sábado, 28 de fevereiro de 2015

Troll News: Pastor foge do "Devorador"!

Bruno Monteiro, Pastor da Assembleia de Deus Monte Santo em Teresópolis na região serrana do estado do Rio de Janeiro acertou na cela a bolada de trinta e um milhões e seiscentos mil reais. 


Segundo o seu testemunho ele recebeu 
uma revelação em sonhos para prosperar aonde ele via os seguintes números: 09-14-21-26-36 e 52, ao acordar ele foi direto a loteria e fez a sua "fezinha". Segundo ele, nunca tinha havido jogado em coisa alguma, mas desta vez teria sido diferente pois foi uma ordem do próprio Altíssimo. Foi ai então que correu o concurso de numero 1.480 da Mega Sena e o Pastor "iluminado" matou no peito esta grana.

Mas e agora o que fazer com o dinheiro, já que é tanto? Ajudar uma instituição, os irmãos mais necessitados, fazer melhorias na igreja ou na comunidade? Que nada o Pastor Bruno, sacou o dinheiro do bilhete e na surdina ele e família meteram o pé, largando tudo para traz!
Mas foi ai que a coisa ficou estranha, pois os fieis entraram na justiça contra o Pastor Bruno alegando que ele fazia jogos com o dinheiro da Igreja e assim sendo todos deveriam ser beneficiados com esta"benção". Só resta saber agora aonde o Pastor Bruno vai entregar o seu dizimo...

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Sermões Históricos: Pecadores nas Mãos de um Deus Irado (1741)


A história conta que Jonathan Edwards, grande pregador do século
XVIII, pregou um sermão em 8 de julho de 1741, na cidade de
 Enfield no estado de Connecticut, EUA. Esse sermão é intitulado 'Pecadores nas mãos de um Deus irado', bem conhecido. Até aí nenhum problema, mas é agora que vem o X da questão.
Naquela época não existiam lâmpadas, então a didática era a seguinte: o pregador escreve o sermão, acende uma lamparina e lê o que escreveu. Extremamente didático e interessante. Mas dizem que enquanto Jonathan Edwards lia o seu sermão, as pessoas que o escutavam choravam desesperadamemte e se agarravam às colunas dizendo que sentiam o chão se abrir e o que o inferno estava sugando-as.
Esse é o poder da Palavra de Deus! Não há didática que limite o seu poder, não há orador que a impeça de impactar corações. Essa Palavra constrange, vivifica e transforma. 
Não deixe de ler a Bíblia e buscar ao Senhor! Não deixe que as armadilhas deste século te prendam e te afastem de Deus! Não deixe para amanhã! 

'Eis que vem o dia do SENHOR, horrendo, com furor e ira ardente, para pôr a terra em assolação, e dela destruir os pecadores.' Isaías 13.9






Pecadores nas Mãos de um Deus Irado
por
Jonathan Edwards


Sermão pregado em 08 de Julho de 1741 em Enfield, Connecticut - EUA 

“... A seu tempo, quando resvalar o seu pé” (Deuteronômio 32.35).

Nesse versículo os ímpios e incrédulos israelitas, que eram o povo visível de Deus, e que viviam debaixo de Sua graça, são ameaçados com a vingança do Senhor. Apesar de todas as obras maravilhosas que Deus operara em favor desse povo, este permanecia sem juízo e destituído de entendimento, como está escrito no versículo 28. e mesmo sob todos os cuidados do céu produziram fruto amargo e venenoso, conforme verificamos nos dois versículos anteriores.
A declaração que escolhi para meu texto, "A seu tempo, quando resvalar o seu pé", parece subentender as seguintes questões, relativas à punição e destruição que aqueles ímpios israelitas estavam sujeitos a sofrer:

1. Que eles estavam sempre expostos à destruição , assim como está sujeito a cair todo aquele que se coloca de pé, ou anda por lugares escorregadios. A maneira como serão destruídos vem aí representada pelo deslize de seus pés. A mesma citação encontramos no Sl 73.18-19, "Tu certamente os pões em lugares escorregadios, e os fazes cair na destruição".

2. Faz supor também que estavam sempre sujeitos a uma súbita e inesperada destruição, à semelhança daquele que anda por lugares escorregadios e a qualquer instante pode cair. O ímpio não consegue prever se, num momento, ficará de pé, ou se, em seguida, cairá. Quando cai, cai subitamente, sem aviso, como está escrito, também, no Sl 73.18-19, "Tu certamente os põe em lugares escorregadios, e os fazes cair na destruição. Como ficam de súbito assolados! Totalmente aniquilados de terror!"

3. Outra coisa implícita no texto é que os ímpios estão sujeitos a cair por si mesmos, sem serem derrubados pelas mãos de outrem, pois aquele que se detém ou anda por terrenos escorregadios não precisa mais do que seu próprio peso para cair por terra.

4. E também a razão pela qual ainda não caíram, e não caem, é por não haver chegado ainda o tempo determinado pelo Senhor. Pois está escrito que quando este tempo determinado, ou escolhido, chegar, seu pé irá resvalar. E então serão entregues à queda, para a qual já estão predispostos por causa do próprio peso. Deus não os susterá mais em lugares escorregadios, mas vai deixá-los sucumbir. Então, nesse exato momento, cairão em destruição, à semelhança daqueles que transitam em terrenos escorregadios, à beira de precipícios, e não conseguem se manter de pé sozinhos,caindo imediatamente e se perdendo ao serem abandonados.
Eu insistira agora num exame maior das seguintes palavras: não há nada, a não ser a boa vontade de Deus, que impeça os ímpios de caírem no inferno a qualquer momento.
Por mera boa vontade de Deus, me refiro à sua vontade soberana, ao seu livre arbítrio, o qual não é restringido por nenhuma obrigação, nem tolhido por qualquer tipo de dificuldade. Em última análise, sob qualquer aspecto, nada, exceto a vontade de Deus, tem poder para preservar os ímpios da destruição por um instante sequer. 

A verdade dessa observação transparecerá nas seguintes considerações:

1. Não falta poder a Deus para lançar os ímpios no inferno a qualquer momento. A mão dos homens não é suficientemente forte quando Deus se levanta. O mais forte deles não tem poder para resistir-lhe, e ninguém consegue se livrar de suas mãos.Ele não só pode lançar os ímpios no inferno, como pode fazê-lo com a maior facilidade. Muitas vezes, uma autoridade terrena encontra grande dificuldade em dominar um rebelde, o qual acha meios de se fortalecer e se tornar mais poderoso pelo número de seguidores que alicia. Mas com Deus não é assim. Não há força que resista ao seu poder. Mesmo que as mãos se unam, e que enormes multidões de inimigos do Senhor juntem suas forças e se associem, serão todos facilmente despedaçados. São como montes de palha seca e leve diante de um furacão, ou como grande quantidade de restolho perto de chamas devoradoras. Nós achamos fácil pisar e esmagar uma lagarta que se arrasta pelo chão. Achamos fácil também cortar ou chamuscar um fio de linha fino que segura alguma coisa. Então, é simples para Deus, quando lhe apraz, lançar seus inimigos no inferno profundo. Quem somos nós, que imaginamos poder resistir Àquele ante cuja repreensão a terra treme, e perante quem as pedras tombam?

2. Eles merecem ser lançados no inferno. Assim, a justiça divina não se interpõe no caminho dos ímpios; nem faz objeção pelo fato de Deus usar seu poder para destruí-los a qualquer momento. Muito pelo contrário, a justiça fala assim da árvore que produz frutos maus: "... pode cortá-la; para que está ela ainda ocupando inutilmente a terra?" (Lc 13.7). A espada da justiça divina está o tempo todo erguida sobre suas cabeças, e somente a mão de absoluta misericórdia e a mera vontade de Deus podem detê-la.

