A Escritura Sagrada, a Bíblia é a única fonte segura sobre este assunto. A verdadeira Páscoa foi instituída muito antes de Jesus vir ao mundo e foi comemorada
para celebrar a libertação dos israelitas da escravidão de Faraó na
terra do Egito, mas não somente isto. A Páscoa prefigurava o sacrifício
de Cristo em nosso favor. Portanto, é essencial compreendermos a
relação da primeira páscoa com a instituição da Ceia por Cristo, quando
Ele mesmo a celebrou antes de ir à cruz como o sacrifício vivo e
perfeito por nossos pecados.
A Páscoa do Senhor:
Páscoa, o que quer quer dizer?
O relato
bíblico nos ensina que a casa onde não houvesse a marca do sangue o
primogênito morreria. Assim está escrito: “E aquele sangue vos será por
sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por cima de
vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a
terra do Egito.” (Êxodo 12.13) Daí o nome em hebraico “Pessach”, que
significa “passagem” ou “passar por cima”. O significado da páscoa é,
portanto, livramento da morte, salvação.
Naquela noite memorável os hebreus
comeram o cordeiro acompanhado de pão ázimo (sem fermento) e ervas
amargas. Estas ervas simbolizavam o sofrimento deles sob a jugo de
Faraó. Em Êxodo 12.5 lemos assim: “O cordeiro, ou cabrito, será sem
mácula, um macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras.”
(Êxodo 12.5); Em Êxodo 12.7,8 lemos ainda: “E tomarão do sangue, e porão
em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem.
E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães ázimos; com
ervas amargosas a comerão.”
O aspecto mais importante da páscoa:
Como foi dito. todo o cerimonial da
Páscoa israelita apontava para Cristo. Antes de seu sacrifício na cruz
ele também celebrou a Páscoa com seus discípulos. Em Lucas 22.15 lemos
assim: “E, chegada a hora, pôs-se à mesa, e com ele os doze apóstolos. E
disse-lhes: Desejei muito comer convosco esta páscoa, antes que
padeça.” Cristo deixou claro que o cordeiro pascal simbolizava ele
mesmo. De fato, João Batista já havia proclamado publicamente sobre
Jesus: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.” (João 1.29)
Cristo usou pão e vinho para simbolizar
seu sacrifício: Em Lucas 22.19,20 lemos: Então ele “tomando o pão, e
havendo dado graças, partiu-o, e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo,
que por vós é dado; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, tomou
o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o novo testamento no
meu sangue, que é derramado por vós.”
Lucas continua o relato: “E, saindo,
foi, como costumava, para o Monte das Oliveiras; e também os seus
discípulos o seguiram; E quando chegou àquele lugar,disse-lhes: Orai,
para que não entreis em tentação. E apartou-se deles cerca de um tiro de
pedra; e, pondo-se de joelhos, orava, Dizendo: Pai, se queres, passa de
mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua. E
apareceu-lhe um anjo do céu, que o fortalecia. E, posto em agonia, orava
mais intensamente. E o seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue,
que corriam até ao chão.” (Lucas 22.39-44)
O profeta Isaías falou sobre o
sacrifício de Jesus Cristo, como o Cordeiro de Deus: “Ele foi oprimido e
afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao
matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele
não abriu a sua boca.” (Isaías 53.7); “E puseram a sua sepultura com os
ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça,
nem houve engano na sua boca.
Todavia, ao Senhor agradou moê-lo,
fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do
pecado,verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer
do Senhor prosperará na sua mão. Ele verá o fruto do trabalho da sua
alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo,
justificará a muitos;porque as iniqüidades deles levará sobre si.”
