Médicos sem Fronteiras ou Médecins
sans Frontières (MSF) é
uma organização internacional, não governamental
e sem fins lucrativos que oferece ajuda médica
e humanitária a populações em situações de
emergência, em casos como conflitos armados, catástrofes,
epidemias,
fome e exclusão
social. É a maior organização não governamental de ajuda humanitária
do mundo, na área da saúde.
MSF
proporciona também ações de longo prazo, na ajuda a refugiados,
em casos de conflitos prolongados, instabilidade crônica ou após a ocorrência
de catástrofes naturais ou provocadas pela ação humana. A organização foi
criada com a ideia de que todas as pessoas têm direito a tratamento médico, e
que essa necessidade é mais importante do que as fronteiras nacionais (com base
na tese do direito de ingerência humanitária).
MSF
recebeu o Nobel da Paz de 1999, como reconhecimento
do seu combate em favor da ingerência humanitária. Atualmente, a
organização atua em mais de 70 países e tem como presidente o Dr. Unni Karunakara.
História:
A
organização foi criada em 1971 por jovens médicos e jornalistas franceses,
liderados pelo médico francês Bernard
Kouchner, que tinham ido a Biafra com a Cruz Vermelha
para tentar ajudar a população. No grupo de fundadores estavam, entre outros:
·
Dr Marcel Delcourt, médico generalista
·
Dr Max
Récamier, Otorrinolaringologista
·
Dr Gérard
Pigeon, Coronel médico do corpo de bombeiros
·
Dr Bernard
Kouchner, médico e político
·
Raymond
Borel, jornalista da revista Tonus
·
Dr Jean Cabrol, cirurgião
·
Dr Vladan
Radoman, cirurgião
·
Dr Jean-Michel Wild,
cirurgião
·
Dr Pascal
Greletty-Bosviel, médico generalista
·
Dr
Jacques Bérès, cirurgião ortopedista
·
Dr Gérard
Illouz, cirurgião plástico
· Philippe Bernier,
jornalista da revista Tonus
Ao
retornarem à França, estimaram que a política de neutralidade e de reserva da
Cruz Vermelha havia sido um erro, e que era necessário criar uma associação que
aliasse ajuda humanitária e ações de sensibilização junto à mídia e às
instituições políticas.
Durante a
operação "Un bateau pour le
Vietnam " (Um barco para o
Vietnã),
em 1979,
o fundador mais conhecido do público, Bernard Kouchner, defendeu a idéia de
alugar um barco para que médicos e jornalistas pudessem presenciar e
testemunhar as violações dos Direitos
Humanos naquele país. Houve então uma violenta discussão com a
direção da MSF, que considerou a operação mediatizada demais. O que se seguiu
foi uma cisão do movimento e a criação da Médicos do Mundo, em 1980. A Carta de MSF
indica que as intervenções são realizadas em nome da ética médica
universal, e não permite nenhuma discriminação de raça,
religião,
filosofia
ou política.
Em ação:
Em 1972, MSF fez sua primeira intervenção, na Nicarágua,
após um terremoto que devastou o país. Hoje, mais de 22 mil profissionais
trabalham com Médicos Sem Fronteiras em mais de 70 países, principalmente do Terceiro
mundo, assim como aqueles em estado de guerra. MSF freqüentemente
protesta junto às Nações Unidas contra atrocidades cometidas
contra comunidades sem representação oficial, como os povos da Chechênia
e do Kosovo.
A organização
é composta de voluntários e de um corpo de empregados permanente, sendo
financiada por contribuições do grande público, de organizações sem fins
lucrativos, corporações e governos.
Sua
assistência à saúde não é estritamente médica, mas abrange ações nas áreas de
nutrição, prevenção, formação de profissionais na área da saúde, água e
saneamento, revitalização de hospitais e postos de saúde.
Desde 1999 a organização promove
a Campanha de Acesso a Medicamentos Essenciais, visando chamar a atenção para
doenças negligenciadas, como a malária,
doença de Chagas e a doença do
sono, que matam milhões de pessoas a cada ano. Além disso, a
Campanha também visa proporcionar o acesso a medicamentos para tratamento da AIDS nos países mais
atingidos.
Em 2008, a organização lançou
a sua 11ª lista de conflitos esquecidos pela mídia - especialmente na Somália,
no Sudão
e na República Democrática do Congo
- além de se manifestar sobre outros problemas médicos emergentes como a
desnutrição infantil e a co-infecção HIV-TB.
No Zimbábue,
onde atua desde 2000 e mantém mais de 500 profissionais trabalhando, MSF abriu
dezenas de Centros de Tratamento de Cólera.
A doença, endêmica no campo, era rara em áreas rurais, mas já atinge a capital
do país.
Em
fevereiro de 2009,
dois profissionais de MSF, Riaz Ahmad, de 24 anos, e Nasar Ali, de 27, foram
mortos em Swat, no Paquistão,
quando viajavam em ambulâncias. Um terceiro profissional ficou ferido.
MSF é
também co-fundadora e financiadora da Iniciativa de
Medicamentos para Doenças Negligenciadas (Drugs for Neglected Diseases Initiative - DNDi), organização
internacional não governamental com fins científicos que, no Brasil, atua na
pesquisa e desenvolvimento de medicamentos para malária e doença de Chagas.
Em 31 de
dezembro de 2011,
havia 6.573 pessoas trabalhando na organização, sendo:
- 409 trabalhadores permanentes, nas sedes;
- 601 expatriados
- 5.563 empregados nacionais.
Depois de
operar durante os últimos dois anos com superávit,
MSF fechou o ano de 2011 com um déficit
de 9,3 milhões de euros.
MSF arrecadou 221,2 milhões e teve despesas da ordem de 230 milhões de euros.
Para cada 100 euros gastos em 2011, 89,9 euros foram destinados a missões sociais;
4,6 euros destinaram-se à busca de fundos e 5,5 euros para o funcionamento da
própria estrutura.
Médicos sem Fronteiras no Brasil:
Complexo de Favelas do Alemão, na cidade do Rio
de Janeiro, onde funciona a Unidade de Emergência de MSF.
MSF está
presente no Brasil desde 1991. Dedica-se à vigilância epidemiológica
e ao diagnóstico da doença de Chagas, assim como ao acesso
universal ao tratamento de AIDS e formação de pessoal nas áreas de
especialidade da organização.
No Rio de Janeiro, em 2003, MSF implantou um
Centro de Saúde na comunidade de Marcílio Dias, no Complexo da Maré. Em outubro de 2007, MSF criou, também no
Rio, uma Unidade de Emergência no Complexo de Favelas do Alemão, uma das áreas
mais violentas do Brasil, conhecida como a "Faixa de Gaza"
do Rio,
e habitada por cerca de 150 mil pessoas. Em 2008, foram realizados 15.000
atendimentos na área.
Em 2008,
MSF realizou treinamento de profissionais em diagnóstico para a doença de
Chagas em nove estados da Amazônia.
Há uma
significativa participação de brasileiros na organização. Somente em 2008, 40
profissionais da saúde juntaram-se às equipes internacionais de MSF.
Contribua!!! Veja como no site oficial da MSF:
Brasileiros no MSF:
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