3. Os ímpios já estão debaixo da sentença de condenação ao inferno. Eles não só merecem ser lançados ali, mas a sentença da lei de Deus, esse preceito de eterna e imutável retidão que o Senhor estabeleceu entre si mesmo e a humanidade, também se coloca contra eles, e assim os mantém. Portanto, tais homens já estão destinados ao inferno. "...o que não crê já está julgado." (Jo 3.18). Assim, todo impenitente pertence, verdadeiramente, ao inferno. Ali é o seu lugar, ele é de lá, como temos em João 8.23: "vós sois cá debaixo" e para lá é destinado. Este é o lugar que a justiçam, a Palavra de Deus e a sentença de sua lei imutável reservam para ele.

4. Assim sendo, eles são objetos da ira e da indignação de Deus, que se manifesta através dos tormentos do inferno. E a razão de não descerem ao inferno agora mesmo não é pelo fato do Senhor, em cujo poder se encontram, estar menos irado com eles no momento, ou, pelo menos, não tão encolerizado como está com aquelas miseráveis criaturas a quem ele atormenta no inferno, as quais experimentam e sofrem ali a fúria de sua indignação. Sim, Deus se acha muito mais furioso com um grande número de pessoas que está vivendo na terra agora, talvez de modo mais tranqüilo e confortável, do que com muitos daqueles que estão experimentando as chamas do inferno. Portanto, a razão porque Deus ainda não abriu a sua mão e os liquidou, não é por ele não se importar com suas iniqüidades, ou não se ofender. O Senhor não se parece com eles, embora pensem que sim. A fúria de Deus arde contra eles, sua condenação não demora. O abismo está preparado, o fogo está pronto, a fornalha incandescente está ardendo, pronta para recebê-los. As chamas vermelhas queimam. A espada luminosa foi afiada e pesa sobre suas cabeças. O inferno abriu a sua boca debaixo deles.

5. O diabo está pronto a cair sobre os ímpios, para apoderar-se deles como coisa sua, no momento em que Deus o permitir. Eles lhe pertencem, suas almas encontram-se em seu poder e sob seu domínio. As Escrituras os apresentam como propriedade de satanás (Lc 11.21). Os demônios os espreitam, estão sempre ao seu lado, à sua direita, esperando por eles como leões esfaimados e enfurecidos que vêem a presa, aguardando a hora de agarrá-la, mas são restringidos por enquanto. Se Deus retirasse sua mão, a qual os refreia, eles cairiam sobre suas pobres almas num instante. A velha serpente está pronta a dar o bote. O inferno escancara sua boca para recebê-los. E se Deus permitisse, seriam rapidamente engolidos e consumidos.

6. Nas almas dos pecadores reinam aqueles princípios diabólicos que os faria arder agora mesmo no inferno, se não fosse a restrição imposta por Deus. Existe na própria natureza carnal do homem uma potencialidade alicerçando os tormentos do inferno. Há aqueles princípios corruptos que agem de maneira poderosa sobre eles, que só dominam completamente, e que são sementes do fogo do inferno. Esses princípios são ativos e poderosos, de natureza extremamente violenta, e se não fosse a mão restringidora do Senhor sobre eles, seriam logo destruídos. Iriam arder em chamas da mesma forma que a corrupção e a rebeldia fazem arder os corações das pessoas condenadas, gerando nelas os mesmos tormentos. As almas dos ímpios são comparadas nas Escrituras com o mar agitado (Is 57.20). Por enquanto Deus controla as iniqüidades deles pelo seu imenso poder, como faz com as ondas enfurecidas do mar, dizendo: "virão até aqui, mas não prosseguirão." Mas se Deus retirasse deles seu poder refreador, seriam todos tragados por elas. O pecado é a ruína e a miséria da alma. Ele é destrutivo pela própria natureza. E se Deus o deixasse sem controle, não seria preciso mais nada para tornar as almas humanas absolutamente miseráveis. A corrupção no coração do homem é algo cheio de fúria incontrolável e sem freio. Enquanto os pecadores viverem aqui, essa fúria será como fogo reprimido pelas restrições divinas. Ao passo que, se fosse liberada, incendiaria o curso natural da vida. E como o coração é um poço de pecado, este mesmo pecado iria imediatamente transformar a alma num forno incandescente ou numa fornalha de fogo e enxofre, caso não fosse restringido.

7. O fato de não haver sinais visíveis da morte por perto, não quer dizer que haja, por um momento, sequer segurança para os ímpios. O fato do homem natural ter boa saúde, de não prever que poderia deixar este mundo num minuto por um acidente, de não haver perigo visível à sua volta, nada disso lhe ser vê de segurança. Contínuas e inúmeras experiências humanas, em todas as épocas, nos mostram que não existem provas de que o homem não esteja à beira da eternidade, ou de que seu próximo passo não venha a ser no outro mundo. Os caminhos e meios, invisíveis e imprevistos, de chegar lá são incontáveis e inconcebíveis. Os homens não convertidos caminham por cima das profundezas do inferno, sobre uma superfície frágil onde existem varias áreas quebradiças, também invisíveis, as quais não conseguirão agüentar o seu peso. As flechas da morte voam ao meio-dia sem serem vistas. O olhar mais atento não pode distingui-las. Deus tem muitas maneiras diferentes e misteriosas de tirar os homens pecadores do mundo e despachá-los para o inferno. Não há nada que faça crer que o Senhor precise de ajuda de um milagre, ou que necessite se desviar do curso natural de sua providência para destruir qualquer pecador, a qualquer momento. Desde que todos os meios para fazer os ímpios deixarem este mundo estão de tal forma nas mãos de Deus, tão absoluta e universalmente sujeitos ao seu poder e determinação, segue-se que a ida dos pecadores para o inferno, a qualquer momento, depende simplesmente da vontade de Deus – quer usando meios ou não.

8. O cuidado e a prudência dos homens naturais em preservar suas vidas, ou o cuidado de terceiros em preservá-las, não lhes dá segurança por um momento sequer. A providência divina e a experiência humana testificam isso. Existem evidências claras de que a sabedoria dos homens não lhes é segurança contra a morte. Se não fosse assim, haveria uma diferença entre a morte prematura e inesperada de homens sábios e prudentes, e dos demais. Mas, o que realmente acontece? "Como morre o homem sábio? Assim como um tolo." (Ec 2.16).

