terça-feira, 31 de março de 2015

Personagem: John Wesley, o pregador do coração ardente.



John Wesley nasceu em 1703 e sua infância foi fortemente influenciada por sua mãe, uma mulher rígida e piedosa. Seu pai era um homem difícil de agradar. Sua mãe acreditava que os desejos das crianças deviam ser subjugados e que eles deveriam ser disciplinados quando não se comportassem. John era o décimo quarto filho. Ele teria morrido em um incêndio em Epworth Rectory se não tivesse sido arrancado das chamas por um vizinho. Na época tinha sete anos e depois disso sua mãe o lembrou várias vezes que ele era “um tição colhido do fogo”. Mais tarde ele teve a certeza de que tinha sido poupado por um propósito, servir a Deus. Samuel, o pai de John, era um erudito, que por muitos anos trabalhou em uma obra monumental sobre o livro de Jó. Um pregador severo, para não dizer implacável, uma vez exigiu que uma adúltera andasse nas ruas em sua vergonha. Ele também forçou o casamento de uma de suas filhas depois que ela tentou fugir com um homem que não era o escolhido de seu pai.
Com seu pai e sua mãe, John Wesley desenvolveu excelentes hábitos de estudo e também se acostumou com o sofrimento físico. John Wesley foi para Charterhouse School em 1714, para Christ Church College, em 1720, e em 1726 foi eleito membro na Lincoln College em Oxford. Depois de ser pastor auxiliar em Wroote, Lincolnshire, de 1727 a 1729, ele voltou à Oxford não apenas para continuar seus estudos, mas também para começar a viver uma vida mais devota e santa. Muitos outros jovens brilhantes tinham um curriculum como o de Wesley, mas poucos tinham a sua dedicação. Ele dominava pelo menos sete idiomas e desenvolveu uma visão verdadeiramente abrangente em todas as áreas da investigação. Quando ele voltou de Wroote para Oxford, ele assumiu a liderança de um grupo chamado Holy Club (Clube Santo), iniciado por seu irmão Charles. Lá era onde eles reforçavam a fé através do estudo das Escrituras e buscavam a santidade na vida de cada membro. O Clube Santo fazia muito mais do que refletir e orar. Eles iam às prisões levar a palavra de salvação aos prisioneiros. Embora eles fossem ridicularizados por seus companheiros de Oxford, de seu grupo de uma classe social mais baixa saíram homens que se tornaram importantes para aquele tempo, particularmente os irmãos Wesley, além de George Whitefield. O modo de vida de John Wesley exigia jejuns periódicos, encontros regulares para estudo e auto-avaliação pessoal. Somente muito tempo depois foi que ele percebeu que seu grupo seguia mais a letra do que o espírito do cristianismo. Em 1735 grandes mudanças atingiram John e Charles Wesley. O seu pai morreu e ambos foram para a colônia da Georgia, nos Estados Unidos, com a bênção e encorajamento de sua mãe. Lá foi uma prova para John, que entendeu que realmente não gostava muito dos índios e sua rigidez não era muito apreciada pelas pessoas da Georgia. Mas importante que isto, foi o contato de John na sua viagem com um pequeno grupo de morávios. Estes homens e mulheres destemidamente cantavam hinos durante terríveis tempestades no mar, ao mesmo tempo em que o próprio Charles se desesperava. Isso o fez querer conhecer mais sobre a fé que eles demonstravam ter. Em 1737 ele retornou à Inglaterra. Devemos apreciar a humildade de John Wesley, pois ele podia ser crítico o bastante consigo mesmo para parar suas atividades religiosas naquele momento e pensar que era um ministro experiente demais para examinar sua falta de fé. Peter Boehler, um morávio, deu-lhe a chave – pregar a fé até que ele a tivesse, e então ele pregava a fé. John Wesley lutou com sua falta de fé até 24 de maio, uma quarta-feira, em 1738, no famoso encontro de Aldersgate, foi quando ele teve uma conversão, uma profunda e inconfundível experiência de fé. Seu “coração foi estranhamente aquecido”. Então seu verdadeiro trabalho começou. Como tinha uma mente brilhante e aberta, John Wesley ainda conseguia retirar os melhores recursos das melhores mentes do seu tempo. William Law, por exemplo, foi seu professor, amigo e mentor por vários anos; mas Wesley achou que um ingrediente importante estava faltando no programa de Law para uma vida devota. Os discípulos de Platão conseguiram comunicar a Wesley uma estrutura intelectual que era mais espiritual do que material, mas os hábitos mentais de Wesley estavam moldados mais pelo modelo de análise de Newton do que pelo platonismo. Os morávios eram o mais perto de uma síntese de todos os elementos que ele desejava e pôde encontrar. Ele até mesmo visitou Herrnhut para saber como sua comunidade trabalhava. Mas algo estava faltando lá, como em todo lugar, e em 1740, ele e seus seguidores romperam com os morávios, mas não antes que ele tivesse aprendido a pregar sermões ao ar livre, o que veio a ser mais tarde uma parte essencial de seu ministério. John Wesley tinha 37 anos de idade quando começou a viajar e pregar. Ele freqüentemente exagerava o número daqueles que vinham ouvi-lo. Muitas vezes, as mesmas pessoas que precisaram de sua ajuda eram as mesmas que mais o perseguiam. Ele pregava em púlpitos até que eles fossem fechados para ele, e ele então pregava nos campos abertos. Ele pregava três vezes por dia, começando às 5 da manhã, uma vez que os trabalhadores poderiam parar para ouvi-lo enquanto andavam para o trabalho. Algumas vezes ele andava 60 milhas (mais de 90 quilômetros) por dia a cavalo. As condições do tempo não importavam; ele fazia seu programa e o cumpria, não importavam as dificuldades. Ele fugia de uma multidão zangada pulando num lago gelado, nadava para fora dele e continuava a pregar novamente. E tinha uma certa habilidade de trazer as pessoas hostis para o seu lado. Em 1741 foi para Gales do Sul, para o norte da Inglaterra em 