e dos problemas dos alunos.
Ary Velloso, formado pela FTBSP e pastor da Igreja Batista do Morumbi, em São Paulo, conta uma
história pungente que revela a comunicação de Russell Shedd com os alunos e também uma faceta
de seu caráter. Ary Velloso diz que um dia Russell Shedd recebeu um misterioso depósito em sua
conta bancária. Em vez de apressar-se para gastar o dinheiro, discutiu o assunto com a esposa. "Fico
pensando no propósito de Deus para esse dinheiro", ele refletiu.
Algum tempo depois, em uma noite no seminário, aconteceu de ele chegar cedo na sala de aula,
onde havia apenas um aluno, ajoelhado, perto de sua cadeira, chorando. Ao cumprimentá-lo, ele viu
que o aluno havia chorado e perguntou: "Qual é o problema?". O aluno explicou que um de seus
filhos havia morrido de leucemia. Agora, seu segundo filho demonstrava sintomas semelhantes. O
médico havia prescrito determinado exame para o menino, mas ele não tinha condições de pagá-lo.
Russell Shedd sorriu. "Suas orações já foram atendidas", disse ao aluno. "Deus colocou o dinheiro em
minha conta justamente para sua necessidade." Sentando-se, preencheu um cheque referente à
quantia necessária e entregou-o ao aluno espantado.
Outro ex-aluno da FTBSP, Eulália de Andrade Pacheco Kregness, lembra que ele sempre tinha tempo
para ouvir os alunos. "No corredor, na sala de aula ou em seu escritório, ele parava para conversar",
ela conta. Muitos compartilhavam pedidos de oração. Semanas ou meses depois, ele perguntava
especificamente sobre o que havia acontecido. "Você sabia que ele se importava e que estivera
orando por aquele pedido", diz ela. O estilo expositivo de ensino e de pregação do Doutor Shedd moldou toda uma geração de futuros líderes eclesiásticos brasileiros. Ele comenta: "Os jovens formados de nosso seminário têm uma perspectiva muito diferente daquela da geração mais antiga. Eles são mais abertos, desejam trabalhar com outros grupos evangélicos, são mais flexíveis em estilos de culto...". Embora não seja o único responsável por essa tendência, Russell Shedd certamente exerceu um papel fundamental.
A dedicação de Russell Shedd à educação teológica no Brasil também é provada por sua rejeição de
convites para lecionar em seminários nos Estados Unidos. Em 1967, foi convidado a lecionar em um
grande seminário batista em Denver, no estado do Colorado. Durante as licenças regularmente
programadas nos Estados Unidos, ele decidiu tentar esse trabalho como experiência. Ensinou ali por
dois anos em licenças separadas. Durante esse período, Shedd dizia: "Nunca senti que é isso que
Deus quer que façamos". Ele sempre voltava para o Brasil com o sentimento de que "sou mais útil
aqui (no Brasil)".
Outra escola, a Trinity Evangelical Divinity School, nos arredores de Chicago, concedeu-lhe
oportunidade de lecionar durante sua licença de um ano. O Bethel Theological Seminary, em St. Paul,
no estado de Minnesota, também queria que o Dr. Shedd se candidatasse para fazer parte da
diretoria da escola, mas ele declinou o convite. Depois teve oportunidade de lecionar no Wheaton
Graduate School, onde atuou durante um semestre como professor de missões. Ele diz: "Quando
(Patrícia e eu) orávamos sobre isso, os convites de fato reforçavam o chamado de Deus para missões
no Brasil".

Um conferencista requisitado:

Lecionando havia dez anos na FTBSP, Russell Shedd recebeu um convite para falar em uma
conferência missionária nacional patrocinada pela Aliança Bíblica Universitária (ABU) em Curitiba. Erasua primeira participação em uma conferência de âmbito nacional, e isso marcou o início de um
ministério como orador que o levaria às fronteiras do Brasil e ao exterior.
Depois de falar no congresso Geração 79, da Mocidade Para Cristo, "sempre houve mais convites
(para pregações e preleções) do que eu podia aceitar". Muitos pastores que tentaram agendá-lo
para seus púlpitos descobriram que é necessário planejar com pelo menos um ano de antecedência.
A influência de Russell Shedd muitas vezes estendeu-se para fora do Brasil. De 1982 a 1988, por
exemplo, ele foi membro da comissão teológica da World Evangelical Fellowship. Durante esses anos, escreveu diversos capítulos para livros sobre oração, justificação, culto, igreja e justiça social.
Em 1986, ele foi à Índia para uma série de reuniões sob o patrocínio da Visão Mundial. Ele também
fez muitas preleções em Cingapura e no Havaí para o Haggai Institute, organização evangélica
internacional para treinamento de líderes. No Brasil, tem prestado serviços à comissão de tradução
da Nova Versão Internacional baseada na Bíblia mais vendida nos Estados Unidos.
Suas aulas e sermões bíblicos muitas vezes tornaram-se base para livros. Tão Grande Salvação, sua
primeira obra em português, nasceu de mensagens sobre o livro de Efésios apresentadas na
conferência da ABU, em Curitiba. Desde então, ele produziu nove outros livros e dezenas de artigos
para periódicos.

