Sex Pistols |
Numa época em que as músicas que tocavam
nas rádios duravam de dez a quinze minutos, com grandes solos de
guitarra e bateria, surge uma música rápida, curta e simples, tocada por
rapazes cansados de ouvir hinos hippies e que decidem fazer suas
próprias músicas, mesmo não sabendo tocar sequer um acorde. Assim nasce o
punk rock em Nova Iorque entre 1974 e 1975, tendo como principal
representante os Ramones. Eles já herdavam influências significativas
como o MC5 e Stooges, e começam a tocar sem nenhuma pretensão além da
diversão, tentando resgatar um pouco do rock dos anos 50 e 60.
Quase ao mesmo tempo em que nascia o punk, acabava os New York Dolls , a principal banda representante do glam rock –
eles se vestiam como mulheres, além de usar purpurina e maquiagem, que
era empresariada por uma figura que pouco depois se tornaria peça-chave
para o punk, um inglês chamado Malcon McLaren. Percebendo o quanto os
New York Dolls estavam ultrapassados, Malcon acaba com a banda e
influenciado pela cena em Nova Iorque volta para Londres com uma ideia
na cabeça. Assim nasce os Sex Pistols, uma criação de Malcon McLaren e
sua esposa Vivienne Westwood. Eles juntam alguns frequentadores de sua
loja e incorporam a eles o visual da cena em Nova Iorque – com alguns
toques pessoais da estilista Vivienne – e também o estilo da música já
vivenciada por Malcon, com tons mais políticos.
Em 1 de dezembro de 1976, o grupo é
convidado a participar de um programa de TV nacionalmente assistido,
veiculado às 17h – hora do chá londrino. Pela primeira vez, é
pronunciada a palavra “fuck off” em rede nacional – claro que pelo
integrante mais polêmico do grupo: Johnny Rotten – e então a banda se
torna alvo de toda a imprensa britânica, transformando-se num verdadeiro
fenômeno.
Em 12 de novembro de 1977 o grupo lança seu primeiro e único álbum: Never Mind the Bollocks, Here’s The Sex Pistols.
Antes dos Sex Pistols, os Ramones já haviam gravado seu primeiro LP, Ramones, lançado no início de 1976. Assim, o punk acontece no mundo, com os Ramones, Sex Pistols, The Clash, e muitas outras bandas.
The Ramones |
Inevitavelmente, o que acontecia no mundo
chega ao Brasil – claro que algum tempo depois, e com algumas
características um pouco diferentes. Alguns dizem que em 1976 alguns
grupos de Brasília já ouviam os Ramones, mas a cena teve força mesmo em
São Paulo, à partir de 1977. Em plena ditadura militar, os jovens
agregam aquele novo som protestante às suas realidades. Através das
poucas revistas que eram publicadas no Brasil com fotos dos Ramones e
Sex Pistols, começam a imitar seu visual: jeans, camiseta branca,
alfinetes nas roupas e no rosto, como forma de agressão à sociedade e ao
sistema. Entre 1977 e 1980, os punks eram basicamente gangues de
rua, que possuíam em comum a forma de vestir, o gosto pela música e o
ódio um pelo outro. No início dos anos 80, as gangues de São Paulo
começam a unir-se, mas ainda existia a rivalidade com os punks do ABC.
Em 1982, Clemente, vocalista da banda Inocentes, Redson, vocalista da
banda Cólera e mais alguns punks de São Paulo decidem organizar um
festival para unir os punks de São Paulo e do ABC. Um pouco
desconfiados, os punks do ABC topam vir para São Paulo participar do
festival, e assim, é organizado o “Começo do Fim do Mundo”, festival
histórico realizado no Sesc Pompéia. O festival acaba em pancadaria e
polícia versus punks, e fica registrado como um dos maiores
festivais punk do Brasil. Em 2001 e 2002, a então prefeita de São Paulo
Marta Suplicy organiza na Lapa outros dois festivais em comemoração aos
20 anos do “Começo…”: “A Um Passo Para o Fim do Mundo” e “O Fim do
Mundo”, com muitas bandas que participaram em 1982.
Começo do Fim do Mundo 1982 |
Apesar de o Movimento Punk se assemelhar
em todos os países, cada qual ganhou aspectos particulares com o tempo.
Quando chegou ao Brasil, o movimento era apolítico, mas foi em meados
dos anos 80 que assumiu feições de movimento inclinado à esquerda e
alguns punks passaram a colaborar com os anarquistas com rumo totalmente
direcionado à militância política, com discussões e ações mais ativas,
opondo-se à mídia tradicional, ao Estado, às instituições religiosas e
grandes corporações capitalistas. Em 1988 alguns punks unem-se
oficialmente com grupos anarquistas, criando assim os Anarcopunks.
Em geral, o movimento defende valores
como o anti-machismo, anti-homofobia, anti-fascismo, liberdade
individual, autodidatismo, etc.