1742, Irlanda em 1747, e Escócia em 1751. No total, foi à Irlanda quarenta e duas vezes e à Escócia vinte e duas vezes. Ele retornou à algumas cidades várias vezes. Houve ocasiões em que ele retornava anos depois de sua última visita e registrava que a pequena sociedade que ele ajudara ainda estava intacta e fiel. Ele examinava cada membro de cada sociedade pessoalmente para buscar crescimento espiritual e de fé. As sociedades então formadas proviam a organização local para seu movimento. O que Wesley pregava? Santidade, honestidade, salvação, boas relações familiares, vários outros temas, mas acima de tudo a fé em Cristo. Ele não pedia aos seus ouvintes para deixarem suas igrejas, mas para continuarem indo nelas. Ele lhes deu o refrigério espiritual que eles não achavam. Quando suas décadas de provação produziram décadas de triunfo, as multidões aumentaram. Ricos e pobres vinham para ouvi-lo falar. Ele desenvolveu redes de assistentes leigos. Suas exortações para viver perfeitamente em amor hoje parecem duras, mas considere os efeitos em suas congregações. Os xingamentos nas fábricas pararam, os homens e as mulheres começaram a se preocupar com vestimentas limpas e simples, extravagâncias como chá caro e vícios como o gim foram deixados por seus seguidores, vizinhos deram um ao outro ajuda mútua através das sociedades. Wesley ensinou tanto pelo exemplo como pelos seus sermões. Ele publicou muitos de seus textos para serem usados em devocionais e direcionou o lucro para projetos, como um local de ajuda para os pobres. Sua vida pessoal estava além de reprovação. Ele traduziu hinos, interpretou as Escrituras, escreveu centenas de cartas, discipulou centenas de homens e mulheres e manteve em seus diários um registro da energia investida, que dificilmente tem um rival na história ocidental. Sua maneira de falar na linguagem do homem comum teve um impacto imensurável no surgimento do inglês moderno, assim como os hinos de Charles Wesley tiveram um grande impacto na música com suas muitas canções sem mencionar a poesia da subseqüente era Romântica. Mas o impacto dos Wesleys nas classes mais baixas foi além de afetar seus hábitos de vida e modo de falar. John Wesley proveu uma estrutura religiosa que era local e pessoal, bem como fortemente moral. Sua teologia não tirava a liberdade e o direito de ninguém, pois qualquer um podia achar a graça de Deus para resistir ao diabo e ser salvo, se tão somente buscasse e recebesse. As sociedades que ele formou preservaram em seus estudos o foco na fé – uma fé que também levou a uma maneira de lidar com a realidade da vida das classes mais pobres. A religião não era só para os ricos, mas Wesley também não estava pregando uma revolta contra o anglicanismo. O anglicanismo de John Wesley era muito forte, embora os púlpitos anglicanos tornassem-se totalmente fechados para ele. Só quando tinha oitenta e um anos ele permitiu uma pequena divisão entre seus seguidores e a igreja nacional. Tendo já enviado muitos homens à América, em 1784 ele ordenou mais pessoas para este esforço missionário e, porque “ordenação é separação”, efetivamente começou uma nova igreja. O conservadorismo dele era tanto político como religioso. Ele publicou uma carta aberta às colônias americanas, aconselhando-as a permanecerem leais à Grã-Bretanha, logo antes da Revolução Americana. Ele não tolerava nenhuma conversa sobre agitação civil na Inglaterra. Muito se tem discutido acerca de que outras forças estavam trabalhando na Inglaterra além de Wesley e uns outros poucos pregadores. Por exemplo, a Revolução Industrial que estava vindo progrediu mais rápido na Inglaterra do que em qualquer outro lugar, dando aos homens novos tipos de trabalho; a justiça do Sistema de Paz e o sistema de governo com um Primeiro-Ministro eram únicos na sua forma e deram muito mais poder do que era possível em qualquer outro lugar à classe média local e os grandes problemas que poderiam de outra forma causar revolução, simplesmente não estavam presentes na Inglaterra depois de 1750. Ainda assim sem Wesley e seus seguidores como poderia o ateísmo, tal como existia entre os camponeses franceses, ser evitado e como poderia uma classe inferior oprimida e dominada pelos vícios, ter esperança? John Wesley morreu em 2 de março de 1791, cerca de três anos depois que seu irmão Charles morreu. Até seus últimos anos, ele colocou a mesma frase de abertura em seu diário, como fazia a cada ano no seu aniversário, agradecendo a Deus por sua longa vida e sua contínua boa saúde, afirmando que sermões pregados de manhã logo cedo e muita atividade ao ar livre o mantiveram em forma para a
Mascara mortuária de John Wesley
obra de Deus. Desde o momento em que ele tornou-se livre de influências, exceto a de Deus, ele teve cinqüenta anos de serviço constante e fez um bem imensurável à Inglaterra através da perseverança, resistência e fé. Seu legado não se limitou ao seu século ou país, mas sobrevive até hoje na fé de milhões em várias igrejas ao redor do mundo. A seguinte frase foi escrita em seu diário em 28 de junho de 1774: Sendo hoje meu aniversário, o primeiro dia do septuagésimo segundo ano, eu estava pensando como posso ter a mesma força que tinha trinta anos atrás? Que a minha visão esteja consideravelmente melhor agora e meus nervos mais firmes do que eram antes? Que eu não tenha nenhuma enfermidade da velhice, e não tenha mais aquelas que tive na
juventude? A grande causa é, o bom prazer de Deus, que faz o que lhe agrada. Os meios principais são: meu constante levantar às quatro da madrugada, por cerca de cinqüenta anos; o fato de geralmente pregar às cinco da manhã, um dos exercícios mais saudáveis do mundo; o fato de que nunca viajo menos, por mar ou terra, do que 4500 milhas (mais de 6.750 km) por ano.