9. Todo o esforço e artimanha dos ímpios para escaparem do inferno não os livram do mesmo, nem por um momento, pois continuam a rejeitar a Cristo, e portanto permanecem ímpios. Quase todos os homens naturais que ouvem falar do inferno alimentam a ilusão de que vão escapar dele. Quanto a sua própria segurança, confiam em si mesmos. Vangloriam-se do que fizeram, do que estão fazendo e do que pretendem fazer. Cada um traça seu próprio plano, pensa em evitar a condenação, e se vangloria e que irá tramar tão bem todas as coisas que seu esquema, com certeza, não falhará. Na verdade, eles ouvem dizer que poucos se salvam, e que a maior parte dos homens que já morreram foram para o inverno; mas cada um deles se imagina capaz de planejar melhor a própria fuga, do que os outros puderam fazer. Dentro de si mesmos dizem que não pretendem ir para esse lugar de tormento, e que pretendem tomar todo o cuidado necessário, esquematizando as coisas de tal forma na ao terem possibilidade de falhar. 
Mas os insensatos filhos dos homens iludem-se miseravelmente quanto a seus próprios planos. A confiança que depositam na própria força e sabedoria é o mesmo que confiar na fragilidade de uma sombra. A maior parte daqueles que antes viveram debaixo da dispensação da graça, e agora estão mortos, sem dúvida alguma foram para o inferno. E não é por terem sido menos espertos do que os que ainda estão vivos, nem por terem planejado as coisas de tal forma que não lhes assegurou o escape. Se pudéssemos falar com eles, um a um, e perguntar-lhes se, quando vivos, esperavam ser vítimas de tamanha miséria, sem dúvida ouviríamos todos dizer: "Não, eu nunca pensei em vir para cá. Eu tinha esquematizado as coisas de maneira bem diferente. Pensei que iria conseguir algo melhor para mim, que meu plano era adequado. Pensei em me precaver melhor, mas tudo aconteceu de maneira tão repentina. Não esperava por isso naquela época, e nem daquela maneira. Mas tudo veio como um ladrão. A morte foi mais esperta que eu. A ira de Deus foi rápida demais para mim. Oh!, maldita insensatez! Eu me gabava, e me deleitava em sonhos vãos quanto ao que faria no futuro. E justamente quando eu mais falava de paz e segurança, me sobreveio uma súbita destruição." 
10. Deus não se sujeita a nenhuma obrigação, nem a nenhuma promessa de manter o homem natural fora do inferno por um momento sequer. Ele não fez absolutamente nenhuma promessa de vida eterna, ou de libertação ou proteção da morte eterna, senão àquelas que estão contidas na aliança da graça – as promessas concedidas em Cristo, no qual todas as promessas são o sim e o amém. Mas obviamente os que não são filhos da aliança da graça não têm interesse na mesma, pois não crêem em nenhuma das suas promessas, e nem têm o menor interesse no Mediador dessa aliança.
Portanto, apesar de tudo que os homens possam imaginar ou pretender sobre promessas de salvação, devido suas lutas pessoais e buscas incessantes, deixamos claro e manifesto que qualquer desses esforços ou orações que se façam em relação à religião, será inútil. A não ser que creiam em Cristo, o Senhor, de modo nenhum Deus está obrigado a conservá-los fora da condenação eterna.
Então, os homens impenitentes estão detidos nas mãos de Deus por cima do abismo do inferno. Eles merecem o lago de fogo e para ele estão destinados. Deus se acha terrivelmente irritado. Seu furor para com eles é tão grande quanto para com aqueles que já estão agora sofrendo o suplício da fúria de sua ira no inferno. Esses ímpios não fizeram absolutamente nada para abrandar ou diminuir sua cólera, portanto o Senhor não está de modo algum preso a qualquer promessa de livramento, nem por um momento sequer. O diabo espera por eles, o inferno já escancarou a sua boca para tragá-los. O fogo latente em seus corações agrava-se agora querendo explodir. E como continuam sem o menor interesse no Mediador, não existem meios, ao alcance deles, que lhes possa dar segurança. Em suma, eles não têm refúgio e nada onde se segurar. O que os retém a cada instante é a absoluta boa vontade divina e a clemência sem compromisso, sem obrigação, de um Deus enraivecido.


Essa mensagem pode despertar as pessoas não convertidas para o significado do perigo que estão correndo. Isso que vocês escutaram é o caso de todo aquele que não está em Cristo. Esse mundo de tormento, isto é, o lago de enxofre incandescente, está aberto debaixo de vossos pés. Ali se encontra o terrível abismo de chamas que ardem com a fúria de Deus, e o inferno com sua imensa boca escancarada. E vocês não têm onde se apoiarem, nem coisa alguma onde se segurarem. Não existe nada entre vocês e o inferno, senão o ar, e só o poder e o favor de Deus podem vos suster. 

Provavelmente vocês não têm consciência dessas coisas, acham que vão conseguir se livrar do inferno, e não vêem nisso tudo a mão de Deus. E olham as coisas ao seu redor, como o bom estado de vossa saúde física, os cuidados que tomam de vossas vidas, e os meios que usam para vossa própria preservação. Mas essas coisas não representam nada. Se Deus retirasse sua mal, elas de nada valeriam para impedir-vos a queda; elas valem tanto como a brisa tênue que tenta sustentar uma pessoa no ar. 

Vossas iniqüidades vos fazem pesados como chumbo, pendentes para baixo, pressionados em direção ao inferno pelo próprio peso, e se Deus permitisse que caíssem vocês afundariam imediatamente, desceriam com a maior rapidez, e mergulhariam nesse abismo sem fundo. Vossa saúde, vossos cuidados e prudência, vossos melhores planos, toda a vossa retidão, de nada valeriam para sustentar-vos e conservar-vos fora do inferno. Seria como tentar segurar uma avalancha de pedras com uma teia de aranha. Se não fosse a misericórdia de Deus, a terra não suportaria vocês por um só momento, pois são uma carga para ela. A natureza geme por causa de vocês. A criação foi obrigada a se sujeitar à escravidão, involuntariamente, por causa da vossa corrupção. Não é com prazer que o sol brilha sobre vocês, para que sua luz vos alumie para pecarem e servirem a satanás. A terra não produz de bom grado os seus frutos para satisfazer vossa luxuria. Nem está disposta a servir de palco à exibição de vossas iniqüidades. Não é voluntariamente que o ar alimenta vossos corpos, mantendo viva a chama dos vossos corpos, enquanto vocês gastam a vida servindo os inimigos de Deus. As coisas criadas por Deus são boas e foram feitas para o homem, por meio delas, servisse ao Senhor. Não é com prazer que prestam serviço a outros propósitos, e gemem quando são ultrajadas ao servirem objetivos tão contrários à sua finalidade e natureza. E a própria terra vomitaria vocês se não fosse a mão soberana d'Aquele a quem vocês tanto tem ofendido. Eis aí as nuvens negras da ira de Deus pairando agora sobre vossas cabeças carregadas por uma tempestade ameaçadora, cheia de trovões. Não fosse a mão restringidora do Senhor, elas arrebentariam imediatamente sobre vocês. A misericórdia soberana de Deus, por enquanto, refreia esse vento impetuoso, do contrário ele sobreviria com fúria, vossa destruição ocorreria repentinamente, e vocês seriam como palha dispersada pelo vento. 

A ira de Deus é como grandes águas represadas que crescem mais e mais, aumentam de volume, até que encontram uma saída. Quanto mais tempo a correnteza for reprimida, mais rápido e forte será o seu fluxo ao ser liberada. É verdade que até agora ainda não houve um julgamento por vossas obras más. A enchente da vingança de Deus encontra-se represada. Mas, por outro lado, vossa culpa cresce dava dez mais, e dia a dia vocês acumulam mais e mais ira contra si mesmos. As águas estão subindo continuamente, fazendo sua força aumentar mais e mais. Nada, a não ser a misericórdia de Deus, detém as águas, as quais não querem continuar represadas e forçam uma saída. Se Deus retirasse sua mão das comportas, elas se abririam imediatamente e o mar impetuoso da fúria e da ira de Deus iria se precipitar com furor inconcebível, e cairia sobre vocês com poder onipotente. E mesmo que vossa força fosse dez mil vezes maior do que é, sim, dez mil vezes maior do que a força do mais forte e vigoroso diabo do inferno, não valeria nada para resistir ou deter a ira divina. 

O arco da ira de Deus já está preparado, e a flecha ajustada ao seu cordel. A justiça aponta a flecha para vosso coração, e estica o arco. E nada, senão a misericórdia de Deus – um Deus irado! – que não se compromete e a nada se obriga, impede que a flecha se embeba agora mesmo do vosso sangue. Assim estão todos vocês que nunca experimentaram uma transformação real em vossos corações pela ação poderosa do Espírito do Senhor em vossas almas – todos vocês que não nasceram de novo, nem foram feitos novas criaturas, ressurgindo da morte do pecado para um estado de luz, e para uma vida nova nunca experimentada antes. Por mais que vocês tenham modificado a conduta em muitas coisas, e tenham possuído simpatias religiosas, e até mantido uma forma pessoal de religião com vossas famílias e em particular, indo à casa do Senhor, sendo até severos quanto a isso, mesmo assim vocês estão nas mãos de um Deus irado. Somente sua misericórdia vos livra de ser, agora, neste momento, tragados pela destruição eterna. Por menos convencidos que vocês estejam agora quanto às verdades ouvidas, no porvir serão plenamente convencidos. Aqueles eu já se foram, e que estavam na mesma situação que a vossa, percebem que foi exatamente isso que lhes aconteceu, pois a destruição caiu de repente sobre muitos deles, quando menos esperavam, e quando mais afirmavam vier em paz e segurança. Agora eles vêem que aquelas coisas nas quais puseram sua confiança para obter paz e segurança eram nada mais que uma brisa ligeira e sombras vazias. 

