sexta-feira, 22 de maio de 2015

Libertação : O exorcismo de Anneliese Michel.



Neste texto eu vou postar um dos casos mais famosos de possessão demoníaca e exorcismo da historia. O caso da jovem alemã Anneliese Michel onde a Igreja Romana não foi bem sucedida e com isto a jovem veio a óbito. 
Mas antes de relatar a historia dela vamos nos aprofundar no assunto para que nosso entendimento seja mais amplo. E que nossas conclusões sejam mais bem fundamentadas.

Possessão o que é?


Possessão ou possessão demoníaca é, de acordo com muitos sistemas de crença, o controle de um indivíduo por um ser maligno sobrenatural. Descrições de possessões demoníacas muitas vezes incluem memórias ou personalidades apagadas, convulsões e desmaios como se a pessoa estivesse morrendo. Outras descrições incluem o acesso ao conhecimento oculto (gnosis) e línguas estrangeiras (glossolalia), mudanças drásticas na entonação vocal e estrutura facial, o súbito aparecimento de lesões (arranhões, marcas de mordida) ou lesões e força sobre-humana.
O indivíduo não tem controle sobre o demônio  que o possui e por isso permanece nesse estado até que a entidade seja forçada a deixar a vítima, normalmente através de um exorcismo.

Muitas culturas e religiões contêm algum conceito de possessão demoníaca, mas os detalhes variam consideravelmente. As mais antigas referências à possessão demoníaca vêm dos sumérios, que acreditavam que todas as doenças do corpo e da mente eram causadas ​​por "demônios de doenças" chamados gidim ou gid-dim. Os sacerdotes que praticavam exorcismos nessas nações eram chamados de ashipu (feiticeiro) em oposição a um asu (médico), que aplicava bandagens e pomadas. Muitas tábuas cuneiformes contêm orações para certos deuses pedindo proteção contra os demônios, enquanto outras pedem aos deuses para expulsar os demônios que invadiram seus corpos.
Culturas xamânicas também acreditam em possessões demoníacas e os xamãs realizam os exorcismos. Nessas culturas, as doenças são muitas vezes atribuídas à presença de um espírito vingativo (ou raramente chamado de demônio) no corpo do paciente. Estes espíritos eram mais frequentemente descritos como espectros de animais ou pessoas injustiçadas pelo portador, os ritos de exorcismo geralmente eram compostos de ofertas respeitosas ou ofertas de sacrifício.

O Exorcismo na Bíblia:

O cristianismo afirma que a posse deriva do Diabo, ou seja, Satanás, ou de um de seus demônios. Em muitos sistemas de crença cristãos, Satanás e seus demônios são descritos como anjos caídos.
A Bíblia apresenta vários casos de possessão demoníaca, no Novo Testamento. O Evangelho, relata frequentemente episódios em que Jesus Cristo expulsa o demônio de pessoas possuídas, tendo esse poder sido transmitido aos seus apóstolos, no dia da Ascensão. O Ritual do Exorcismo é um sacramental da Igreja Católica que é administrado por um Padre Exorcista, designado pelo Bispo, para libertar pessoas e coisas da possessão. A causa da possessão demoníaca em pessoas está associada a situações de malefícios realizados contra estas, mau-olhado, participação em rituais de ocultismo, prática de reiki, adivinhação, tarot, magia, etc., bem como idolatria do sexo e vida em pecado mortal .

Na Igreja Protestante ou Evangélica também se crê na possessão maligna mas a o ritual de exorcismo é bem diferente e tem o nome de "Ritual de Libertação" as grandes diferenças são que na Igreja Romana somente alguns sacerdotes podem ministrar o exorcismo, já na Igreja Protestante mediante a palavra de Jesus em Marcos 16:17 que afirma:

"E estes sinais acompanharão aos que crerem: em meu Nome expulsarão demônios; em línguas novas falarão".
Marcos 16:17

O nome de Jesus, por si só é uma carta de autoridade contra os maleficios causados pelos demonios na vida do possesso, já na Igreja Romana existe todo um ritual que na verdade é um misto de leituras, rezas e esconjuros.
E muito raramente o Vaticano aceita como legitima uma possessão o que também é diferente na Igreja protestante principalmente nas Neo Pentecostais aonde existem até mesmo serviços de cultos específicos para esta finalidade.