             Wesley - Um coração transformado pode mudar o mundo



sexta-feira, 27 de março de 2015

Historia: Os Mártires Calvinistas da Guanabara.



Os Mártires da Guanabara:
1a Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro.

O contexto da Tragédia da Guanabara, como ficou conhecida mais tarde, ocorrida em 9 de fevereiro de 1558, teve como cenário a França Antártica, uma colônia criada na baía de Guanabara, no estado do Rio de Janeiro, em novembro de 1555, pelo militar Nicolas Durand de Villegaignon. Desejoso por colonos com valores mais sólidos, o comandante escreveu à Igreja Reformada em Genebra, liderada por João Calvino, pedindo o envio de pessoas de bem para o auxiliarem no trabalho. Em resposta, a igreja mandou um grupo de quatorze pessoas, entre as quais dois pastores. O pequeno contingente desembarcou no Rio de Janeiro no dia 10 de março de 1557, ocasião em que foi realizado o primeiro culto protestante no Brasil, e provavelmente das Américas.

No início, Villegaignon que era descendente de uma importante família católica, mostrou-se simpático aos protestantes recém-chegados. Na ocasião da celebração da primeira Santa Ceia em terras brasileiras em 21 de março de 1557, chegou a confessar publicamente a sua fé na doutrina reformada Calvinista, todavia, logo começou a divergir dos reformados em relação a singela celebração da Ceia do Senhor e a outras diversas questões doutrinárias.

Segundo relatos históricos da época, Villegaignon tornou-se um tirano cruel. Passou a obrigar seus trabalhadores a efetuarem trabalhos forçados, privando-os de alimentação, descanso e vestuário adequados. Muitos de seus mordomos foram consumidos pela fome e doenças por sua negligência e omissão.

No final de outubro, Villegaignon expulsou os protestantes da pequena ilha para o continente devido aos constantes conflitos motivados pela questão doutrinária e teológica dos calvinistas, que ele passou a rejeitar. Impossibilitados de dar continuidade ao seu trabalho, no início de 1558, eles decidiram regressar à pátria. Todavia, diante das condições precárias da embarcação, cinco dos calvinistas decidiram voltar à terra firme. Eram eles Jacques Le Balleur, Jean du Bourdel, Matthieu Verneuil, Pierre Bourdon e André la Fon. Segundo informações, Balleur conseguiu fugir da ilha, no entanto os demais foram até a presença de Villegaignon para pedir-lhe que os recebesse novamente.

Acusados pelo comandante de serem traidores e espiões, os cristãos calvinistas foram açoitados e encarcerados em uma cela estreita, escura e com cadeias muito pesadas afixadas em seus pés. Villegaignon possuía diversos instrumentos de tortura que utilizava para castigar seus mordomos escravos e para afugentar os selvagens daquela região. Ele planejava como executá-los, e por estar tomado de grande preocupação de como fazê-lo, constantemente visitava a cela onde os calvinistas estavam presos, pois a sua tirania tirava até mesmo a confiança que tinha em seus próprios mordomos, os quais colocou para fazer escolta dos presos naquela cela. Não se conformava com a atitude dos protestantes, pois apesar de estarem cientes de que poderiam a qualquer momento ser executados, alegravam-se em Deus, e passavam o dia e a noite cantando louvores, recitando salmos e orando a Deus.

Por haver se declarado inimigo dos cristãos calvinistas, e sabendo que poderia agradar a corte com a morte dos reformados, resolveu interrogá-los sobre a fé reformada, a fim de condená-los por heresia. Foi quando formulou um questionário teológico, e lhes enviou a fim de respondê-lo, dando um prazo de apenas 12 horas para apresentarem as suas posições doutrinárias. Jean Du Bourdel foi escolhido para redigir o documento, que mais tarde ficou conhecida como a Declaração de Fé de Guanabara, a primeira declaração de fé das Américas. Era o mais velho dentre seus amigos, tinha profundo conhecimento bíblico, teológico, da história da igreja e da fé reformada.