O Deus que vos mantém acima do abismo do inferno vos abomina; ele está terrivelmente irritado e seu furor contra vocês queima como fogo. Ele vê vocês como apenas dignos de serem lançados no fogo. E seus olhos são tão puros que não podem tolerar tal visão. Vocês são dez mil vezes mais abomináveis a seus olhos do que é a mais odiosa das serpentes venenosas para olhos humanos. Vocês o têm ofendido infinitamente mais do que qualquer rebelde obstinado ofenderia a um governante. No entanto, nada, a não ser a sua mão, pode impedir-vos de cair no fogo a qualquer momento. O fato de vocês não terem ido para o inferno a noite passada e de terem tido permissão para acordar ainda aqui neste mundo, depois de terem fechado os olhos ontem para dormir, atribui-se ao mesmo favor. Não existe outra razão porque vocês não foram lançados no inferno ao se levantarem pela manhã, a não ser o fato da mão de Deus ter-vos sustentado. E não existe outra razão porque vocês não caiam no inferno neste exato momento. 

Oh!, pecador, pense no perigo terrível que se encontra! É sobre uma grande fornalha de furor, sobre um abismo imenso e sem fim, cheio do fogo da ira, que você está pendurado, seguro pela mão de Deus, cujo furor acha-se tão inflamado contra você, como contra muitas pessoas já condenadas no inferno. Você está suspenso por uma linha tênue, com as chamas da cólera divina lampejando à tua volta, prontas para atearem fogo e queimar-te por inteiro. E você continua sem interesse no Mediador, sem nada onde se agarrar para poder se salvar, nada que possa afastar as chamas da cólera divina, nada de teu próprio, nada que tenha feito ou possa vir a fazer, para persuadir o Senhor a poupar tua vida por um minuto sequer. Considere, então, mais detidamente, vários aspectos dessa cólera que te ameaça com tão grande perigo. 

1. A quem pertence essa ira? É a ira do Deus infinito. Se fosse somente a ira humana, mesmo a do governante mais poderoso, comparativamente seria considerada como coisa pequena. A ira dos reis é bastante temida, principalmente dos monarcas absolutos, que possuem os bens e as vidas de seus súditos inteiramente sob o seu poder, para serem usados quando bem entenderem. "Como o bramido do leão é o terror do rei; o que lhe provoca a ira peca contra a sua própria vida." (Pv 20.2). O súdito que enfurece este tipo de governante arbitrário, sofre os maiores tormentos que se possa conceber, ou que o poder humano possa infligir. Porém, os maiores principados da terra, em toda a sua grandeza, majestade e poder, mesmo revestidos de seus grandes terrores, não são mais do que vermes débeis e desprezíveis que rastejam no pó, quando comparados com o grande e todo-poderoso criador e rei dos céus e da terra. Mesmo quando estão enraivecidos e sua fúria chega ao máximo, é muito pouco o que podem fazer. Os reis da terra são, perante Deus, como gafanhotos. Valem menos que nada. Tanto o seu amor quanto o seu ódio são desprezíveis. A ira do grande Rei dos reis é muito mais terrível do que a deles, tal como é maior a sua majestade. "Digo-vos, pois, amigos meus: não temais os que matam o corpo e, depois disso, nada mais podem fazer. Eu, porém, vos mostrarei a quem deveis temer: temei aquele que depois de matar, tem poder para lançar no inferno. Sim, digo-vos, a esse deveis temer". (Lc 12.4-5). 

2. É à ferocidade de sua ira que vocês estão expostos. Lemos, com freqüência, sobre a ira de Deus, como por exemplo em Is 58.18. "Segundo as obras deles, assim retribuirá; furor aos seus adversários." E também em Is 66.15 "Porque, eis que o Senhor virá em fogo, e os seus carros como um torvelinho, para tornar a sua ira em furor, e a sua repreensão em chamas de fogo." E assim é em muitos outros lugares da Bíblia. Lemos também em ap 19.15: "... o lagar do vinho do furor da ira do Deus todo-poderoso." Essas palavras são incrivelmente aterradoras. Se estivesse escrito apenas a "ira de Deus", isso já nos faria supor algo bastante temível. Mas está escrito "o furor da ira de Deus", ou seja, a fúria de Deus, o furor de Jeová! Oh!, quão terrível deve ser esse furor! Quem pode exprimir ou conceber o que essas palavras contêm? Mas não é apenas isso que está escrito, e sim "o furor da ira do Deus Todo-Poderoso." Essas palavras dão a entender que uma grande manifestação de seu poder onipotente vai acontecer. Através dela ele infligirá aos homens todo o furor de sua ira. Assim como os homens costumam manifestar sua própria força através do furor de sua ira, a onipotência divina irá, da mesma forma, se enfurecer e se manifestar. Então, qual será a conseqüência de tudo isso? O que será do pobre verme que vier a sofrer todo este mal? Que mão serão tão fortes, e que coração conseguirá suportar tanto furor? A que terrível, inexprimível, inconcebível abismo de miséria irá chegar a pobre criatura humana que será vítima disso tudo!

Pensem bem, vocês que estão aqui agora, e que permanecem em estado pecaminoso. O fato de Deus vir a efetivar o furor da sua ira, torna implícito que ele infligirá esse castigo sem compaixão. Quando Deus olhar a indescritível aflição do vosso estado, e vir como vossos tormentos são absolutamente desproporcionais à vossa força, e como vossas pobres almas estão esmagadas, imersas em trevas eternas, não terá compaixão de vocês, não ira deter a execução de sua ira, ou, de forma alguma, tornar mais leve sua mão. Nessa hora Deus não usará de misericórdia para com vocês, nem conterá seu vento impetuoso. Ele não terá consideração para com o vosso bem estar, e nem irá evitar que vocês sofram. Na verdade, fará com que sofram na medida exata que sua rigorosa justiça vier a requerer. Nada será modificado só pelo fato de ser difícil para vocês suportarem. "Pelo que também eu os tratarei com furor; os meus olhos não pouparão, nem terei piedade. Ainda que me gritem aos ouvidos em alta voz, nem assim os ouvirei." (Ez 8.18). Deus está pronto, agora, a usar de compaixão com vocês. Hoje é o dia da misericórdia. Vocês podem clamar neste instante, e ter esperanças de alcançar sua graça. Mas quando o dia da misericórdia passar, vosso lamento, o pranto mais doloroso, os gritos, serão em vão. No que diz respeito ao vosso bem estar, vocês estarão completamente perdidos e alienados de Deus. O Senhor não terá outra opção senão a de entregar-vos ao sofrimento e à miséria. E vocês continuarão não tendo outra perspectiva, pois serão vasos de ira, preparados para a destruição. Não haverá outro uso qualquer para tais vasos, senão o de enchê-los da ira de Deus. Quando clamarem ao Senhor, ele estará tão longe de consolar-vos que, inclusive, está escrito a este respeito que Deus irá, simplesmente, 'rir e zombar' de vocês (Pv 1.25-26).
Vejam quão terríveis são estas palavras do grande Senhor: "O lagar eu o pisei sozinho, e dos povos nenhum homem se achava comigo; pisei as uvas na minha ira; no meu furor as esmaguei, e o seu sangue me salpicou as vestes e me manchou o traje todo." (Is 63.3). É quase impossível se conceber palavras que tragam em si uma manifestação maior destas três coisas: desprezo, ódio e fúria de indignação. Se clamarem a Deus por consolo, ele estará longe de querer vir consolar-vos, ou de querer demonstrar-vos interesse ou favor. Ao contrario, o Senhor simplesmente irá esmagar-vos sob seus pés. E apesar de saber que, ao pisotear-vos, vocês não poderão suportar o peso de sua onipotência, ainda assim ele não vai se importar, e irá esmagar-vos debaixo de seus pés, sem piedade, espremendo o vosso sangue e fazendo com que o mesmo espirre longe, manchando suas vestes, maculando seu traje. Ele não só irá odiar-vos, como devotará a vós o maior desprezo. Lugar algum será considerado próprio para vocês, a não ser debaixo de seus pés, para serem pisados como a lama das ruas.