Podemos dizer que os punks buscam uma
revolução, uma quebra da hegemonia de ideias burguesas. Eles divulgam
suas ideias através das músicas, de mídias alternativas – como os
fanzines, e principalmente através do seu discurso. Em geral, evitam a
mídia de massa, como as televisões pra difundir suas ideias, por
acreditarem que essas mídias sejam grandes manipuladores de mentiras à
sociedade, distorcendo os fatos em benefício próprio.
“O punk é um movimento sociocultural,
ele é a revolta dos jovens da classe menos privilegiada, transportada
por meio da música” disse Clemente, vocalista da banda Inocentes em
carta resposta sem data à matéria intitulada “A Geração Abandonada”
publicada pelo jornal O Estado de São Paulo também sem data definida, no
ano de 1982.
Desde a chegada da cultura punk no Brasil
até hoje, a maioria dos punks são pessoas bem jovens, vindas da
periferia da cidade. A música com seu discurso antigoverno, a chamada
ao confronto, o protesto contra a miséria, fala diretamente com esses
jovens, fazendo que eles se identifiquem e passem a participar
ativamente do movimento.
Há ainda uma face pouco explorada na cultura punk – a violência.
Ivone Cecília D’avila, Doutora em
História Social – PUC Campinas escreveu na Revista “Varia História, Vol.
24, no. 40, – Punk: Cultura e Arte”:
“O enfrentamento costumeiro nas
periferias das cidades foi adaptado para satisfazer às necessidades de
comunicação da luta contra o capitalismo e a sociedade de consumo. A
violência nesse sentido, responde a diferentes necessidades: repelir a
violência policial, repelir de uma maneira geral as relações
hierárquicas e toda a forma de repressão que contribuem para gerar,
afirmar a postura de rebeldia e a cultura do mundo do qual ela deriva”
Mas não é só violência a favor de seus
ideais que existe no movimento. Apesar de alguns punks não pertencerem a
nenhum grupo, as gangues ainda assombram o movimento. As brigas entre
gangues, ou entre punks e White Power's (Skinhead's Neo-Nazistas) ainda
existem. Os casos mais graves, que muitas vezes acabam em morte chegam à
imprensa, o que taxa equivocadamente todo o movimento
como muito
violento.
E é entre muita música, debates,
violência, política, visual, a anarquia, história, lutas etc é que os
punks sobrevivem até hoje no Brasil.
Video: Botinada, as Origens do Punk no Brasil.
O movimento Punk Cristão:
O punk
cristão surgiu
no fim dos anos 70 e início dos anos 80 no "Jesus
Movement", que ensentivou instituições culturais como o Jesus People of the United States of America (JPUSA), onde se juntavam punks desiludidos
com a cena e hippies
que buscavam pela verdadeira paz e amor, que serviram como um trampolim para
várias subculturas cristãs incluindo o movimento punk cristão.
Musica Punk Cristã:
Baseados na fé em Jesus Cristo, no verdadeiro sentimento de
mudança e em bandas com mensagens positivas, começaram a surgir às primeiras
bandas da cena hardcore cristã como: Strongarm, Society's
Finest, Six Feet Deep, One Bad Apple, The Crucified, Unashamed, Officer
Negative, Spite of Opposition, Stavesacre, No Innocent Victim, Invazão e The
Blamed.
O berço do punk/hardcore cristão é os Estados Unidos, mas existiam
também trabalhos na Guatemala, Porto Rico, Alemanha e no Brasil, que
falaremos depois.
Ideologia do
Punk Cristão:
Há elementos fortes do antiautoritarismo, como o combate à hipocrisia tanto
do governo quanto da Igreja,
que impõem regras ao povo. Uma ilustração desta é vista no conceito da anticonformidade ao mundo. Dentro desta perspectiva, a
opinião do punk cristão sobre o anticonformismo é diferente da do punk não-cristão.
A razão do punk cristão para o anticonformismo é encontrada no livro de Romanos na Bíblia: "Não
se conforme aos padrões deste mundo, mas seja transformador…" Porém
os punks cristãos não concordam com a religião. Dizem que o cristianismo
real não é uma religião (ritos e construções), porque não se baseia sobre
rituais e regras. Acreditam num relacionamento com Jesus Cristo, não em uma
religião. Contudo, são fortemente sustentados por um relacionamento pessoal com
Jesus Cristo separado das regras e tradições.
Cena no Brasil:
No Brasil começaram a surgir bandas punks com temática
cristã na década de 80 e 90, bandas pioneiras como Ruptura e Ressurreição
no estado de São Paulo faziam um som e quebravam tabus religiosos. A
importância disso era pela vontade de fazer algo por aqueles que estavam
perdidos no mundo sem conhecer a mensagem de Jesus em meio as drogas pesadas e
a violência urbana que ceifava a vida de muitos jovens
Desde então muitas bandas surgiram por todo o país como; Foco
Nocivo, Fostismo, Refugio, Desertor, Thimoteos, Leving fogo, Protestantes HC,
Crush, Crença e Fúria, Nossa Fúria, CxFxI, Militantes entre outras
Video: Documentario Produzido pela Cristo Suburbano sobre o Punk Underground Cristão.
.
Aqui é o Edu do Cristo Suburbano e da Banda No More Zombies. Bacana o artigo. Bençãos pra vocês.
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