Enquanto escrevia, Bourdel encorajava seus amigos a permanecerem inabaláveis contra as afrontas do diabo, da carne e do mundo, que tentavam através de toda sorte de artimanhas levá-los a negar a fé em Cristo. Ao concluir a declaração, a mesma foi lida pelos huguenotes (nomenclatura dada aos cristãos protestantes calvinistas nos séculos XVI e XVII por catolicos franceses após o massacre em Vassy) e assinada pelos mesmos, e encaminhada a Villegaignon, que ao recebê-la indignou-se sobremaneira, mandando chamar um após outro a fim de confirmar o escrito e executá-los de forma sumária. Ao chegar ao conhecimento do povo as intenções de Villegaignon, alguns tentaram fazer os calvinistas desistirem da fé, o que levou Bourdel a fazer o seguinte pronunciamento:

“Meus irmãos, vejo que Satanás se esforça por todos os meios para nos impedir de, resolutamente, defendermos hoje a causa de Cristo Jesus Senhor nosso, e que alguns de nos revelam uma timidez fora do razoável, equivalente mesmo a uma duvida acerca do socorro e favor do nosso bom Deus, em cujas mãos, sabemos, estão nossas vidas, que ninguém nos poderá tirar sem as determinações dos seus sábios conselhos. Ora, eu vos peço que comigo considereis o modo e o motivo por que viemos a este pais: Quem nos moveu á travessia do oceano numa extensão de duas mil léguas? Quem nos preservou de tantos perigos? Acaso não foi aquele que tudo governa, que dirige todas as coisas pela sua bondade infinita, que ampara os seus por meios admiráveis? É certo que contra nós militam três inimigos poderosos : – o Mundo, o Diabo e a Carne, e que por nós mesmos não podemos resistir-lhes. Mas, si acorrermos ao Senhor Jesus, que os venceu por nós, ele nos assistirá consoante a sua promessa, que sempre cumpre, por isso que é fiel e Todo-Poderoso. Apeguemo-nos a ele, e nele inteiramente repousemos. Coragem, pois, meus irmãos! Que os enganos, que as crueldades, que as riquezas deste mundo não nos embaracem de irmos a Cristo!”

A declaração de Fé:

A confissão, escrita originalmente em latim, tem a forma de um credo, pois a maior parte dos parágrafos começa com a palavra “cremos”. Todavia, sua extensão e variedade de temas a coloca na categoria das confissões de fé, comuns na época da Reforma. A seção introdutória faz uma bela aplicação do texto de 1 Pedro 3.15. Os dezessete parágrafos de diferentes tamanhos tratam de seis questões principais: (a) 1-4: a doutrina da Trindade e, em especial, a pessoa de Cristo, com as suas naturezas divina e humana; (b) 5-9: a doutrina dos sacramentos, sendo a Ceia tratada em quatro artigos e o batismo em um; (c) 10: o livre arbítrio; (d) 11-12: a autoridade dos ministros para perdoar pecados e impor as mãos; (e) 13-15: divórcio, casamento dos religiosos e votos de castidade; (f) 16-17: intercessão dos santos e orações pelos mortos.

A execução dos huguenotes:

Bourdel foi o primeiro a ser chamado a presença de Villegaignon para declarar a sua fé. Após confirmar o que havia escrito, foi fortemente espancado e condenado a morte por estrangulamento, asfixia e afogamento. Um dos pajens de Villegaignon foi designado para fazer a execução. Bourdel foi levado a um rochedo alto, e ali foi estrangulado, asfixiado e jogado nas águas. Enquanto seu antagonista o executava, Bourdel orava implorando a Deus perdão pelos seus pecados e entregando seu espírito a Deus. Assim também aconteceu com Verneuil e Bourdon. La Fon, vacilando, se retratou da declaração de fé, e por ser o único alfaiate daquela localidade sua retratação foi aceita por Villegaignon. Balleur, que havia conseguido fugir foi mais tarde capturado, e acabou por ser executado depois no Rio de Janeiro.

Estátuas dos pastores franceses Guilhaume Chartier e Pierre Richier simbolizando a Primeira Ceia do Senhor nas Américas. Realizada em 21 de Abril de 1557, em território brasileiro. 


Confissão de Fé da Guanabara: 


Segundo a doutrina de S. Pedro Apóstolo, em sua primeira epístola, todos os cristãos devem estar sempre prontos para dar razão da esperança que neles há, e isso com toda a doçura e benignidade, nós abaixo assinados, Senhor de Villegaignon, unanimemente (segundo a medida de graça que o Senhor nos tem concedido) damos razão, a cada ponto, como nos haveis apontado e ordenado, e começando no primeiro artigo: 

I. Cremos em um só Deus, imortal, invisível, criador do céu e da terra, e de todas as coisas, tanto visíveis como invisíveis, o qual é distinto em três pessoas: o Pai, o Filho e o Santo Espírito, que não constituem senão uma mesma substância em essência eterna e uma mesma vontade; o Pai, fonte e começo de todo o bem; o Filho, eternamente gerado do Pai, o qual, cumprida a plenitude do tempo, se manifestou em carne ao mundo, sendo concebido do Santo Espírito, nasceu da virgem Maria, feito sob a lei para resgatar os que sob ela estavam, a fim de que recebêssemos a adoção de próprios filhos; o Santo Espírito, procedente do Pai e do Filho, mestre de toda a verdade, falando pela boca dos profetas, sugerindo as coisas que foram ditas por nosso Senhor Jesus Cristo aos apóstolos. Este é o único Consolador em aflição, dando constância e perseverança em todo bem.
Cremos que é mister somente adorar e perfeitamente amar, rogar e invocar a majestade de Deus em fé ou particularmente. 