(Isaias 53.9-11)
O Egito simboliza o mundo:
As pragas enviadas por Deus
desmoralizaram completamente os ídolos do Egito. A noite da páscoa foi
seguida pela saída dos israelitas do Egito o qual simboliza a separação
do povo de Deus da corrupção do mundo. No Novo Testamento significa se
apartar de um estilo de vida mundano. Cristo orou pelos discípulos: “Não
peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal.” (João 17.15)
Uma páscoa mundana:
O mundo por não conhecer o verdadeiro significado da páscoa
celebra uma páscoa completamente diferente se comparada à verdade da
Bíblia, portanto seus elementos pagãos, não possuem relação nenhuma com o
verdadeiro ensino das Escrituras.
Temos uma advertência na Bíblia isto: “Tende cuidado, para que ninguém
vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a
tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo
Cristo.” (Colossenses 2.8)
Faraó representa o diabo:
Pode até parecer estranho, mas o
príncipe do Egito agia sem compaixão para com os israelitas. Quem agora
está em Cristo, e veio de um estilo de vida mundano lembra muito da
época da escravidão no pecado. Em Efésios 2.2 lemos assim: “Em que
noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe
das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da
desobediência.” Em Colossenses 1.13.14 lemos também: “O qual nos tirou
da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu
amor; Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados.”
O fermento representa o pecado:
Em 1 Coríntios 5.7,8 lemos:
“Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa,
assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi
sacrificado por nós. Por isso façamos a festa, não com o fermento velho,
nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os ázimos da
sinceridade e da verdade.” A morte dos primogênitos no Egito simboliza
aqueles que ainda não tiveram a purificação de seus pecados no sangue
de Cristo e por isso estão debaixo da ira de Deus. Para os justificados a
promessa é esta: “Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo
seu sangue, seremos por ele salvos da ira.” (Romanos 5.9)
Páscoa: A libertação do pecado:
Cristo realizou a última páscoa de fato e
a substituiu pela Ceia do Senhor. Por este memorial se comemora a
libertação do poder do pecado e da morte espiritual. Cristo se expressou
assim: “Se o Filho vos libertar verdadeiramente sereis livres.” (João
8.36) Em Hebreus 2.14 lemos: “E, visto como os filhos participam da
carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que
pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte,isto é, o diabo.”
Logo após a primeira páscoa celebrada por Moisés o povo seguiu rumo a
Canaã. Igualmente a Ceia do Senhor também proclama a volta de Cristo
para levar para si os que entraram em aliança com ele através de seu
sacrifício. Em 1 Coríntios 11.26 está escrito: “Porque todas as vezes
que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do
Senhor, até que venha.”
Páscoa, prontidão para partir:
No Egito o povo sabia que partiriam a
qualquer momento. A páscoa foi comida às pressas significando prontidão
para partir. Quem está em Cristo também deve estar vigilante e preparado
para partir a qualquer momento. Cristo não marcou a hora de sua volta.
Assim está escrito: “Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o
senhor da casa; se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se
pela manhã.” (Marcos 13.35) A volta de Cristo é a maior esperança de
quem foi liberto do poder do pecado. Ele voltará e nos conduzirá à Canaã
celestial. Em Filipenses 3.20 lemos: “Mas a nossa cidade está nos céus,
de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo.” Então o
significado da páscoa só tem sentido para quem realmente atenta para o
que Deus comunicou-nos através de sua Palavra. Estamos preparados para a
vinda do Senhor a qualquer momento? Já estamos libertos do poder do
pecado? Por que esta pergunta? O alto preço pago por Cristo pela nossa
salvação não faz diferença nenhuma se continuamos vivendo mortos em
pecados. Vivendo assim não estamos livres da condenação. Em Gálatas 5.1
lemos: “Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e
não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão.” Caso ainda não
tenha recebido a Cristo como salvador, apresse-se. A Escritura diz
“ouvi-te em tempo aceitável e socorri-te no dia da salvação; eis aqui
agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação.” “Se
confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os
pecados, e nos purificar de toda a injustiça.” (1 João 1.9) Em fim a
páscoa só tem um sentido real se compreendermos o que ela significava no
passado e como tudo se cumpriu no sacrifício perfeito de Cristo. A Deus
seja a glória.
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