3. A miséria a que vocês estão sujeitos é aquela que Deus vos infligirá, a fim de demonstrar a força da ira do Senhor, Deus tem em seu coração a intenção de mostrar aos anjos e aos homens, não só a excelência do seu amor, como a severidade de seu furor. Às vezes os governantes da terra resolvem mostrar a força de sua ira através de castigos extremos que mandam infligir sobre aqueles que os enfurecem. Nabucodonosor, o poderoso e arrogante rei do império dos caldeus, demonstrou seu furor quando, ao se irritar com Sadraque, Mesaque e Abdenego, ordenou que se acendesse a fornalha de fogo ardente sete vezes mais do que o normal. Como era de se esperar, a fornalha foi aquecida intensamente, até atingir o mais alto grau que poderia produzir. O grande Deus também quer revelar a sua ira, e exaltar sua tremenda majestade e grandioso poder através dos sofrimentos desmedidos de seus amigos. "Que diremos, pois, se Deus querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos da ira, preparados para a perdição." (Romanos 9.22). E visto que esse é o seu desígnio e o que ele determinou, ou seja, mostrar quão terrível e ilimitada é a ira, a fúria e a indignação do Senhor, ele o mostrará realmente. Será realizado algo horrendo, muito terrível. Quando o grande e furioso Deus tiver se levantado e executado sua terrível vingança sobre o mísero pecador, e o desgraçado estiver sofrendo o peso e o poder infinito de sua indignação, então Deus chamará o universo inteiro para contemplar a imensa majestade e o tremendo poder que nele existe. "Os povos serão queimados como se queima a cal, como espinhos cortados arderão no fogo." "Ouvi vós os que estais longe, o que tenho feito; e vós, que estais perto, reconhecei o meu poder. Os pecadores em Sião se assombram, o tremor se apodera dos ímpios; e eles perguntam: quem dentre nós habitará com o fogo devorador? Quem dentre nós habitará com chamas eternas?" (Isaías 33.12-14).
Assim será com vocês que não são convertidos, se permanecerem neste estado. O poder infinito, a majestade e a grandiosidade do Deus onipotente serão exaltados em vocês através da inexprimível força dos tormentos que vos sobrevirão. Vocês serão atormentados na presença dos santos anjos e na presença do Cordeiro. E quando estiverem nesse estado de sofrimento, os gloriosos habitantes do céu sairão para contemplar esse espetáculo horrendo, e verão como é a fúria do Todo-poderoso. E quando virem todas essas coisas, se prostrarão e adorarão seu grande poder e majestade. "E será que de uma lua nova à outra, e de um sábado a outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o Senhor. Eles sairão, e verão os cadáveres dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e eles serão um horror para toda a carne." (Isaías 66.23-24).

4. É uma ira eterna. Já seria algo terrível sobre o furor e a cólera do Deus Todo-poderoso por um momento. Mas vocês terão de sofrê-la por toda a eternidade. Essa intensa e horrenda miséria não terá fim. Ao olhar para o futuro, vocês verão à frente uma interminável eternidade, de duração infinita, que irá devorar vossos pensamentos e assombrar vossas almas. E vocês irão se desesperar, com certeza, por não conseguirem nenhum livramento, termo, alívio ou descanso para tanta dor. Saberão também, que terão de sofrer até à última gota por longos séculos, por milhões e milhões de anos, lutando e pelejando contra essa vingança inclemente e todo-poderosa. Então, depois de passar por tudo isso, quando tantos séculos vos tiverem consumido, saberão que tudo não passa apenas de uma gota d'água quando comparado ao que ainda resta. Portanto, vosso castigo será, com certeza, infinito. Oh!, quem poderia exprimir o estado de uma alma em tais circunstâncias? Tudo o que pudermos dizer sobre o assunto, vai nos dar, apenas, uma débil e frágil visão da realidade. Ela é inexprimível, inconcebível, pois "Quem conhece o poder da ira de Deus?"
Que horrendo é o estado daqueles que diariamente, a cada hora, se encontram em perigo de sofrer tamanha ira e infinita miséria! Mas esse é o caso sinistro de toda alma que ainda não nasceu de novo, por mais moral, austera, sóbria e religiosa que seja. Queira Deus vocês pensassem em todas essas coisas, sejam jovens ou velhos. Há razões de sobra para acreditar que muitos daqueles que ouviram o evangelho certamente estarão expostos a esse tormento por toda a eternidade. Não sabemos quem são eles, nem o que pensam. Pode ser que estejam tranqüilos agora, escutando esta mensagem sem se perturbarem muito, e que estejam até se gabando de que, no caso deles, conseguirão escapar. Se soubéssemos que dentre os nossos conhecidos existe uma pessoa, uma só, sujeita a sofrer tal tormento como seria doloroso para nós encarar o assunto. Se conhecêssemos essa pessoa, sempre que a víssemos uma tal visão seria terrível para nós. Iríamos todos levantar grande choro, e prantear por sua causa. Mas, infelizmente, em vez de uma pessoa só, é provável que muitos se lembrem destas exortações somente no inferno! E inúmeras pessoas podem estar no inferno em breve tempo, antes mesmo do ano terminar. E aqueles que estão agora com saúde, tranqüilos e seguros, podem chegar lá antes do amanhecer. Todos os que dentre vocês continuarem até o fim em estado natural pecaminoso, e que conseguirem ficar fora do inferno por mais tempo, estarão lá também em breve. Sua condenação não tardará; virá de súbito, e provavelmente para muitos de vocês, de maneira repentina. Vocês têm toda razão em se admirarem de não estar ainda no inferno. É ocaso, por exemplo, de alguns conhecidos seus, que não mereciam o inferno mais do que vocês e que antes aparentavam ter possibilidade de estarem vivos agora tanto quanto vocês. Para o caso deles já não há esperança. Estão clamando lá em extrema penúria e perfeito desespero. Mas aqui estão vocês, na terra dos vivos, cercados pelos meios de graça, tendo a grande oportunidade de obter a salvação. O que não dariam aquelas pobres almas condenadas, desesperadas, pela oportunidade de viver mais um só dia, como que vocês desfrutam neste momento!
E agora vocês têm uma excelente ocasião. Hoje é o dia em que Cristo abre as portas da misericórdia de par em par, e se coloca de pé clamando e chamando em alta voz aos pobres pecadores. Este é o dia em que muitos estão se reunindo a ele, se apressando em chegar ao reino de Deus. Inúmeros estão vindo diariamente do norte, sul, leste e oeste. Muitos que estavam até bem pouco tempo nas mesmas condições miseráveis que vocês estão felizes agora, com os corações cheios de amor por Aquele que os amou primeiro, e os lavou de seus pecados com seu próprio sangue, regozijando-se na esperança de ver a glória de Deus. Como é terrível ser deixado para trás num dia assim! Ver os outros se banqueteando, enquanto vocês estão penando e se definhando! Ver os outros se regozijando e cantando com alegria no coração, enquanto vocês só têm motivos para prantear por causa do sofrimento de seus corações, e de lamentar por causa das aflições e vossas almas! Como podem vocês descansar por um momento sequer em tal estado de alma? Será que vossas almas não são tão preciosas como as almas daqueles que, dia a dia, estão se juntando ao rebanho de Cristo?
Não existem, porventura, muitos que, apesar de estarem há longo tempo neste mundo, até hoje não nasceram de novo, e por isso são estranhos à comunidade de Israel, e nada têm feito durante a vida, a não ser acumular ira sobre ira para o dia do castigo? Oh! senhores, o caso de vocês é, sem dúvida, extremamente perigoso. A dureza de vossos corações e a vossa culpa são imensas. Acaso vocês não vêem como geralmente pessoas de vossa idade são deixadas para trás na dispensação da misericórdia de Deus? Vocês precisam refletir e despertar de vosso sono, pois jamais poderão suportar a fúria e a ira do Deus infinito. E vocês que são rapazes e moças, irão negligenciar este tempo precioso que desfrutam agora, quando tantos outros jovens de vossa idade estão renunciando às futilidades da juventude e acorrendo céleres a Cristo? Vocês têm neste momento uma oportunidade, mas se a desprezarem, sucederá o mesmo que agora está acontecendo com todos aqueles que gastaram em pecado os dias mais preciosos de sua mocidade, chegando a uma terrível situação de cegueira e insensibilidade. E vocês crianças, que não se converteram ainda, não sabem que estão indo para o inferno onde sofrerão a horrenda ira daquele Deus que agora está encolerizado contra vocês dia e noite? Será que vocês ficarão felizes em ser filhos do diabo, quando tantas outras já se converteram e se tornaram filhos santos e alegres do Rei dos reis?
Queira Deus todos aqueles que ainda estão fora de Cristo, pendentes sobre o abismo do inferno, quer sejam senhoras e senhores idosos, ou pessoas de meia idade, quer jovens ou crianças, que possam dar ouvidos agora aos chamados da Palavra e da providência de Deus. Este ano aceitável do Senhor que é um dia de grandes misericórdias para alguns, sem dúvida será um dia de extremo castigo para outros. Quando negligenciam suas almas os corações dos homens se endurece, e a sua culpa aumenta rapidamente. Podem estar certos, porém, que agora será como foi nos dias de João Batista. O machado está posto à raiz das árvores; e toda árvore que não produz fruto, deve ser cortada e lançada no fogo.
Portanto, todo aquele que está fora de Cristo, desperte e fuja da ira vindoura. A ira do Deus Todo-poderoso paira agora sobre todos os pecadores. Que cada um fuja de Sodoma: " Livra-te, salva a tua vida; não olhes para trás, nem pares em toda a campina; foge para o monte, para que não pereças ."

