segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Opinião: A Igreja...

Eu não poderia deixar de abrir ele Blog sem antes de mais nada falar sobre este assunto que é tão simples e complexo ao mesmo tempo. Afinal de contas eu sou igreja ou construo Igrejas? De uma forma bem simples e direta tentarei tratar deste assunto.
O primeiro conceito que temos que destruir é aquele de que Igreja é algo físico, Igreja não é templo! Igreja é um termo que vem do grego Ecclesia e que tem o seu sentido muito mais enraizado em uma causa social e politica do que religiosa como vemos neste texto 
Ecclesia era uma instituição, propriamente dita. Era antes o povo reunido uma vez que todos os cidadãos tinham o direito e o dever de participar nas sessões. Na verdade, só uma pequena parte assistia efetivamente às sessões.
      Na altura existiam importantes decisões a tomar e que exigiam a reunião de 6000 votantes. Isto acontecia com alguma dificuldade pois, excepto aqueles que se dedicavam verdadeiramente à política, os cidadãos vulgares, nomeadamente do campo, preferiam dedicar-se às suas ocupações habituais do que terem de se dirigir à polis e aí passarem um dia inteiro (quando não mais!).
      Normalmente, realizavam-se quatro assembleias por pritania, ou seja, quarenta assembleias por ano. Não se realizavam em data fixa, uma vez que tinham de se evitar os feriados, numerosos em Atenas
. Só existiam duas assembleias em datas precisas: a do 11 de Hecatombeon, que abria o ano civil e a que ocorria depois das grandes Dionísicas, a 21 de Elafebolion.

      Segundo Mossé (1985: pág.51) a assembleia principal de cada pritania tinha algumas tarefas fundamentais a cumprir. Por voto de mão no ar, confirmava nos seus cargos os magistrados em que mantinha confiança. Além disso, deliberava sobre questões relacionadas com o abastecimento da cidade, sobretudo em cereais. As acusações de alta traição eram também apresentadas a esta assembleia. A assembleia principal da sexta pritania tinha também a responsabilidade de se pronunciar sobre a oportunidade de se recorrer ao processo do ostracismo.
      As outras três assembleias tinham incumbências mais precisas e restritas. Uma delas era dedicada aos hiketeriai, ou seja, às súplicas. Aqui, cada cidadão que quisesse dirigir-se ao povo, por razões pessoais ou relacionadas com a cidade, devia depor previamente sobre o altar um ramo de suplicante. As outras duas assembleias eram dedicadas aos assuntos correntes. A ordem do dia exigia uma igual repartição dos assuntos sagrados, tanto respeitantes à vida interna como externa da cidade, com a correspondente audição dos embaixadores estrangeiros.
      No caso de ser urgente a tomada de alguma decisão por parte da assembleia era sempre possível modificar-se a ordem do dia. Nestas circunstâncias, era também possível convocar uma assembleia extraordinária. Em caso de grande perigo o povo era convocado ao som de trombetas.
      As sessões tinham lugar na colina de Pnix onde se tinha construído um hemiciclo alongado sustido por um muro e com cerca de 120 m de diâmetro. Na tribuna, que era uma plataforma talhada na rocha e rodeada por uma balaustrada, encontrava-se um altar do Zeus Agoraio. Era aqui que os oradores se dirigiam ao povo sentado nas bancadas e era este o lugar que os membros do secretariado e o presidente assumiam quando participavam nas sessões.
      No inicio da assembléia,  era lida a probouleuma, ou seja, o relatório da Boulé,  sobre o projecto apresentado para a ordem do dia. De seguida, votava-se para se saber se o relatório era aprovado sem discussão ou se deveria ser submetido à discussão.
 Quando isto acontecia, qualquer ateniense tinha o direito de emitir o seu parecer. A participação dos cidadãos era efetiva. Qualquer ateniense podia propor uma moção à assembleia. O seu nome figurava no decreto se este fosse aprovado, depois de ter passado pelo conselho e de ter sido discutido pela assembleia. Qualquer ateniense podia intervir na discussão ou propor um emenda à probouleuma.
      A votação fazia-se, geralmente, de mão erguida. Em algumas situações tais como a tomada de decisões muito importantes e cujo anonimato devia ser mantido como, por exemplo, a votação do ostracismo, o voto era secreto.
      Quanto à Ecclesia, podemos dizer que era a assembleia que procedia à designação dos principais magistrados, fossem eles eleitos ou sorteados em frente do povo. Era o povo que lhes delegava, por um ano, a arché soberana. Era ao povo que estes tinham de prestar contas das suas funções. O papel da assembleia era, sobretudo, determinante em matérias de política externa e da legislação interna. Sobre o primeiro aspecto, Tucídides (Mossé, 1885: pág.55) determinou ser da responsabilidade da assembleia decidir sobre a paz e sobre a guerra, estabelecer alianças, receber embaixadores estrangeiros, ratificar tratados, etc. Em matéria legislativa, sabemos que a assembleia, embora não pudesse decidir sobre medidas contrárias às antigas nomoi da cidade, podia promulgar decretos que tinham força de lei.
Dentro deste conceito que acabamos de ler acima, podemos encontrar o verdadeiro papel da Igreja na sociedade. A igreja não ou não deveria ser um ser que vive em, osmose com a sociedade e sim inserida em seu contexto e tendo ampla opção de escolha nas decisões. O texto que nos dá base para esta afirmação se encontra no livro de Romano 2:2 aonde somos convidados a transformar o mundo pela renovação de nosso entendimento. 
Outro papel fundamental da Igreja dentro deste conceito é o de ser a promotora de justiça social e isonomia entre os povos, não aplicando uma visão politica paralela ao socialismo que conhecemos, mas usando a justiça divina para que cada um tenha as condições básicas para sua vida, mesmo aqueles que passam por mais condição de debilidade social e o texto que nos da respaldo a crer nisto se encontra em Tiago 1:27.
Dentro dos conceitos dos templos posso afirmar seguramente que o nosso bom Deus trocou as cadeiras acolchoadas, tapetes e mármores dos giga templos, com seus pastores ditadores, falsos profetas e artistas do altar,  para habitar em vasos de barro feitos por  suas próprias mãos, vasos estes que são imperfeitos e cheios de debilidades  e é nesta hora que a palavra nos afirma que o nosso bom Deus se manifesta em meio as nossas fraquezas. Sim! não devemos deixar de congregar como é o costume de alguns mas temos que entender que o no Senhor habita em nossas vidas e que nossas vidas são apenas ferramentas vivas e inteligentes para levar as verdades que estão ocultas a uma grande maioria que ou vive na inércia da religião ou ainda não teve uma contato com o senhorio de Cristo. A solução para este mundo atribulado não esta nas visões politicas com seus intrincados sistemas de poder e sim no governo atemporal de Jesus Cristo na pessoa de sua amada noiva a Ecclesia. 

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