Assinado por M. Lute |
Na ópera "Os Huguenotes" de Giacomo Meyerbeer, é utilizada diversas vezes como Leitmotiv. É também citada na ópera "Friedenstag", de Richard Strauss.
"Castelo Forte" é um dos hinos preferidos da tradição Protestante. É considerado o Hino de Batalha da Reforma Protestante, devido ao efeito produzido no apoio à causa dos Reformistas. John Julian declina quatro teorias sobre sua origem:
- Heinrich Heine: foi cantado por Martinho Lutero e seus companheiros, quando entraram em Worms em 16 de abril de 1521, para a Dieta;
- K.F.T. Schneider: foi um tributo ao amigo de Lutero, Leonhard Kaiser, que foi executado como um mártir protestante, em 16 de agosto de 1527;
- Jean-Henri Merle d'Aubigné: foi cantado pelos príncipes luteranos alemães, quando entraram em Augsburg para a Dieta em 1530, na qual a Confissão de Augsburgo foi apresentada; e
- a opinião de que foi composto em conexão com a Dieta de Speyer (1529), na qual os príncipes luteranos alemães apresentaram o seu "protesto" ao Imperador Carlos V, que queria reforçar o seu Édito de Worms (1521).
A tradição diz que o Rei Gustavus Adolphus of Sweden fez executar esse hino, enquanto suas tropas marchavam para a Guerra dos Trinta Anos. O Salmo já tinha sido traduzido para a língua sueca, em 1536. Muitos séculos depois, a canção se tornaria o hino nacional do antigo movimento socialista sueco.
Melodia:
Castelo Forte, melodia rítmica |
Em 1906, Edouard Rœhrich escreveu, "A forma autêntica dessa melodia difere, significativamente, da forma cantada na maioria das igrejas protestantes e da que figura na ópera "Os Huguenotes", de Meyerbeer. ... A forma original é poderosamente ritmada, de modo a se submeter a todas as nuances do texto ..." (E. Rœhrich, Les Origines du Choral Luthérien. (Paris: Librairie Fischbacher, 1906), 23)
Enquanto no século XIX os musicólogos questionavam a autoria desse hino como sendo ou não de Lutero, essa opinião foi modificada nas mais recentes pesquisas; hoje é consenso que Lutero realmente compôs essa famosa melodia, para ser cantada com o referido texto.
Texto:
Em Alemão (original)
1. Ein’ feste Burg ist unser Gott, Ein' gute Wehr und Waffen; Er hilft uns frei aus aller Not, Die uns jetzt hat betroffen. Der alt’ böse Feind, Mit Ernst er’s jetzt meint, Groß’ Macht und viel List Sein’ grausam’ Rüstung ist, Auf Erd’ ist nicht seins Gleichen. |
3. Und wenn die Welt voll Teufel wär’ Und wollt’ uns gar verschlingen, So fürchten wir uns nicht so sehr, Es soll uns doch gelingen. Der Fürst dieser Welt, Wie sau’r er sich stellt, Tut er uns doch nicht, Das macht, er ist gericht’t, Ein Wörtlein kann ihn fällen. |
2. Mit unsrer Macht ist nichts getan, Wir sind gar bald verloren; Es streit’t für uns der rechte Mann, Den Gott hat selbst erkoren. Fragst du, wer der ist? Er heißt Jesus Christ, Der Herr Zebaoth, Und ist kein andrer Gott, Das Feld muss er behalten. |
4. Das Wort sie sollen lassen stahn Und kein’n Dank dazu haben; Er ist bei uns wohl auf dem Plan Mit seinem Geist und Gaben. Nehmen sie den Leib, Gut, Ehr’, Kind und Weib: Lass fahren dahin, Sie haben’s kein’n Gewinn, Das Reich muss uns doch bleiben. |
Versão em Português:
J. Eduardo Von Hafe (em Português)
1. Castelo forte é nosso Deus. Espada e bom escudo; Com seu poder defende os seus Em todo transe agudo. Com fúria pertinaz Persegue Satanás, Com artimanhas tais E astúcias tão cruéis, Que iguais não há na terra. |
3. Se nos quisessem devorar Demônios não contados, Não nos podiam assustar, Nem somos derrotados. O grande acusador Dos servos do Senhor Já condenado está; Vencido cairá Por uma só palavra. |
2. A nossa força nada faz, Estamos, sim, perdidos; Mas nosso Deus socorro traz E somos protegidos. Defende-nos Jesus, O que venceu na cruz, Senhor dos altos céus; E, sendo o próprio Deus, Triunfa na batalha. |
4. Sim, que a palavra ficará, Sabemos com certeza, E nada nos assustará Com Cristo por defesa. Se temos de perder Filhos, bens, mulher; Embora a vida vá, Por nós Jesus está E dar-nos-á seu reino. |
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