“E assim, conhecendo o temor do Senhor, persuadimos aos homens”. “De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus”. (II Coríntios 5.11-20; 6.2). “Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo os seus pensamentos; converta-se ao Senhor, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar” . (Isaías 55.6-7). Amém.


Pecadores nas mãos de um Deus irado (áudio) 


Tribos: Os Rastafáris.


O Movimento Rastafári ou Rastafar-I (rastafarai) é um movimento religioso que proclama Hailê Selassiê I, imperador da Etiópia, como a representação terrena de Jah (Jave). Este termo advém de uma forma contraída de Javé encontrada no salmo68:4 na versão da Bíblia do Rei Tiago. O termo rastafári tem sua origem em Ras ("príncipe" ou "cabeça") Tafari ("da paz") Makonnen, o nome de Hailê Selassiê antes de sua coroação.

O movimento surgiu na Jamaica entre a classe trabalhadora e camponeses afro-descendentes em meados dos anos 20, iniciado por uma interpretação da profecia bíblica em parte baseada pelo status de Selassiê como o único monarca africano de um país totalmente independente e seus títulos de Rei dos Reis, Senhor dos Senhores e Leão Conquistador da Tribo de Judá, que foram dados pela Igreja Ortodoxa Etíope.

Alguns historiadores afirmam que o movimento surgiu, e teve posteriormente adesão, por conta da exploração que sofria o povo jamaicano, o que favorece o surgimento de idéias religiosas e líderes messiânicos.

Outros fatores inerentes ao seu crescimento incluem o uso sacramentado da maconha ou "erva", aspirações políticas eafrocentristas, incluindo ensinamentos do publicista e organizador jamaicano Marcus Garvey (também freqüentemente considerado um profeta), o qual ajudou a inspirar a imagem de um novo mundo com sua visão política e cultural.

O movimento é algumas vezes chamado rastafarianismo, porém alguns rastas consideram este termo impróprio e ofensivo, já que "ismo" é uma classificação dada pelo sistema babilônico, o qual é combatido pelos rastas.

O movimento rastafári se espalhou muito pelo mundo, principalmente por causa da imigração e do interesse gerado pelo ritmo do reggae; mais notavelmente pelo cantor e compositor de reggae jamaicano Bob Marley. No ano 2.000 havia aproximadamente um milhão de seguidores do rastafarianismo pelo mundo, algo difícil de ser comprovado devido à sua escolha de viver longe da civilização. Por volta de 10% dos jamaicanos se identificam com os rastafáris. Muitos rastafáris são vegetarianos, ou comem apenas alguns tipos de carne, vivendo pelas leis alimentares dos livros de Levítico e  Deuteronômio no Velho Testamento.

O encorajamento de Marcus Garvey aos negros para terem orgulho de si mesmos e da sua herança africana inspiraram rastas a abraçar todas as coisas africanas. Eles eram ensinados que haviam sofrido uma lavagem cerebral para negar todas as coisas negras e relativas à África, um exemplo é o porquê que não se ensinava sobre a antiga nação etíope, que derrotou os italianos duas vezes e uma das únicas nações livres da África. Eles mudaram sua própria imagem que era a que os brancos faziam deles, como primitivos e saídos das selvas para um desafiador movimento pela cultura africana que agora é considerada como roubada deles, quando foram retirados da África por navios negreiros. Estar próximo da natureza e da savana africana e seus leões, em espírito se não fisicamente, é primordial pelo conceito que eles têm da cultura africana. Viver próximo e fazer parte da natureza é visto como africano. Esta aproximação africana com a natureza é vista nos dreadlocks, ganja, e comida fresca, e em todos os aspectos da vida rasta. Eles desdenham a aproximação da sociedade moderna com o estilo de vida artificial e excessivamente objetivo, renegando a subjetividade a um papel sem qualquer importância.
Os rastas dizem que os cientistas tentam descobrir como o mundo é por uma visão de fora, enquanto eles encaram a vida, de dentro olhando para fora; e todo o rasta tem de encontrar sua própria verdade.
Outro importante identificador do seu afrocentrismo é a identificação com as cores verde, dourado, e vermelho, representativas da bandeirada Etiópia. Elas são o símbolo do movimento rastafári, e da lealdade dos rastas a Hailê Selassiê, à Etiópia e a África acima de qualquer outra nação moderna onde eles possam viver. Estas cores são freqüentemente vistas em roupas e decorações; o vermelho representaria o sangue dos mártires, o verde representaria a vegetação da África enquanto o dourado representaria a riqueza e a prosperidade do continente africano.
Muitos rastafáris aprendem a língua amárica, que eles consideram ser sua língua original, uma vez que esta é a língua de Hailê Selassiê, e para identificá-los como etíopes; porém na prática eles continuam a falar sua língua nativa, geralmente a versão do inglês conhecido comopatois jamaicano. Há músicas de reggae escritas em amárico.

Hailê Selassiê e a Bíblia:

Uma opinião que une os rastafáris é que Ras (título amárico de nobreza que pode ser traduzido como "príncipe" ou "cabeça") Tafari ("da paz") Makonnen que foi coroado como Hailê Selassiê I, Imperador da Etiópia em 2 de Novembro de 1930, é a encarnação do chamado Jah (Deus) na Terra, e o Messias Negro que irá liderar os povos de origem africana a uma terra prometida de emancipação e justiça divina. Porém grandes partes dos rastafáris não acreditam nisso literalmente. Parte porque seus títulos, como Rei do Reis, Senhor dos Senhores e Leão Conquistador da tribo de Judá, apesar de se encaixarem com aqueles mencionados no livro de Judá, também foram dados, de acordo com a tradição etíope, a todos os chamados imperadores salomônicos desde 980 a.C., mas Selassiê foi o único que recebeu, evidentemente, todos os títulos, incluindo os mais sagrados como Supremo Defensor da Fé e Poder da Santíssima Trindade. Hailê Selassiê era, de acordo com algumas tradições, o ducentésimo vigésimo quinto na linha de imperadores etíopes descendentes do bíblico Rei Salomão e a Rainha de Sabá. O salmo 87:4-6 é também interpretado como a previsão da sua coroação.