 O exorcismo Romano:

Os termos exorcismo, esconjuração ou esconjuro (em grego: exorkismos, "ato de fazer jurar", em latim: exorcismu) designam o ritual executado por uma pessoa devidamente autorizada para expulsar espíritos malignos (ou demônios) de outra pessoa que está num estado de possessão demoníaca. Pode também designar o ato de expulsar demônios por intermédio de rezas e esconjuros (imprecações). No cristianismo, o Evangelho, relata frequentemente episódios em que Jesus Cristo expulsa o demônio de pessoas possuídas, tendo esse poder sido transmitido aos seus apóstolos, no dia da Ascensão . No entanto, a prática ou práticas semelhantes são bastante antigas e fazem parte do sistema de crença de muitas culturas e religiões.

O exorcismo Maior:

O Exorcismo Maior é um ritual litúrgico em que a Igreja Católica pede, com a autoridade de Jesus Cristo, a libertação ou proteção de alguém ou algo contra a ação do maligno, do Demônio. Este Sacramental só pode ser realizado por uma Padre nomeado para tal pelo Bispo , o Exorcista.
Trata-se de uma ação constituída de palavras e gestos (imposição das mãos, sinal da cruz, aspersão de água benta), pela qual a Igreja Católica, liberta e protege do mal em nome de Deus. Não se trata de um sacramento, mas de um sacramental, aplicado a pessoas ou coisas, transmitindo o poder e a vitória pascal de Jesus, libertando-as da influência das força demoníacas.
Tendo em conta a grande variedade de doenças e distúrbios de ordem psíquica que podem numa primeira fase ( e não podem ser estes causados por demônios?)  ser confundidos com uma possessão, o acompanhamento e discernimento sobre a real da condição da pessoa é uma responsabilidade enorme do Padre Exorcista que deve avaliar o caso se necessário com ajuda de profissionais da Psiquiatria. Sinais que podem comprovar uma possessão demoníaca, como listados no Ritual dos Exorcismos são: "dizer muitas palavras de língua desconhecida ou entender quem assim fala; revelar coisas distantes e ocultas; manifestar forças acima da sua idade ou condição natural. Estes sinais podem fornecer algum indício. Como, porém, os sinais deste género não são necessariamente atribuíveis à intervenção do diabo, convém atender também a outros, sobretudo de ordem moral e espiritual, que manifestam de outro modo a intervenção diabólica, como p. ex. a aversão veemente a Deus, ao Santíssimo Nome de Jesus, à Bem-aventurada Virgem Maria e aos Santos, à Igreja, à palavra de Deus, a objectos e ritos, especialmente sacramentais, e às imagens sagradas. Finalmente, por vezes é preciso ponderar bem a relação de todos os sinais com a fé e o combate espiritual na vida cristã, porque o Maligno é principalmente inimigo de Deus e de tudo o que relaciona os fiéis com a ação salvífica.". 

Curiosidade:

Kit exorcista da Igreja Romana:








 Kit Exorcismo: 

  • Biblia catolica com Apendice Rituale Romanum.
  • Estola sacerdotal roxa.
  • Agua benta.
  • Oleo de unção.
  • Rosario.


Download Antiguo Rituale Romanum (1614) 




Aneliese Michel:

Anneliese Michel nasceu em Leiblfing, 21 de setembro de 1952 e faleceu em  Klingenberg am Main, 1 de julho de 1976 ela foi uma jovem alemã de família católica que  possuída por uma legião de demônios, foi submetida a uma intensa série de sessões de exorcismo pelos padres Ernest Alt e Arnold Renz em 1975 e 1976
O Caso Klingenberg, como passou a ser conhecido pelo grande público, deu origem a vários estudos e pesquisas, tanto de natureza teológica quanto científica, e serviu como inspiração para o filme "O Exorcismo de Emily Rose", dirigido pelo cineasta norte americano Scott Derrickson, e Requiem, dirigido pelo polêmico cineasta alemão Hans-Christian Schmid.

Anneliese experimentou graves distúrbios psiquiátricos a partir dos 16 anos de idade até sua morte, aos 23 anos, sendo seu quadro clínico composto desde desnutrição secundária à doença mental. Depois de vários anos de tratamento psiquiátrico ineficaz, ela se recusou ao tratamento médico e solicitou um exorcismo. 
As graves consequências atribuídas ao ritual de exorcismo sobre a jovem motivaram a abertura de um processo criminal pelos promotores de justiça locais contra os pais de Anneliese e os padres exorcistas, causando uma grande polêmica em toda a Europa e dividindo a opinião pública mundial

Tanto os padres que realizaram o exorcismo quanto os pais de Michel foram condenados por homicídio negligente porque renunciaram ao tratamento médico quando do início do tratamento por meio do exorcismo.