II. Adorando nosso Senhor Jesus Cristo, não separamos uma natureza da outra, confessando as duas naturezas, a saber, divina e humana nele inseparáveis. 

III. Cremos, quanto ao Filho de Deus e ao Santo Espírito, o que a Palavra de Deus e a doutrina apostólica, e o símbolo,[3] nos ensinam. 

IV. Cremos que nosso Senhor Jesus Cristo virá julgar os vivos e os mortos, em forma visível e humana como subiu ao céu, executando tal juízo na forma em que nos predisse no capítulo vinte e cinco de Mateus, tendo todo o poder de julgar, a Ele dado pelo Pai, sendo homem.
E, quanto ao que dizemos em nossas orações, que o Pai aparecerá enfim na pessoa do Filho, entendemos por isso que o poder do Pai, dado ao Filho, será manifestado no dito juízo, não todavia que queiramos confundir as pessoas, sabendo que elas são realmente distintas uma da outra. 

V. Cremos que no santíssimo sacramento da ceia, com as figuras corporais do pão e do vinho, as almas fiéis são realmente e de fato alimentadas com a própria substância do nosso Senhor Jesus, como nossos corpos são alimentados de alimentos, e assim não entendemos dizer que o pão e o vinho sejam transformados ou transubstanciados no seu corpo, porque o pão continua em sua natureza e substância, semelhantemente ao vinho, e não há mudança ou alteração.
Distinguimos todavia este pão e vinho do outro pão que é dedicado ao uso comum, sendo que este nos é um sinal sacramental, sob o qual a verdade é infalivelmente recebida. Ora, esta recepção não se faz senão por meio da fé e nela não convém imaginar nada de carnal, nem preparar os dentes para comer, como santo Agostinho nos ensina, dizendo: “Porque preparas tu os dentes e o ventre? Crê, e tu o comeste.”
O sinal, pois, nem nos dá a verdade, nem a coisa significada; mas Nosso Senhor Jesus Cristo, por seu poder, virtude e bondade, alimenta e preserva nossas almas, e as faz participantes da sua carne, e de seu sangue, e de todos os seus benefícios.
Vejamos a interpretação das palavras de Jesus Cristo: “Este pão é meu corpo.” Tertuliano, no livro quarto contra Marcião, explica estas palavras assim: “este é o sinal e a figura do meu corpo.”
S. Agostinho diz: “O Senhor não evitou dizer: — Este é o meu corpo, quando dava apenas o sinal de seu corpo.”
Portanto (como é ordenado no primeiro cânon do Concílio de Nicéia), neste santo sacramento não devemos imaginar nada de carnal e nem nos distrair no pão e no vinho, que nos são neles propostos por sinais, mas levantar nossos espíritos ao céu para contemplar pela fé o Filho de Deus, nosso Senhor Jesus, sentado à destra de Deus, seu Pai.
Neste sentido podíamos jurar o artigo da Ascensão, com muitas outras sentenças de Santo Agostinho, que omitimos, temendo ser longas. 

VI. Cremos que, se fosse necessário pôr água no vinho, os evangelistas e São Paulo não teriam omitido uma coisa de tão grande conseqüência.
E quanto ao que os doutores antigos têm observado (fundamen­tando-se sobre o sangue misturado com água que saiu do lado de Jesus Cristo, desde que tal observância não tem fundamento na Palavra de Deus, visto mesmo que depois da instituição da Santa Ceia isso aconteceu), nós não podemos hoje admitir necessariamente. 

VII. Cremos que não há outra consagração senão a que se faz pelo ministro, quando se celebra a ceia, recitando o ministro ao povo, em linguagem conhecida, a instituição desta ceia literalmente, segundo a forma que nosso Senhor Jesus Cristo nos prescreveu, admoestando o povo quanto à morte e paixão do nosso Senhor. E mesmo, como diz santo Agostinho, a consagração é a palavra de fé que é pregada e recebida em fé. Pelo que, segue-se que as palavras secretamente pronunciadas sobre os sinais não podem ser a consagração como aparece da instituição que nosso Senhor Jesus Cristo deixou aos seus apóstolos, dirigindo suas palavras aos seus discípulos presentes, aos quais ordenou tomar e comer. 

VIII. O santo sacramento da ceia não é alimento para o corpo como para as almas  (porque nós não imaginamos nada de carnal, como declaramos no artigo quinto) recebendo-o por fé, a qual não é carnal. 