Farei menção de Raabe e de Babilônia àqueles que me conhecem; eis que da Filístia, e de Tiro, e da Etiópia, se dirá: Este homem nasceu ali.

E de Sião se dirá: Este e aquele homem nasceram ali; e o mesmo Altíssimo a estabelecerá.
O Senhor contará na descrição dos povos que este homem nasceu ali. (Selá.)


Salmos 87:4-6

De acordo com a historiografia etíope, no século X a.C., a dinastia salomônica da Etiópia foi iniciada com a ascensão ao poder de Menelik I, filho de Salomão e da Rainha de Sabá, que visitava Salomão em Israel. 1 Reis 10:13 diz: "E o Rei Salomão realizou todos os desejos da Rainha de Sabá, um destes sua própria generosidade Real. então ela voltou e foi para seu próprio país, ela e seus servos." Segundo a popular epopéia étíope Kebra Negast, rastas interpretam isto como o significado que ela concebeu seu Filho, e disto eles concluem que as pessoas negras são as verdadeiras crianças de Israel, ou hebraicas. Hebreus negros tem vivido na Etiópia por séculos, sem conexão com o resto do mundo judaico; a existência deles deram credenciais e ímpeto para os primeiros Rastafaris, validando a crença de que a Etiópia é na verdade Sião, já que só lá que a Casa de Davi reinava soberana, sob um país cristão/judaico, além de possuir a Arca da Aliança.
Alguns rastafáris escolhem classificar sua religião como cristianismo ortodoxo etíope, cristianismo protestante, ou judaísmo. Entre estas, os laços para a Igreja etíope são os mais difundidos, embora isto seja uma controvérsia para muitos clérigos etíopes. Os rastafáris acreditam que as traduções comuns da Bíblia incorporam mudanças criadas pela estrutura da força branca racista. Alguns adoram a Kebra Negast, mas muitos destes rastas classificariam-se como etíopes ortodoxos na religião e rastafáris na ideologia. Alguns rastas prestam pouca atenção ao Kebra Negast, e muitos o consideram como estando pouco próximo da santidade da Bíblia.
Muitos rastafáris acreditam que Selassiê é de certa forma a volta de Jesus Cristo e que, assim, eles seriam verdadeiros israelitas. Alguns ainda acreditam que Jesus era Moisés, filho de José, enquanto Selassiê seria "Moisés, filho de David", e usam uma visão não-milenar do reinado de Cristo e uma visão pós-milenar para Selassiê. No coração do rastafári está a crença de ser o próprio rei ou príncipe (por isso eles se proclamam rastafári). Como cantou Ras Midas, "Quando eu vi meu pai com a picareta e minha mãe com a vassoura, eu soube que o rasta estava exilado" (Ras Midas, Rastaman in Exile, 1980). Os rastas dizem que eles foram escravizados, mas converteram isso ao seu próprio potencial divino, acreditando que, como Selassiê interrompeu esse ciclo, eles também são dignos de serem reis e príncipes.
Rastas chamam Selassiê de Jah ou Jah Rastafari, e acreditam haver uma grande força nestes nomes. Eles autoproclamam-se rastafári para expressar a relação pessoal que cada rasta tem com Selassiê I. Rastas gostam de usar o número ordinal com o nome Hailê Selassiê I, com o número romano dinástico significando o primeiro deliberadamente pronunciado como a letra I - novamente como signicado da relação pessoal com Deus. Eles também o chamam de H.I.M., sigla em inglês para "Sua Majestade Imperial" (His Imperial Majesty). Isso tudo reflete unidade, tendo em consideração que muitas das expressões rastas começam com "I", como I-Ration e I and I.
Quando Hailê Selassiê I morreu em 1975, sua morte não foi aceita por alguns rastafáris que não podiam aceitar que o Deus encarnado poderia morrer. Muitos acreditam que a morte de Selassiê foi um engodo, e que ele voltaria para libertar seus seguidores. Os rastas atualmente consideram este parcial preenchimento de uma profecia encontrada no apocalíptico trecho de Esdras 2 7:28. Uma história anônima da fé rastafari aponta para Debre Damo, um dos três antigos Príncipes das Montanhas. Ele acredita que depois Derg ordenou sua execução, os leais da guarda imperial trabalhando como agentes duplos usaram hipotermia induzida para fazer Selassie aparecer morto. Ele e os remanescentes leais da Guarda Imperial foram contrabandeados para assegurar o significado da estrada de ferro subterrânea. Eles agora caem em êxtase em um quarto secreto debaixo do monastério até o dia do julgamento, no qual eles serão automaticamente reanimados e totalmente revelados (11:19-21), assim como a Arca que está na Etiópia irá surgir. Isto deve ocorrer apenas depois dos idosos libertarem o povo da Jamaica, pois Selassiê, em 1966, disse que a repatriação e revelação só ocorreriam após a Jamaica ser libertada pelos Rastafaris.
Os rastas possuem um livro profético chamado "Holy Piby" o qual estaremos abaixo disponibilizando para download.




Costumes Rastas:

A dieta rastafári:

Os rastafáris adotam 9 princípios sendo o 2º principio: "Coma apenas I-tal", um termo Rasta que significa puro, natural ou limpo. Uma série de leis de dieta e de higiene foram formuladas para acompanhar a doutrina religiosa Rastafari. Um verdadeiro Rasta não poderia ingerir álcool, tabaco, mas usa a Cannabis (maconha ou ganja) de forma ritual.
São basicamente vegetarianos, dando uso escasso a alguns alimentos de origem animal, ainda assim proibindo o uso de carnes suínas de qualquer forma, peixes de concha, peixes sem escamas, caracóis e outros.
A comida I-tal seria o que Jah ordenou que fosse: "tudo o que não tem barbatanas ou escamas, nas águas, será para vós abominação." "Melhor é a comida de ervas, onde há amor, do que o boi cevado, e com ele o ódio." É comida que nunca tocou em químicos e é natural e não vem em latas. Quanto menos cozinhados, melhor, sem sais, condimentos, pois assim possui maior quantidade de vitaminas, proteínas e força vital. As bebidas são, preferentemente, herbais, como os chás. A bebida alcóolica, o leite ou café são vistos como pouco saudáveis.
O cantor de reggae jamaicano Bob Marley, foi o maior expoente do Movimento Rastafári, falando em suas músicas sobre o costume, as roupas, as crenças e todas as ideologias dos seguidores da religião.

Dreadlocks:

Outro costume comum proibido era o de cortar ou pentear os cabelos. Essa tradição religiosa Rasta também é fundamentada em diretrizes sagradas. O "Dread", de forma abreviada, também serve para que sempre esteja ligado com o corpo, ou seja, cada Dread é ligado espiritualmente com alguma parte do corpo. 

Maconha:

Ganja e marijuana são algumas designações para a Cannabis, uma erva psicoativa milenar. Ela é usada pelos Rastas, não para diversão ou prazer, mas sim para limpeza e purificação em rituais controlados. Alguns Rastas escolhem não a usar. Muitos sustentam o seu uso através de Génesis 1:29:“E disse Deus: Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento.”

