"Você já teve um sonho, Neo, em que você
estava tão certo de que era real? E se você fosse incapaz de se acordar
desse sonho? Como saberia a diferença entre o mundo do sonho e o real?"
(Morfeu questionando Neo, Filme Matrix)
Se vivemos em um mundo inverossímil e somos todos apenas parte de um programa de computador, então desabafo indignado: triste sorte a nossa, homens desgraçados que somos, será que não nascemos para alguma coisa melhor?!
Se a filosofia pós-moderna, o hinduísmo, o budismo e a trilogia Matrix estão corretos em afirmarem que o nosso mundo é irreal, então, meus queridos irmãos, o niilismo* está em alta, Deus morreu, a realidade está em crise e eu também não estou lá muito bem!
A filosofia pós-moderna:
Neo |
Porém, uma coisa é certa: diversos analistas culturais afirmam que, apesar de não sabermos quando esta era começou, estamos de fato vivendo em uma sociedade pós-moderna. Mas, o que é pós-modernidade?
O termo "pós-modernidade" é de ampla definição e foi cunhado pelo famoso historiador britânico Arnold Joseph Toynbee (1889-1975) na década de 1940, quando escrevia os seus doze volumes intitulados Um Estudo da História.
Toynbee era um filósofo católico, porém influenciado pelo hinduísmo. Segundo Toynbee, a pós-modernidade se caracteriza especialmente pela decadência da cultura ocidental, do cristianismo e de tudo o que é absoluto. Resumindo, no pós-modernismo, morre o cristianismo e sua única verdade absoluta (Jesus Cristo) e tudo passa a ser relativo.
Alguns filósofos franceses também debruçaram-se sobre o tema da pós-modernidade, entre eles, Jean-François Lyotard, Michel Maffesoli e Jean Baudrillard (cujo livro Simulacro e Simulação aparece rapidamente no filme Matrix).
Baudrillard afirma que nos tempos pós-modernos ocorrerá o "domínio do simulacro" onde será possível a substituição do mundo real por uma versão simulada tão eficaz quanto a realidade. Em outras palavras, a simulação cria um perfeito simulacro da realidade, como um sonho tão vívido que, ao "acordarmos", não conseguimos distinguir entre ilusão e verdade.
A trilogia Matrix:
A trilogia Matrix está em plena sintonia com a filosofia pós-moderna, com o hinduísmo, com o budismo, entre outras visões de mundo.
A série Matrix é uma fantástica aventura cibernética, recheada de superefeitos especiais, onde a Terra foi totalmente dominada por máquinas dotadas de inteligência artificial, que passaram a ter controle sobre a raça humana.
Os homens e todo o nosso mundo não passam de um software, um programa de computador, uma mera ilusão. Resumindo, nessa trilogia, nosso complexo mundo físico, com todos os seus ecossistemas, e nosso sofisticado corpo humano não passam de uma realidade virtual, como um joguinho de computador, semelhante ao The Sims, Sim City ou Age of Empires.
Morpheus |
Na primeira aparição de Neo ficamos logo sabendo qual será sua função na trilogia. Choi, um cliente de Neo, chega ao quarto de Neo com alguns amigos para pagar e receber uma encomenda. Ele lhe agradece de uma maneira que passa a ser quase uma profecia sobre o futuro de Neo: "Aleluia. Você é meu Salvador, cara. O meu Jesus Cristo pessoal".
No primeiro filme da série, há mais de dez referências a Neo como o "eleito" ou o "escolhido". No primeiro episódio, Neo morreu, ressuscitou e ascendeu aos céus (isso faz você se lembrar de quem?).
Em Matrix Reloaded, o segundo episódio da série, há uma cena rápida de mais ou menos vinte segundos, quando Neo sai de um elevador na "Cidade de Zion" ("Sião", em inglês) e é abordado por pessoas de várias faixas etárias, muitas com trajes orientais e trazendo oferendas nas mãos.
Trinity lhe diz: "Eles precisam de você". Duas mães se aproximam de Neo fazendo alguns pedidos especiais sobre seus filhos. Neo é querido, respeitável e um solucionador de problemas. Neo move-se com uma rapidez incrível (mais rápido do que oSuper-Homem ou qualquer projétil), salva pessoas prestes a serem mortas, tem uma força incomum, tem capacidade para mover objetos sem tocá-los e, a exemplo de Jesus Cristo, também ressuscitou uma pessoa amada. Pronto: "Neo é o nosso melhor amigo e o nosso salvador", essa é uma das mensagens sutis que a trilogia passa nas suas entrelinhas.
Porém, a principal mensagem da trilogia é um novo conceito da "verdade". Nessas películas cinematográficas, a "verdade" é que este mundo é apenas uma matrix ilusória. Observe um diálogo entre Morfeu e Neo e veja o que é a "verdade":
Neo: O que é Matrix?Quando Neo vai consultar o oráculo, ele encontra um menino em trajes budistas que consegue entortar colheres sem tocá-las. Observe no diálogo o que é a "verdade":
Morfeu: Você quer saber o que é Matrix? Matrix está em toda parte [...] é o mundo que acredita ser real para que não perceba a verdade.