IX. Cremos que o batismo é sacramento de penitência, e como uma entrada na igreja de Deus, para sermos incorporados em Jesus Cristo. Representa-nos a remissão de nossos pecados passados e futuros, a qual é adquirida plenamente, só pela morte de nosso Senhor Jesus.
De mais, a mortificação de nossa carne aí nos é representada, e a lavagem, representada pela água lançada sobre a criança, é sinal e selo do sangue de nosso Senhor Jesus, que é a verdadeira purificação de nossas almas. A sua instituição nos é ensinada na Palavra de Deus, a qual os santos apóstolos observaram, usando de água em nome do Pai, do Filho e do Santo Espírito. Quanto aos exorcismos, abjurações de Satanás, crisma, saliva e sal, nós os registramos como tradições dos homens, contentando-nos só com a forma e instituição deixada por nosso Senhor Jesus. 

X. Quanto ao livre arbítrio, cremos que, se o primeiro homem, criado à imagem de Deus, teve liberdade e vontade, tanto para bem como para mal, só ele conheceu o que era livre arbítrio, estando em sua integridade. Ora, ele nem apenas guardou este dom de Deus, assim como dele foi privado por seu pecado, e todos os que descendem dele, de sorte que nenhum da semente de Adão tem uma centelha do bem.
Por esta causa, diz São Paulo, o homem natural não entende as coisas que são de Deus. E Oséias clama aos filho de Israel: “Tua perdição é de ti, ó Israel.” Ora isto entendemos do homem que não é regenerado pelo Santo Espírito.
Quanto ao homem cristão, batizado no sangue de Jesus Cristo, o qual caminha em novidade de vida, nosso Senhor Jesus Cristo restitui nele o livre arbítrio, e reforma a vontade para todas as boas obras, não todavia em perfeição, porque a execução de boa vontade não está em seu poder, mas vem de Deus, como amplamente este santo apóstolo declara, no sétimo capítulo aos Romanos, dizendo: “Tenho o querer, mas em mim não acho o realizar.”
O homem predestinado para a vida eterna, embora peque por fragilidade humana, todavia não pode cair em impenitência.
A este propósito, S. João diz que ele não peca, porque a eleição permanece nele. 

XI. Cremos que pertence só à Palavra de Deus perdoar os pecados, da qual, como diz santo Ambrósio, o homem é apenas o ministro; portanto, se ele condena ou absolve, não é ele, mas a Palavra de Deus que ele anuncia.
Santo Agostinho, neste lugar diz que não é pelo mérito dos homens que os pecados são perdoados, mas pela virtude do Santo Espírito. Porque o Senhor dissera aos seus apóstolos: “recebei o Santo Espírito;” depois acrescenta: “Se perdoardes a alguém os seus pecados,” etc.
Cipriano diz que o servo não pode perdoar a ofensa contra o Senhor. 

XII. Quanto à imposição das mãos, essa serviu em seu tempo, e não há necessidade de conservá-la agora, porque pela imposição das mãos não se pode dar o Santo Espírito, porquanto isto só a Deus pertence.
No tocante à ordem eclesiástica, cremos no que S. Paulo dela escreveu na primeira epístola a Timóteo, e em outros lugares. 

XIII. A separação entre o homem e a mulher legitimamente unidos por casamento não se pode fazer senão por causa de adultério, como nosso Senhor ensina (Mateus 19:5). E não somente se pode fazer a separação por essa causa, mas também, bem examinada a causa perante o magistrado, a parte não culpada, se não podendo conter-se, deve casar-se, como São Ambrósio diz sobre o capítulo sete da Primeira Epístola aos Coríntios. O magistrado, todavia, deve nisso proceder com madureza de conselho. 

XIV. São Paulo, ensinando que o bispo deve ser marido de uma só mulher, não diz que não lhe seja lícito tornar a casar, mas o santo apóstolo condena a bigamia a que os homens daqueles tempos eram muito afeitos; todavia, nisso deixamos o julgamento aos mais versados nas Santas Escrituras, não se fundando a nossa fé sobre esse ponto. 

