sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Tensões entre o Islã e o Cristianismo. (Parte II)

Bandeira Estado Islâmico.
O Estado Islâmico.

Como surgiu o estado Islamico?

Antes chamado EIIL – Estado Islâmico do Iraque e Levante – a organização hoje conhecida como Estado Islâmico surgiu como mais um grupo armado sunita radical contrário ao regime do governador Sírio Bashar al-Assad. Seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi, considerado o novo Osama Bin Laden, se aproveitou do racha entre sunitas e xiitas no Iraque e da guerra civil na Síria para angariar e unir rebeldes sunitas em comunidades locais a experientes militares do extinto exército de Saddam Hussein. 
Em outras palavras, o surgimento do Estado islâmico só foi possível graças a uma sacada inédita de seu chefe: por que não explorar a marginalização de um povo repreendido por sucessivos governos e a ira de comandantes expulsos das Forças Armadas para criar uma nova potência do terror?

Ideais:

O Estado Islâmico é alimentado pelo ódio aos xiitas, às minorias, 
aos Estados Unidos e, em menor grau, à Europa. A insurgência tenta impor uma versão ultraconservadora do islamismo contra
o que acredita ser uma expansão do xiitismo, liderado pelo Irã, e que tem forte influência no Iraque.


Onde atua?

Desde que deu início ao levante, em junho de 2014, o Estado Islâmico já conquistou partes da Síria e do Iraque, onde dominou regiões estratégicas, como as cidades sírias de Raqqah e Deir ez Zor, local em que várias tribos e organizações armadas juraram lealdade ao EI, e zonas de grande importância econômica, como a cidade iraquiana de Mossul, rica em reservas de petróleo e detentora da maior usina hidrelétrica do país. 


Métodos:

Os jihadistas - extremistas islâmicos praticantes do terrorismo motivado por questões religiosas - do EI usam técnicas extremamente violentas para disseminar sua ideologia, entre elas decapitações, crucificações, apedrejamentos, genocídios e sepultamento de pessoas ainda vivas nas regiões que domina. Toda essa brutalidade é fruto de ideologias e modus operandi antigos. A primeira vertente tinha em sua mira regimes árabes pró-Ocidente contra o qual usavam violência política moderada. Com o assassinato do presidente egípcio Anwar Sadat, em 1980, essa insurgência se desmantelou. Quem sobreviveu e seguiu para o Afeganistão para combater a então União Soviética deu início, sob a liderança de Osama Bin Laden, à segunda vertente da jihad – guerra santa em árabe – que tinha como inimigo principal os Estados Unidos. Na época, o grupo adotava um discurso defensivo e justificava os atos terroristas cometidos como uma forma de represália à dominação americana sobre as sociedades muçulmanas. Há quem afirme que as origens do extremismo do Estado Islâmico remontam a morte do “cabeça” da Al-Qaeda no Iraque, Abu Musab al-Zarqawi, executado pelos EUA em 2006. Com a insurgência de Abu Bakr al-Baghdadi sob a liderança do EI, esse discurso caiu por terra, e o mundo passou a testemunhar as atrocidades de que o grupo é capaz.

Combatentes:

A Agência Americana de Inteligência (CIA) estima 
que entre 20 mil e 31,5 mil homens compõem a máquina de matar do Estado Islâmico. Uma avaliação feita anteriormente apontava para a existência de 10 mil homens.Para a CIA, a alta na quantidade de terroristas se deve a um maior recrutamento, realizado a partir de junho de 2014, após “vitórias” do EI e da proclamação do califado (imposição da interpretação extremista da lei islâmica) em uma região compreendida entre os territórios sírio e iraquiano.