Medicina:

A tradição Rastafari rasta não permite o uso (especifico para a cura de alguma doença) de qualquer tipo de remédio que não seja natural (ervas medicinais, por exemplo). Outro costume rasta, relacionado com a medicina, é a não presença de hospitais, médicos, etc. A origem desses hábitos provem deGénesis 1:29, pois Jah refere o uso de todo tipo de erva ou planta proveniente da face de toda a terra. Além disso, possuem a crença de que apenas Jah (ou tudo que provém de sua grandeza, naturais) pode curar um enfermo e nenhum outro ser (médicos etc.) possui essa capacidade.



O Reggae:

É um gênero musical desenvolvido originalmente na Jamaica do fim da década de 1960. Embora por vezes seja usado num sentido mais amplo para se referir à maior parte dos tipos de música jamaicana, o termo reggae indica mais especificamente um tipo particular de música que se originou do desenvolvimento do ska e do rocksteady.
O reggae se baseia num estilo rítmico caracterizado pela acentuação no tempo fraco, conhecido como Skank. O estilo normalmente é mais lento que o ska, porém mais rápido que o rocksteady, e seus compassos normalmente são acentuados na segunda e na quarta batida, com a guitarra base servindo ou para enfatizar a terceira batida, ou para segurar o acorde da segunda até que o quarto seja tocado. É principalmente essa "terceira batida", sua velocidade e o uso de linhas de baixo complexas que diferencia o reggae do rocksteady, embora estilos posteriores tenham incorporado estas inovações de maneira independente.

Etimologia:

A edição de 1967 do Dictionary of Jamaican English ("Dicionário de inglês jamaicano") lista reggae como "a recently estab. sp. forrege", as in rege-rege, a word that can mean either "rags, ragged clothing" or "a quarrel, a row". ("uma grafia recentemente estabelecida de rege", como em rege-rege, palavra que pode significar tanto "farrapos", "roupas rasgadas" quanto "uma confusão", "uma discussão".)

O Reggae no meio musical:

Como um termo musical apareceu pela primeira vez no hit de 1968 "Do the Reggay", dos Maytals, porém já era usado em Kingston, capital da Jamaica, como nome de uma dança mais lenta e de um estilo de rocksteady. O historiador do reggae Steve Barrow credita a Clancy Eccles a alteração do termo streggae ("mulher fácil"), do patois jamaicano, para reggae. 
Bob Marley teria alegado que a palavra reggae veio de um termo espanhol que se refere à "música do rei". Os comentários em To the King, uma compilação de música gospelreggae cristã, sugere que o termo viria do latim regi, "para o rei".
Embora tenha sido influenciado fortemente pela música tradicional africana e caribenha, assim como pelo rhythm and blues americano, o reggae traça sua origem direta ao desenvolvimento progressivo do ska e do rocksteady na Jamaica da década de 1960.
O ska surgiu pela primeira vez nos estúdios da Jamaica entre os anos de 1959 e 1961, desenvolvendo-se a partir de um gênero anterior, o mento. O ska caracteriza-se por uma linha de walking bass, ritmos acentuados da guitarra ou do piano no tempo fraco, e, por vezes, riffs jazzísticos nos metais. Além de sua imensa popularidade entre os adeptos da moda rude boy, no país, o estilo conquistou muitos adeptos entre os mods, na Grã-Bretanha, a partir de 1964. De acordo com Barrow, os rude boys começaram a tocar deliberadamente os seus discos de ska a meia velocidade, preferindo dançar mais lentamente como parte de sua imagem de durões. 
Em meados da década diversos músicos já haviam começado a tocar o ska num andamento mais lento, enfatizando a linha de baixo e os tempos fracos. O som mais lento foi chamado de rocksteady, o nome de um single de Alton Ellis. Esta fase da música jamaicana durou apenas até 1968, quando os músicos começaram a deixar ainda mais lentos os andamentos das músicas, e lhes acrescentaram ainda mais efeitos; isto levou à criação do reggae.
A mudança do rocksteady para o reggae foi ilustrada pelo shuffle de órgão cujo pioneiro foi Bunny Lee, destaque nos singles de transição entre os dois gêneros, "Say What You're Saying" (1967), de Clancy Eccles, e "People Funny Boy" (1968), de Lee "Scratch" Perry. A faixa de 1967 dos Pioneers, "Long Shot Bus' Me Bet", já foi identificada como o exemplo mais antigo do novo ritmo que ficaria conhecido como reggae. 6 No início de 1968 as primeiras gravações de reggae foram feitas: "Nanny Goat", de Larry Marshall, e "No More Heartaches", dos Beltones. O hit de 1968 "Hold Me Tight", do artista americano Johnny Nash, recebeu o crédito de ter colocado o reggae pela primeira vez nas paradas de sucesso dos Estados Unidos. O reggae começou a aparecer também no rock; um exemplo de canção do gênero que tinha uma levada de reggae foi "Ob-La-Di, Ob-La-Da", dos Beatles, de 1968. 
The Wailers, uma banda fundada por Bob Marley, Peter Tosh e Bunny Wailer em 1963, geralmente é tido como o grupo mais conhecido mundialmente a ter feito a transição por todos os três estágios da evolução do reggae - desde hits de ska como "Simmer Down", para o rocksteady mais lento, até o reggae. Além do Wailers, outros pioneiros importantes do gênero foram Prince Buster,Desmond Dekker, Jackie Mittoo, entre outros.
Os produtores jamaicanos foram influentes no desenvolvimento do ska para o rocksteady e o reggae na década de 1960. Alguns dos mais célebres produtores foram Coxsone Dodd, Lee "Scratch" Perry, Leslie Kong, Duke Reid, Joe Gibbs e King Tubby. Um destes primeiros produtores foi Chris Blackwell, fundador da Island Records em 1960, que se mudou para a Inglaterra em 1962, onde continuou a promover a música de seu país, formando uma parceria com a Trojan Records, fundada por Lee Gopthal em 1968, e que lançou obras de reggae no Reino Unido até 1974, quando foi comprada pela Saga. E pra compensar, já existindo um grupo amante de música negra os Mod, fez então chamar atenção desses jovens aos seus shows na Inglaterra, e dali surgindo um novo estilo de vida oSkinhead
O filme The Harder They Come, de 1972, com Jimmy Cliff, gerou popularidade e um interesse considerável para o reggae nos Estados Unidos e, consequentemente, no resto do mundo; o cover de 1974 da canção "I Shot the Sheriff", de Bob Marley, feita pelo guitarrista inglês Eric Clapton, ajudou a trazer o reggae ainda mais para o mainstream. A partir da metade da década de 1970 o reggae começou a obter cada vez mais tempo de execução nas rádios do Reino Unido, especialmente no programa de John Peel. A chamada "Era de Ouro do Reggae" corresponde aproximadamente ao dias de glória do roots reggae, o chamado "reggae de raiz". Na segunda metade da década a cena punk do país começou a se formar, e alguns DJs de punk costumavam tocar canções de reggae durante suas apresentações. Algumas bandas de punk incorporaram influências do reggae em sua música, e ao mesmo tempo o gênero começou a passar por uma espécie de renascimento no Reino Unido, que prosseguiu até a década seguinte, exemplificado por grupos como Steel Pulse, Aswad, UB40 e Musical Youth. Entre outros artistas de reggae que gozaram de um destaque internacional no início da década de 1980 estão Third World, Black Uhuru e Sugar Minott. Os Prêmios Grammy introduziram a categoria de melhor álbum de reggae em 1985.
Original da década de 1960, o ritmo divide-se em dois subgêneros, o "roots reggae" (raízes do reggae) e o "dancehall reggae", que é originário da década de 1970. O reggae é constantemente associado ao movimento religioso rastafari, que, de fato, influenciaram muitos dos músicos apologistas do estilo reggae nas décadas de 1970 e 1980. De qualquer maneira, o reggae trata de vários assuntos, não se restringindo à cultura rastafariana, como o amor, o sexo e principalmente a crítica social .
Uma das características que podem caracterizar o reggae é a crítica social, como por exemplo, cantar à desigualdade, o preconceito, a fome e muitos outros problemas sociais.


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