Neo: Que verdade?
Morfeu: Que você é um escravo, Neo. Como todo mundo, você nasceu em cativeiro. Nasceu em uma prisão que não pode ver, cheirar ou tocar. Uma prisão para a sua mente.
Menino: Não tente dobrar a colher. Não vai ser possível. Em vez disso, tente apenas perceber a verdade.Para a série Matrix, a "verdade" é que tudo é niilismo e ficamos sem saber quem é o Criador e quem é a criatura.
Neo: Que verdade?
Menino: Que a colher não existe.
Neo: A colher não existe?
Menino: Então verá que não é a colher que se dobra, apenas você.
O cristianismo:
Cristo é real (Colossenses 2.17). Não existe faz-de-conta e nem ilusão em Cristo Jesus. Digo mais: a realidade de Cristo é dura, cruenta e exigiu derramamento de sangue na cruz para a remissão dos nossos pecados.
O evangelista João escreveu sobre Jesus:
"estava no princípio com
Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada
do que foi feito se fez. A vida estava nele, e a vida era a luz dos
homens"
(João 1.2-4)
Trinity |
Afirmar que Jesus é uma razão para viver é minimizar o Seu senhorio, é pouco. Verdadeiramente, Jesus é a razão para viver. Jesus é o único "show da vida"!
Analisemos outra passagem bíblica sobre a soberania e o senhorio de Jesus Cristo:
"Este
é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois,
nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as
visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer
principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele.
Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. E ele é a cabeça do
corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos,
para em todas as coisas ter a primazia, porque aprouve a Deus que, nele,
residisse toda a plenitude e que, havendo feito a paz pelo sangue da
sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas,
quer sobre a terra, quer nos céus"
(Colossenses 1.15-20)
Pense bem no que Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, está afirmando sobre Jesus Cristo: todas as coisas subsistem por causa de Cristo. Todo o mundo visível e o invisível – ambas as dimensões (a física e a espiritual) existem por causa de Cristo. Os hadrons e quarks subsistem pelo poder D'ele.
Sem Jesus, todas as coisas cairiam aos pedaços. A vida (o nosso próximo batimento cardíaco e a nossa próxima respiração) está nas mãos do Senhor Jesus Cristo. Jesus é o máximo e detém um poder inigualável. Jesus é o verdadeiro "espetáculo do planeta Terra"!
Queridos leitores, sem Jesus, restam a filosofia pós-moderna, o hinduísmo, o budismo e a trilogiaMatrix para nos "consolar" e esse consolo é baseado em uma ilusão.
Conclusão:
Quando o indivíduo não conhece o original, o real, o genuíno, o verdadeiro, ele acredita no falso como se fosse o verdadeiro.
Imagine as pessoas que tiveram a oportunidade de conhecer pessoalmente a Michelângelo, viram-no pintando e esculpindo obras maravilhosas que ficariam para a posteridade.
Ou, até mesmo, pense naqueles que não tiveram a oportunidade de vê-lo pessoalmente, mas estudaram com afinco seus feitos. Agora, suponha que surja alguém lá no Nepal afirmando que possui a verdadeira escultura de "Davi", de Michelângelo, e que aquela exposta no Museu da Galleria dell’Accademia, em Florença, na Itália, é falsa e não passa de um simulacro.
O que você acha que aconteceria? As pessoas que conhecem bem a escultura verdadeira dificilmente acreditariam na história do "Davi" do Nepal. Pois, uma vez que o indivíduo conhece o real, ele facilmente reconhece que o outro é o falso e o infiel.
Porém, se alguém não conhece a única e verdadeira escultura, facilmente será enganado e iludido pela falsa "verdade". Jesus é assim, a única verdade! Ele disse:
"Eu sou a verdade"
(João 14.6)
"a verdade que liberta"
(João 8.32)
A trilogia Matrix e a filosofia pós-moderna, além de fazerem parceria com religiões orientais, são também como Pilatos. O registro em João 18.37-38, quando Jesus dialogava com Pilatos, diz:
"Tu
dizes que sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de
dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha
voz"
(João 18:37-38)
Pílulas Matrix |
À medida que afrouxamos a doutrina e aceitamos outras verdades além de Jesus Cristo, acabamos caindo no engodo de vãs filosofias humanas. Ficamos à deriva, passando a aceitar e discutir "a minha verdade" e "a sua verdade", e não mais a única Verdade, que é Jesus Cristo.
Quando o homem não conhece Jesus, passa a criar outras supostas verdades filosóficas para se adequarem aos seus pontos de vista.
Dar as costas para a Verdade e ouvir o clamor das massas, dos filósofos e formadores de opinião da época, é o que faziam os crentes da pós-modernista cidade de Corinto. Foi em Corinto que Paulo dissertou sobre a excelência da sabedoria divina sobre a sabedoria humana (veja 1 Coríntios 1.18-31). A recomendação paulina aos coríntios continua vívida para a nossa atual cultura pós-moderna:
"Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo"
(1 Coríntios 3.11)
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