Eu não poderia deixar de abrir ele Blog sem antes de mais nada falar sobre este assunto que é tão simples e complexo ao mesmo tempo. Afinal de contas eu sou igreja ou construo Igrejas? De uma forma bem simples e direta tentarei tratar deste assunto.
O primeiro conceito que temos que destruir é aquele de que Igreja é algo físico, Igreja não é templo! Igreja é um termo que vem do grego Ecclesia e que tem o seu sentido muito mais enraizado em uma causa social e politica do que religiosa como vemos neste texto
Ecclesia era uma instituição, propriamente dita. Era antes o povo reunido uma vez que todos os cidadãos tinham o direito e o dever de participar nas sessões. Na verdade, só uma pequena parte assistia efetivamente às sessões.
Na altura existiam importantes decisões a tomar e que exigiam a reunião de 6000 votantes. Isto acontecia com alguma dificuldade pois, excepto aqueles que se dedicavam verdadeiramente à política, os cidadãos vulgares, nomeadamente do campo, preferiam dedicar-se às suas ocupações habituais do que terem de se dirigir à polis e aí passarem um dia inteiro (quando não mais!).
Normalmente, realizavam-se quatro assembleias por pritania, ou seja, quarenta assembleias por ano. Não se realizavam em data fixa, uma vez que tinham de se evitar os feriados, numerosos em Atenas. Só existiam duas assembleias em datas precisas: a do 11 de Hecatombeon, que abria o ano civil e a que ocorria depois das grandes Dionísicas, a 21 de Elafebolion.
Segundo Mossé (1985: pág.51) a assembleia principal de cada pritania tinha algumas tarefas fundamentais a cumprir. Por voto de mão no ar, confirmava nos seus cargos os magistrados em que mantinha confiança. Além disso, deliberava sobre questões relacionadas com o abastecimento da cidade, sobretudo em cereais. As acusações de alta traição eram também apresentadas a esta assembleia. A assembleia principal da sexta pritania tinha também a responsabilidade de se pronunciar sobre a oportunidade de se recorrer ao processo do ostracismo.
As outras três assembleias tinham incumbências mais precisas e restritas. Uma delas era dedicada aos hiketeriai, ou seja, às súplicas. Aqui, cada cidadão que quisesse dirigir-se ao povo, por razões pessoais ou relacionadas com a cidade, devia depor previamente sobre o altar um ramo de suplicante. As outras duas assembleias eram dedicadas aos assuntos correntes. A ordem do dia exigia uma igual repartição dos assuntos sagrados, tanto respeitantes à vida interna como externa da cidade, com a correspondente audição dos embaixadores estrangeiros.
No caso de ser urgente a tomada de alguma decisão por parte da assembleia era sempre possível modificar-se a ordem do dia. Nestas circunstâncias, era também possível convocar uma assembleia extraordinária. Em caso de grande perigo o povo era convocado ao som de trombetas.
As sessões tinham lugar na colina de Pnix onde se tinha construído um hemiciclo alongado sustido por um muro e com cerca de 120 m de diâmetro. Na tribuna, que era uma plataforma talhada na rocha e rodeada por uma balaustrada, encontrava-se um altar do Zeus Agoraio. Era aqui que os oradores se dirigiam ao povo sentado nas bancadas e era este o lugar que os membros do secretariado e o presidente assumiam quando participavam nas sessões.
No inicio da assembléia, era lida a probouleuma, ou seja, o relatório da Boulé, sobre o projecto apresentado para a ordem do dia. De seguida, votava-se para se saber se o relatório era aprovado sem discussão ou se deveria ser submetido à discussão. Quando isto acontecia, qualquer ateniense tinha o direito de emitir o seu parecer. A participação dos cidadãos era efetiva. Qualquer ateniense podia propor uma moção à assembleia. O seu nome figurava no decreto se este fosse aprovado, depois de ter passado pelo conselho e de ter sido discutido pela assembleia. Qualquer ateniense podia intervir na discussão ou propor um emenda à probouleuma.
A votação fazia-se, geralmente, de mão erguida. Em algumas situações tais como a tomada de decisões muito importantes e cujo anonimato devia ser mantido como, por exemplo, a votação do ostracismo, o voto era secreto. Quanto à Ecclesia, podemos dizer que era a assembleia que procedia à designação dos principais magistrados, fossem eles eleitos ou sorteados em frente do povo. Era o povo que lhes delegava, por um ano, a arché soberana. Era ao povo que estes tinham de prestar contas das suas funções. O papel da assembleia era, sobretudo, determinante em matérias de política externa e da legislação interna. Sobre o primeiro aspecto, Tucídides (Mossé, 1885: pág.55) determinou ser da responsabilidade da assembleia decidir sobre a paz e sobre a guerra, estabelecer alianças, receber embaixadores estrangeiros, ratificar tratados, etc. Em matéria legislativa, sabemos que a assembleia, embora não pudesse decidir sobre medidas contrárias às antigas nomoi da cidade, podia promulgar decretos que tinham força de lei.
Dentro deste conceito que acabamos de ler acima, podemos encontrar o verdadeiro papel da Igreja na sociedade. A igreja não ou não deveria ser um ser que vive em, osmose com a sociedade e sim inserida em seu contexto e tendo ampla opção de escolha nas decisões. O texto que nos dá base para esta afirmação se encontra no livro de Romano 2:2 aonde somos convidados a transformar o mundo pela renovação de nosso entendimento.
Outro papel fundamental da Igreja dentro deste conceito é o de ser a promotora de justiça social e isonomia entre os povos, não aplicando uma visão politica paralela ao socialismo que conhecemos, mas usando a justiça divina para que cada um tenha as condições básicas para sua vida, mesmo aqueles que passam por mais condição de debilidade social e o texto que nos da respaldo a crer nisto se encontra em Tiago 1:27.
Dentro dos conceitos dos templos posso afirmar seguramente que o nosso bom Deus trocou as cadeiras acolchoadas, tapetes e mármores dos giga templos, com seus pastores ditadores, falsos profetas e artistas do altar, para habitar em vasos de barro feitos por suas próprias mãos, vasos estes que são imperfeitos e cheios de debilidades e é nesta hora que a palavra nos afirma que o nosso bom Deus se manifesta em meio as nossas fraquezas. Sim! não devemos deixar de congregar como é o costume de alguns mas temos que entender que o no Senhor habita em nossas vidas e que nossas vidas são apenas ferramentas vivas e inteligentes para levar as verdades que estão ocultas a uma grande maioria que ou vive na inércia da religião ou ainda não teve uma contato com o senhorio de Cristo. A solução para este mundo atribulado não esta nas visões politicas com seus intrincados sistemas de poder e sim no governo atemporal de Jesus Cristo na pessoa de sua amada noiva a Ecclesia.
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