A infância:

Anneliese Michel nasceu em Leiblfing, no estado federal alemão da Baviera, mas foi criada com as suas três irmãs no pequeno município de Klingenberg am Main. Seus pais, Anna e Josef Michel, muito religiosos, lhe deram uma educação profundamente católica.
O pai de Anneliese mantinha a família trabalhando em uma serraria. Quando tinha dezesseis anos, Anneliese sofreu uma grave convulsão e foi diagnosticada com epilepsia. Logo, ela também começou a ter alucinações enquanto rezava. Em 1973, ela sofria de depressão e começou a ouvir vozes que diziam que ela estava "condenada" e que iria "apodrecer no inferno".
Em 1973, Anneliese estava sofrendo de depressão e considerando o suicídio. O seu comportamento tornou-se cada vez mais bizarro. Ela andava nua pela casa, fazia suas necessidades em qualquer lugar, rasgava suas roupas, comia insetos como moscas e aranhas, carvão e chegou comer suas fezes a lamber sua própria urina.

O Tratamento psiquiátrico:

Depois de ser admitida em um hospital psiquiátrico a saúde de Anneliese não melhorou. Além disso, sua depressão começou a se aprofundar. 
Ela começou a ficar cada vez mais frustrada com a intervenção médica, que não melhorava a sua condição. Em longo termo, o tratamento médico não foi bem sucedido, seu estado, incluindo a sua depressão, agravaram-se com o tempo.
Tendo centrado toda a sua vida em torno da fé católica, Anneliese começou a atribuir sua condição psiquiátrica à possessão demoníaca. Anneliese tornou-se intolerante à lugares e objetos sagrados, como crucifixos, que contribuiu ao que achavam ser possessão demoníaca. Ao longo do curso dos ritos religiosos Anneliese sofreu muito. Foram prescritos a ela medicamentos antipsicóticos, que ela pode ou não ter parado de tomar.
Em junho de 1970, Anneliese sofreu uma terceira convulsão no hospital psiquiátrico, neste momento foi prescrito pela primeira vez anticonvulsivantes. O nome desta droga não é conhecido e não trouxe alívio imediato aos sintomas de Anneliese. Ela continuou falando sobre o que ela chamou de "faces do diabo", vistas por ela durante vários momentos do dia. Anneliese ficou convencida de que a medicina convencional era de nenhuma ajuda. Acreditando cada vez mais que sua doença era um tipo de distúrbio espiritual, ela recorreu à Igreja para que a exorcizassem. Naquele mesmo mês, lhe foi prescrita uma outra droga, Aolept (pericyazine), que é uma fenotiazina com propriedades gerais semelhantes às da clorpromazina: pericyazine é usado no tratamento de psicoses diversas, incluindo esquizofrenia e distúrbios de comportamento.
Em novembro de 1973, Anneliese iniciou o tratamento com Tegretol (carbamazepina), que é uma droga antiepiléptica. Anneliese tomou o medicamento com frequência, até pouco antes de sua morte.

Exorcismo e morte:

Anneliese fez uma peregrinação a San Damiano com um bom amigo da família, Thea Hein, que regularmente organizava peregrinações para "lugares santos" não reconhecidos oficialmente pela Igreja Católica. 
Como Anneliese era incapaz de passar por um crucifixo e se recusava beber a água de uma nascente sagrada, seu acompanhante concluiu que ela estava sofrendo de possessão demoníaca. Tanto Anneliese quanto sua família se convenceram de que ela estava realmente possuída e consultaram vários sacerdotes, pedindo um exorcismo.


Os sacerdotes se recusaram, recomendaram a continuação do tratamento médico e informaram à família que para a realização de exorcismo era necessária a permissão de um bispo. Eventualmente, em uma cidade próxima, se depararam com vigário Ernst Alt, que, depois de ver Anneliese, declarou que ela não "parecia uma epiléptica" e que ele não a via tendo convulsões. Ele acreditava que a menina estava sofrendo uma possessão demoníaca.
Alt pediu ao bispo para permitir um exorcismo. Em setembro de 1975, o bispo Josef Stangl concedeu uma permissão ao Padre Renz para exorcizar Anneliese de acordo com o Rituale Romanum de 1614, mas ordenou total sigilo sobre o caso. Renz realizara a primeira sessão em 24 de setembro.
Uma vez convencidos de sua possessão, Anneliese, seus pais e os exorcistas pararam de procurar tratamento médico e colocaram seu destino nas mãos apenas dos ritos de exorcismo. Sessenta e sete sessões de exorcismo, uma ou duas por semanas, com duração de até quatro horas, foram realizadas durante cerca de 10 meses em 1975 e 1976. Em algum momento, Michel começou a falar cada vez mais sobre a morte para expiar a juventude rebelde do dia e os padres apóstatas da igreja moderna e se recusou a comer.
A pedido da própria Anneliese, os médicos não estavam mais sendo consultados. Em 1 de julho de 1976, Anneliese morreu durante o sono. O relatório da autópsia indicou a causa da morte foi desnutrição e desidratação de quase um ano de semi-inanição, enquanto os rituais de exorcismo eram realizadas.