Filhos em dois continentes:

Embora muitos comparem o processo de escrita de um livro com a gravidez e o nascimento, Russell
Shedd tem outros filhos que ele considera mais importantes. "Tem sido uma grande alegria", ele
comenta, "ver nossos cinco filhos andando com o Senhor e procurando servi-lo".
Timothy, o primogênito de Shedd, foi o único filho nascido nos Estados Unidos, antes de sua
chegada em Portugal. Ele leciona matemática em uma escola pública em Englewood, no estado do
Colorado, e tem duas filhas.
Nathanael, nascido em Portugal, é casado e programador de dados no Wheaton College, em
Wheaton, estado de Illinois. Peter também nasceu em Portugal. É casado e reside na Alemanha.
Helen é solteira e mora com seus pais em São Paulo. Ela ministra a líderes que trabalham com
crianças de rua e é aluna do curso de mestrado em teologia do Novo Testamento na FTBSP.
Joy estuda enfermagem. É casada e mora na Alemanha. Ela serviu durante dois anos no navio
missionário Doulos, onde conheceu o marido.

Certo enigma:

Mais de 30 anos no país deram a Russell Shedd uma perspectiva singular da igreja evangélica
brasileira. Um dos avanços emocionantes durante esse período tem sido o interesse do país em
missões mundiais, que vem crescendo intensamente. Ele cita Edison Queiroz, um de seus ex-alunos
na FTBSP, como pioneiro desse movimento. Edison Queiroz foi presidente do COMIBAM (Comissão Missionária ibero-americana), organização formada para promover o treinamento e o envio de missionários transculturais latino-americanos.
Outra tendência que Russell Shedd ressalta é um interesse nacional em reavivamento. Ele percebe
"uma expectativa, uma espera no Senhor, e algumas coisas incomuns acontecendo" em igrejas onde
ministrou. Finalmente, ele identifica uma abertura maior quanto a grupos carismáticos entre as denominações protestantes tradicionais. "O muro divisório está ruindo", ele diz. "Hoje muitas igrejas estão dispostas a reconsiderar sua postura em relação ao movimento carismático."
Ele mesmo tem constituído certo enigma para batistas brasileiros tradicionais, com quem está
associado no nível de igrejas locais. Embora seja firme defensor das doutrinas batistas baseadas na
Bíblia, ele desafia as tentativas de colocar um rótulo denominacional em sua teologia. Para ele, a
fidelidade às Escrituras é mais importante do que a lealdade a um grupo ou a outro. Há quem fique
perplexo com essa abordagem que não se prende a regras, mas a maioria das pessoas tem profundo
respeito por seu caráter cristão. Mesmo alguns que discordam de suas posições teológicas, sem
dúvida ouvem atentamente sua interpretação de passagens bíblicas centrais.
Russell Shedd parece ter a rara capacidade de discordar de maneira gentil. Um bom exemplo dessa
qualidade são suas idéias acerca da escatologia. Ao mesmo tempo em que ressalta os perigos da
concepção liberal da história chamada "escatologia realizada", ele critica a linha escatológica de Hal
Lindsey, que sugere que "os eventos do fim não têm realmente nada a ver conosco". A verdade, ele
salienta, encontra-se em outro lugar, em uma perspectiva que despreza uma cronologia detalhada
de eventos e enfatiza a responsabilidade sensata da igreja pela evangelização mundial diante da
volta de Cristo, após um período de sofrimento e martírio.