XV. Não é lícito votar a Deus, senão o que ele aprova. Ora, é assim que os votos monásticos só tendem à corrupção do verdadeiro serviço de Deus. É também grande temeridade e presunção do homem fazer votos além da medida de sua vocação, visto que a santa Escritura nos ensina que a continência é um dom especial (Mateus 15 e 1 Coríntios 7). Portanto, segue-se que os que se impõem esta necessidade, renunciando ao matrimônio toda a sua vida, não podem ser desculpados de extrema temeridade e confiança excessiva e insolente em si mesmos.
E por este meio tentam a Deus, visto que o dom da continência é em alguns apenas temporal, e o que o teve por algum tempo não o terá pelo resto da vida. Por isso, pois, os monges, padres e outros tais que se obrigam e prometem viver em castidade, tentam contra Deus, por isso que não está neles o cumprir o que prometem. São Cipriano, no capítulo onze, diz assim: “Se as virgens se dedicam de boa vontade a Cristo, perseverem em castidade sem defeito; sendo assim fortes e constantes, esperem o galardão preparado para a sua virgindade; se não querem ou não podem perseverar nos votos, é melhor que se casem do que serem precipitadas no fogo da lascívia por seus prazeres e delícias.” Quanto à passagem do apóstolo S. Paulo, é verdade que as viúvas tomadas para servir à igreja, se submetiam a não mais casar, enquanto estivessem sujeitas ao dito cargo, não que por isso se lhes reputasse ou atribuísse alguma santidade, mas porque não podiam bem desempenhar os deveres, sendo casadas; e, querendo casar, renunciassem à vocação para a qual Deus as tinha chamado, contudo que cumprissem as promessas feitas na igreja, sem violar a promessa feita no batismo, na qual está contido este ponto: “Que cada um deve servir a Deus na vocação em que foi chamado.” As viúvas, pois, não faziam voto de continência, senão porque o casamento não convinha ao ofício para que se apresentavam, e não tinha outra consideração que cumpri-lo. Não eram tão constrangidas que não lhes fosse antes permitido casar que se abrasar e cair em alguma infâmia ou desonestidade.
Mas, para evitar tal inconveniência, o apóstolo São Paulo, no capítulo citado, proíbe que sejam recebidas para fazer tais votos sem que tenham a idade de sessenta anos, que é uma idade normalmente fora da incontinência. Acrescenta que os eleitos só devem ter sido casados uma vez, a fim de que por essa forma, tenham já uma aprovação de continência. 

XVI. Cremos que Jesus Cristo é o nosso único Mediador, intercessor e advogado, pelo qual temos acesso ao Pai, e que, justificados no seu sangue, seremos livres da morte, e por ele já reconciliados teremos plena vitória contra a morte.
Quanto aos santos mortos, dizemos que desejam a nossa salvação e o cumprimento do Reino de Deus, e que o número dos eleitos se complete; todavia, não nos devemos dirigir a eles como intercessores para obterem alguma coisa, porque desobedeceríamos o mandamento de Deus. Quanto a nós, ainda vivos, enquanto estamos unidos como membros de um corpo, devemos orar uns pelos outros, como nos ensinam muitas passagens das Santas Escrituras. 

XVII. Quanto aos mortos, São Paulo, na Primeira Epístola aos Tessalonicenses, no capítulo quatro, nos proíbe entristecer-nos por eles, porque isto convém aos pagãos, que não têm esperança alguma de ressuscitar. O apóstolo não manda e nem ensina orar por eles, o que não teria esquecido se fosse conveniente. S. Agostinho, sobre o Salmo 48, diz que os espíritos dos mortos recebem conforme o que tiverem feito durante a vida; que se nada fizeram, estando vivos, nada recebem, estando mortos.
Esta é a resposta que damos aos artigos por vós enviados, segundo a medida e porção da fé, que Deus nos deu, suplicando que lhe praza fazer que em nós não seja morta, antes produza frutos dignos de seus filhos, e assim, fazendo-nos crescer e perseverar nela, lhe rendamos graças e louvores para sempre. Assim seja.

Jean du Bourdel, Matthieu Verneuil, Pierre Bourdon, André la Fon.






Rock: Larry Norman, o pai do Rock Cristão.

Larry David Norman nascido em 08 de abril de 1947. Músico, compositor e produtor norte-americano, começou a gravar em 1966, mas surgiu para a fama como homem de frente da banda de rock People!. O primeiro álbum da banda, "I Love You", lançado em 1968 teve a música de mesmo nome, (escrita por Chris White do The Zombies), entre as 20 mais tocadas da Billboard. Norman, no entanto, com freqüência é lembrado como o "Pai" do Rock Cristão e por sua música caracterizada fortemente por uma inclinação em contextualizar o cristianismo dentro dos mais diversos assuntos da sociedade.

Carreira:

Após despontar no meio musical com a banda People! Norman deixou a banda e lançou seu primeiro álbum solo, Upon This Rock, em 1969. Uma de suas mais memoráveis músicas é "I Wish We'd All Been Ready" (Eu queria que todos estivessem prontos), que se tornou um clássico e foi gravada por muitos artistas. Embora Norman não fosse o primeiro, havia muito poucos artistas gravando Rock and Roll com letras gospel na época, possivelmente pela associação que esse tipo de música tinha com o secularismo e a hostilidade à religião tradicional instituída. Larry Norman mudou isso e abriu a porta para outros artistas com seu clássico de 1972 "Why Should The Devil Have All The Good Music" (Por que o diabo tem que ficar com toda boa música?), na qual ele recusa essa noção e mostra que alguém pode ser um cristão e ouvir Rock. Sua aparição ao lado de Billy Graham na convenção de jovens Explo 72 causou um forte impulso em sua carreira, mas a estrada raramente foi fácil para Norman. Seus lisos cabelos quase brancos até os ombros, jeans, camiseta e tiradas agudas contra influências seculares no meio cristão, não ajudavam muito na hora de fazer amigos entre os da geração mais antiga na igreja. Enquanto isso, jovens (religiosos e não-religiosos) compravam seus discos e afluíam em massa aos seus concertos.
Seus álbuns eram uma mistura de rock pesado, com letras geralmente sérias, mas também ocasionalmente descontraídas, (especialmente quando atuando com seu melhor amigo Randy Stonehill, cujos primeiros álbuns foram produzidos por Norman, no início dos anos 70).