O julgamento:

Logo após o falecimento de Anneliese, os padres Ernest Alt e Arnold Renz fizeram o comunicado do óbito às autoridades locais que, imediatamente, abriram inquérito e procederam às investigações preliminares.
Os promotores públicos responsabilizaram os dois padres e os pais de Anneliese de homicídio causado por negligência médica.
O bispo Josef Stangl, embora tivesse dado a autorização para o exorcismo, não foi indiciado pela promotoria em virtude de sua idade avançada e seu estado de saúde debilitado, vindo a falecer em 1979. Josef Stangl foi quem consagrou bispo o padre Joseph Ratzinger, que no futuro se tornaria o Papa Bento XVI.
O julgamento do processo, que passou a ser denominado como o Caso Klingenberg (em alemão: Fall Klingenberg), iniciou-se em 30 de março de 1978 e despertou grande interesse da opinião pública alemã. Perante o tribunal, os médicos afirmaram que a jovem não estava possuída, muito embora o Dr. Richard Roth, ao qual foi solicitado auxílio médico pelo padre Ernest Alt, teria feito a afirmação à época que não havia medicação eficaz contra a ação de forças demoníacas (cfe. fonte original: "there is no injection against the devil").
Os médicos psiquiatras, que prestaram depoimento, afirmaram que os padres tinham incorrido inadvertidamente em "indução doutrinária" em razão dos ritos, o que havia reforçado o estado psicótico da jovem, e que, se ela tivesse sido encaminhada ao hospital e forçada a se alimentar, o seu falecimento não teria ocorrido.
A defesa judicial dos padres foi feita por advogados contratados pela Igreja. A defesa dos pais de Anneliese argumentou que o exorcismo tinha sido ato lícito e que a Constituição Alemã protege os seus cidadãos no exercício irrestrito de suas crenças religiosas.
A defesa também recorreu ao conteúdo das fitas gravadas durante as sessões de exorcismo, que foram apresentadas ao tribunal de justiça, onde, por diversas vezes, as vozes e os diálogos, muitas vezes perturbadores, dos supostos demônios eram perfeitamente audíveis. Em uma das fitas é possível discernir vozes masculinas de dois supostos demônios discutindo entre si qual deles teria de deixar primeiro o corpo de Anneliese. Ambos os padres demonstraram profunda convicção de que ela estava verdadeiramente possessa e que teria sido finalmente libertada pelo exorcismo, um pouco antes da sua morte.
Ao fim do processo, os pais de Anneliese e os dois padres foram considerados culpados de negligência médica e foi determinada uma sentença de seis meses com liberdade condicional sob fiança.

A exumação:

Antes do início do processo, os pais de Anneliese solicitaram às autoridades locais uma permissão para exumar os restos mortais de sua filha. 
Eles fizeram esta solicitação em virtude de terem recebido uma mensagem de uma freira carmelita do distrito de Allgäu, no sudoeste da Baviera. A freira relatou aos pais da jovem que teria tido uma visão na qual o corpo de Anneliese ainda estaria intacto ou incorrupto e que esta seria a prova definitiva do caráter sobrenatural dos fatos ocorridos. O motivo oficial que foi dado às autoridades foi o de que Annieliese tinha sido sepultada às pressas em um sarcófago precário.
Os relatórios oficiais, entretanto, divulgaram a informação que o corpo já estava em avançado estado de decomposição. As fotos que foram tiradas durante a exumação jamais foram divulgadas. Várias pessoas chegaram a especular que os exumadores moveram o corpo de Anneliese do antigo sarcófago para o novo, feito de carvalho, segurando-o pelas mãos e pernas, o que seria um indício de que o corpo não estaria na realidade muito decomposto. Os pais e os padres exorcistas foram desencorajados a ver os restos mortais de
Anneliese. O padre Arnold Renz mais tarde afirmou que teria sido inclusive advertido a não entrar no mortuário.


Videos:

Audios reais do Exorcismo 


Documentário sobre o Exorcismo e o Filme. 





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