Sua despedida: 


Após uma intensa luta contra um câncer, na madruga do dia 26 de novembro de 2016. Dr. Russel falece aos 87 anos. Seu estado de saúde tinha piorado muito e ele três dias antes havia pedido a equipe médica que fosse transferido para a sua casa, pois sabia que seus últimos momentos estavam chegando e ele gostaria de estar ao lado do seus e de sua esposa. A confirmação de seu falecimento veio através de uma carta publica divulgada pela Editora Nova Vida. 

Carta esta que o leitor pode ler na integra abaixo:

"Com enorme pesar, informamos que nosso fundador e presidente emérito, o dr. Russell Phillip Shedd, faleceu na madrugada de hoje.
Juntamente com a igreja brasileira, lamentamos profundamente a perda deste servo valoroso, que deixará uma lacuna irreparável. Ainda assim, alegramo-nos no Senhor por saber que ele, tal como o Apóstolo Paulo, combateu o bom combate, terminou a carreira, guardou a fé e tem reservada para si a coroa da justiça.
Fiel mensageiro da Palavra, o dr. Shedd foi incansável em seu ministério, tendo percorrido todo o Brasil como conferencista e professor, pregando e palestrando em congressos, igrejas, seminários e faculdades de Teologia. Foi exemplo extraordinário de uma vida de amor à Palavra. A literatura e o ensino teológicos no Brasil devem muito à incansável, inspiradora e comovente dedicação desse grande servo de Deus."

Ele deixa a esposa, dona Patricia Shedd, com quem foi casado por 59 anos, além de 5 filhos (Timothy, Nathanael, Pedro, Helen e Joy), 14 netos (Laura, Kelley, Rebecca, Katherine, Leander, Cayenne, Henry, Jonathan, Michael, Stephanie, Evelyn, Scott, Susan e Katie) e uma bisneta (Izabella).

O velório será a partir de amanhã (27/11) na Igreja Bíblica Evangélica da Comunhão, Rua Tito 240, Vila Romana – São Paulo. O enterro será na próxima quarta-feira (30/11) no Cemitério da Paz, Rua Doutor Luiz Migliano, 644, São Paulo.

Videos:

 Ultima mensagem de Russell Shedd

Salvação não se perde
 

Seriados : The Walking Dead e sua ligação com o cristianismo.

The Walking Dead, produzida pela AMC, é uma das séries de maior sucesso nos EUA e no mundo. Não raro, vemos notícias de que algum recorde de audiência foi quebrado pela produção, que se baseia em HQ de mesmo nome.A ultima temporada  retornou de um hiato de dois meses, com o marcante nono episódio da sexta temporada.E entre sangue e tripas, costumeiros em obras que se passam num mundo tomado por zumbis, foi possível notar, mais uma vez, o tom cristão e conservador da série.Fato que inclusive foi comentado por conservadores e cristãos no Facebook, logo após o término deste novo episódio.Se em outras oportunidades a série, que possui dois pares gays, apresentou tal caráter de maneira mais sutil, a partir dos conflitos vividos pelos personagens e das decisões que são obrigados a tomar – é um mundo cruel, que faz alusão direta ao nosso mundo, trocando apenas as ameaças reais que vivemos por zumbis –, desta vez a mensagem ficou evidente.Quando está prestes a sair de dentro de uma igreja aonde se refugiava para confrontar uma horda zumbi, o personagem de um padre é interpelado por uma pessoa que se escondia com ele na igreja.
Padre Gabriel "O exitante"
Foi um espanto para todos os presentes sua atitude de pegar um facão e ir de encontro aos zumbis,
visto que no decorrer da série o padre foi construído como um covarde, sempre hesitante quanto a enfrentar a ameaça zumbi.Mas o padre explicou: “Nós estávamos orando juntos por toda a noite. Orando para que Deus salve a nossa cidade. Nossas orações foram atendidas. Deus vai salvar Alexandria [cidade em que vivem os personagens principais da série]. Por que Deus nos deu a coragem para que a salvássemos.”E saiu. Foi de encontro ao inimigo, de peito estufado e com a coragem que Deus lhe deu.Além de apresentar novamente que, para parte do elenco, Deus é um referencial, a cena faz alusão direta a passagens importantes, como 2ª Timóteo 4:7 e Tiago 2:26.A fé sem obras é morta. Em The Walking Dead, vemos um cristianismo ativo e combativo, com personagens que não esperam tudo de Deus, antes entendem que Deus os capacita para agir.

PS: Estamos em fase de estudos, em breve postaremos uma matéria sobre o "Apocalipse Zumbi" e suas referencias bíblicas... Em breve!