No final dos anos 70, Norman fundou a gravadora Solid Rock Records, que viria lançar Welcome to Paradise and The Sky Is Falling, de Stonehill, Horrendous Disc, de Daniel Amos, A View From The Bridge, de Tom Howard e Appalachian Melody, de Mark Heard entre outros títulos de vários artistas e seus próprios.

Norman sofreu, em 1978, um grave acidente a bordo de um avião, quando a porta de compartimento de bagagens abriu ferindo sua cabeça. Pelos doze anos seguintes ele não gravaria nenhum álbum de estúdio. Paralelo a isso, uma disputa com a Word Records levou a Solid Rock a suspender suas atividades. Norman mudou-se para a Europa e fundou o selo Phydeaux. Em 1992, um forte ataque cardíaco deixa Norman com uma expectativa de vida de uma semana. Ele sobrevive a uma cirurgia de alto-risco, mas fica com algumas seqüelas cardio-respiratórias. Mesmo assim, continua a se apresentar sem regularidade.

Em 2001, juntamente com Elvis Presley, Norman foi recebido no Hall da Fama da música Gospel. É neste ano também que ele sofre uma revascularização cardíaca quádrupla e anuncia sua aposentadoria. Em Dezembro de 2003 ele realiza o seu concerto "de despedida". Em 2005, dois novos concertos de despedida são anunciados, um na Noruega e outro em sua cidade de adoção, Salem, que acabou sendo de fato o último deles. Naquela data, Norman declarou ao público: 

"Até onde posso dizer, esta é a última vez que terei condições de tocar na América, na Europa e no planeta Terra”.


 
Influencias:

Muitos artistas foram influenciados pela música de Norman, incluindo Frank Black do Pixies, que chegou a fazer uma versão de uma das canções de Norman, "Six-Sixty-Six" em seu álbum Frank Black & the Catholics. Durante a canção "Levitate Me", Black diz: "Come on pilgrim, you know He loves you!" (Venha peregrino, você sabe que Ele te ama) - uma frase que Norman incluiu no final de sua música "Watch What You're Doing". Black foi um dos convidados especiais do concerto de Norman em Junho de 2005, em Salem, juntando-se a Norman na execução da canção "Watch What You're Doing".
Outros artistas como dc Talk, Guns N' Roses e U2 dizem-se fãs de Norman. Dizzy Reed, tecladista do Guns N' Roses, tocou no álbum de Larry Copper Wires de 1998. Enquanto Norman gravava no AIR Studios de George Martin em 1974, Paul MacCartney declarou em entrevistas que Norman poderia ter sido um dos mais significativos artistas dos anos 70, se ele não se restringisse a temas espirituais. Bono e The Edge, do U2, também são fãs. Há um rumor de que Pete Townshend, da banda The Who, inspirou-se na idéia do musical "Tommy" de uma similar ópera-rock de Norman, escrita no final do ano de 1960.
Em anos recentes Larry Norman foi redescoberto por grupos contemporâneos, como dc Talk, Rebecca St. James, Audio Adrenaline, que gravaram e apresentaram sua música a uma nova geração de admiradores.
Larry Norman popularizou o gesto da mão fechada com o dedo indicador apontando para o céu. O sinal, sintetizava a idéia do "One Way to Heaven" (Um só Caminho para o Céu) e transformou-se em marca registrada de Norman.
Em 1990, os desenhistas da série de televisão Os Simpsons criaram uma edição limitada de história em quadrinhos caracterizando Norman como um personagem do desenho. Foram também vendidos relógios que caracterizavam Norman em amarelo e com três dedos (como os Simpsons) 
 
Despedida:


Larry Norman se foi às 02:45Hrs da manhã de domingo. No sábado à tarde anterior, 23 de fevereiro, sentindo que sua partida estava próxima, ele ditou uma mensagem de despedida aos amigos e admiradores, e pediu a seu amigo Allen Fleming que a digitasse no computador. 
  
"Eu me sinto como um brinde numa caixa de guloseimas com a mão de Deus tentando me alcançar. Tenho estado sob cuidados médicos por meses. Minhas lesões estão piorando. Tenho dificuldades para respirar. Estou pronto para voar para casa. Não vou estar por aqui por muito tempo. Não há nada que eu possa fazer sobre isso. Meu coração está muito fraco. Eu desejo dizer adeus a todos. No passado vocês generosamente me sustentaram com suas orações e finanças e eu provavelmente ainda vou precisar de ajuda financeira. Meu plano é ser sepultado em um caixão simples de pinho, com algumas flores dentro. Eu gostaria de afastar a escuridão com meu mais nobre esforço. Haverá informações sobre o funeral no meu website, em caso de algum de vocês desejar comparecer. Nós não estamos certos da data em que vou morrer

Adeus, até logo, nos veremos de novo

Em algum lugar além do céu

Eu oro para que vocês fiquem com Deus

Adeus, meus amigos, adeus!"


Videos:

Larry Norman & Geoff Moore - Why Should The Devil Have All The Good Music



Knocking on Heaven's Door (só o audio mas vale a pena escutar!)



Why Don't You Look Into Jesus

Site oficial:
http://www.larrynorman.com/


Download:
http://www.4shared.com/folder/qt9kJiQU/L_online.html