O recrutamento:

O Estado Islâmico costuma recrutar jovens sunitas desiludidos e descontentes em vários países do mundo e que veem o grupo como uma poderosa fonte de vitória e salvação. A ONU denunciou este ano o recrutamento de crianças, que eram exploradas como soldados suicidas ou enviadas à frente de combate para servir de escudo para os mais experientes. Muçulmanos que vivem em países ocidentais também têm se integrado ao Estado Islâmico. Muito jovens de cidades europeias como Londres, Paris e Berlim partiram para a Síria e para o Iraque para lutar ao lado dos colegas de jihad, obrigando vários países a reforçarem o controle para evitar a fuga de cidadãos interessados em se unir aos terroristas. A polícia da Áustria interceptou em setembro de 2014, duas adolescentes muçulmanas de 14 e 15 anos que tinham planos de viajar a Síria para combater com o EI, e, em agosto, um cidadão americano identificado como Douglas McAuthur McCain, de 33 anos, morreu enquanto combatia ao lado de jihadistas do Estado Islâmico.Segundo a publicação inglesa Daily Mirror, mulheres britânicas têm deixado o Reino Unido para colaborar com os terroristas do EI na criação de casas de prostituição na cidade síria de Raqqa, onde mulheres iraquianas são escravas sexuais. Segundo elas, os militantes podem usar suas vítimas da forma que bem desejarem porque elas não são muçulmanas.

Quem Financia?

O governo americano estima que a principal fonte de financiamento do Estado Islâmico seja o petróleo iraquiano. Os jihadistas controlam desde junho uma parte importante da indústria de petróleo do Iraque, a cidade de Mossul, localizada no norte do país e que produz quase 2 milhões de barris de petróleo por dia. Os terroristas também exercem controle sobre a planta de gás de Shaar e Baiji, onde está situada a maior refinaria do país. Com os lucros, os militantes compram armas e enriquecem suas lideranças.Além da riqueza proveniente de fontes energéticas roubadas, o EI também arrecada dinheiro com um sistema de impostos em áreas conquistadas, e com uma série de atividades ilegais como roubos a bancos, contrabando de carros e armas, bloqueio de estradas e sequestros. Segundo o jornalista Patrick Cockburn, a rede conta ainda com o apoio financeiro dos países do Golfo, que já teriam fornecido milhões de dólares para que combatessem os xiitas.


Vitimas:


O Estado Islâmico costuma recrutar jovens sunitas desiludidos e descontentes em vários países do mundo e que veem o grupo como uma poderosa fonte de vitória e salvação. A ONU denunciou neste ano o recrutamento de crianças, que eram exploradas como soldados suicidas ou enviadas à frente de combate para servir de escudo para os mais experientes. Muçulmanos que vivem em países ocidentais também têm se integrado ao Estado Islâmico. Muito jovens de cidades europeias como Londres, Paris e Berlim partiram para a Síria e o Iraque para lutar ao lado dos colegas de jihad, obrigando vários países a reforçarem o controle para evitar a fuga de cidadãos interessados em se unir aos terroristas. A polícia da Áustria interceptou em setembro de 2014, duas adolescentes muçulmanas de 14 e 15 anos que tinham planos de viajar a Síria para combater com o EI, e, em agosto, um cidadão americano identificado como Douglas McAuthur McCain, de 33 anos, morreu enquanto combatia ao lado de jihadistas do Estado Islâmico.Segundo a publicação inglesa Daily Mirror, mulheres britânicas têm deixado o Reino Unido para colaborar com os terroristas do EI na criação de casas de prostituição na cidade síria de Raqqa, onde iraquianas são escravas sexuais. Segundo elas, os militantes podem usar suas vítimas da forma que bem desejarem porque elas não são muçulmanas.

Os inimigos e a ofensiva americana:


Países alcançados pelo Estado Islâmico.
As ações do grupo são direcionadas aos xiitas e aos yazidis (seguidores de uma religião curda com antigas raízes indo-europeias), mas também têm foco nos Estados Unidos e, em menor grau, na Europa.O presidente Obama prometeu ampliar a ofensiva contra os jihadistas do EI, com um plano que prevê ataques aéreos contra santuários – centros de comando, capacidades logísticas e infraestruturas - dos terroristas na Síria e no Iraque e maior apoio às forças de segurança iraquianas. Nessa empreitada, Obama deverá contar com ajuda internacional de países da Europa e do Oriente Médio, além da Arábia Saudita, que disponibilizou uma base para treinamento. Soldados americanos não se envolverão diretamente no conflito (pelo menos por enquanto), mas cerca de 450 serão incumbidos de treinar rebeldes sírios, tidos como moderados. Mais de 145 bombas já foram lançadas contra alvos do EI no Iraque, até meados de setembro, como maneira de auxiliar o exército local.



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